E o seu Natal, começou quando?


Então, é Natal!!!!
Parece que quanto mais nos aproximamos do Natal, mais festivos e alegres  ficamos (seria  só uma impressão?) . Deve ser a lógico; mais trocamos presentes, abraçamos, cumprimentamos, enviamos mensagens, e-mails (não se troca  mais cartões) experimentamos novas receitas, apreciamos bons vinhos, participamos de mais festas... num ritmo obstinado somos dia a dia mais heróis e mais seguros de nosso papel cristão, embora pareça em muita parte dos casos, longe do natural.
Assim, o tema não teria e nem faria nenhum sentido se eu não enxergasse  o verdadeiro sentido do Natal, a história cristã nos mostra que Natal significa nascimento; não de uma pessoa comum, mas em comemoração ao nascimento de Jesus que em suma caracteriza a salvação, sinal de amor fraterno, de comunhão com o próximo.   Por isso, o clima natalino, apresentado como caráter de fé, não deve considerar apenas as festividades, as bênçãos e conversões repentinas; as confraternizações de fachadas, de aparências; de abraços e cumprimentos forçados; de trocas de presentes desprovidos de sentimentos, de consumidores alienados ou obcecados pelo produto mais prático, a rigor todos nós, (reconhecendo aqui a fragilidade humana) cumprimos a risca as exigências do mercado como se fossem obrigações.
Por causa disso, resolvo falar de Natal, do que mostra a Bíblia e outras vezes me reportando, por exemplo, às canções que prestam essa homenagem ao Nascimento de Jesus, “então é Natal e o que você fez?” Será essa a pergunta que deve nortear nossos sentimentos, nossas ações, nossas práticas diárias para com o próximo; iluminados pela verdadeira luz  e pelo amor maior Daquele que desperta em nós o desejo de conversão e de preparação real. Afinal, de luzes artificiais, de brilhos, de glamour,  de realizações camufladas, disso nossos dias estão repletos;queremos viver a Palavra pelo engajamento nas causas sociais, pela vontade e simplicidade em dizer as coisas certas; em romper com as múltiplas facetas das trevas, em comprometer-se com a verdade, com o exercício da justiça; em exigir que sejamos sal e luz como instrumentos vivos do amor cristão. Se  formos capazes de manifestar alegria com as boas novas,seremos igualmente capazes de sermos discípulos fieis em celebrar o Natal de Jesus . Acompanhemos o que nos diz o Evangelho: Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas (João 12:46).
Portanto, preparar o presépio, a ceia, a mesa, a distribuição de presentes, a troca de flores, de cores, de luzes e de brilhos tudo isso não terá nenhum sentido se não vier acompanhado de uma reflexão, de aproximação de pessoas, de uma acolhida séria e verdadeira, de um pedido por uma vida digna para os menos favorecidos, respeitando e valorizando o próximo, saindo das trevas da opressão e das ditaduras mercantilistas.Sigamos nesse Natal, o exemplo de São José  que assumiu riscos para defender  a vida de Jesus , dando-LHE condições necessárias para que pudesse viver de maneira digna. Por fim, peçamos  discernimento para nós e para nossos leitores  para reconhecer nossas fragilidades, superá-las porque o Natal não é só hoje, faço, pois uma paráfrase de uma poesia, nesse ano, que o nosso Natal tenha inicio  em nosso coração porque não há presente maior e melhor que o AMOR.Façamos um esforço!!

Releitura de "O Cortiço"- de Aluisio Azevedo


Após leitura,discussão sobre o ambiente e personagens do livro "O Cortiço", sugerindo pela professora, apresentamos as características dos personagens e trouxemos ainda essa experiencia:
Começo este “breve poema”
falando do senhor João Romão
Que tornou-se um cara rico
Através de sua ambição

Para ele o que mais valia
Era somente sua riqueza
Trazendo para si
A escrava Bertoleza

Bertoleza por sua vez
Trabalhava todos os dias
Para que futuramente
Conseguisse sua alforria

Logo João Romão se tornou
O companheiro de  Bertoleza
Juntos faziam “grandes feitos”
Mas com cautela e esperteza

Com todas essas trapaças
Conseguiram construir
O cortiço São Romão
Para mais dinheiro adquirirem

Nessa história surge Miranda
Um bom comerciante português
Esposo de Dona Estela
Que o traia várias vezes

O adultério não durou muito
Pois ela foi pega em flagrante
Sr. Miranda ficou furioso
Ao vê-la com seu amante

Zulmira era filha do casal
Porém fruto de desconfiança
Pois Miranda não  tinha certeza
De ser pai daquela criança

Para não manchar sua reputação
Miranda não se separou
Preferiu viver na mesma casa
Da mulher que o desonrou

Essa história denuncia
Negros, pobres e excluídos
Tornando o homem mais animal
Com bases no determinismo

Termino esse breve poema
Falando sobre O CORTIÇO
De autoria de Aluisio Azevedo
Do romance;  naturalismo
Se os outros não entenderam nada
Eu tive esse compromisso

Equipe Responsável: Regiane Ribeiro
2º E. Médio- CE Chagas Araújo




Literatura: do improviso à proliferação

   Pensando bem, estou atrasadíssima... mas a minha homenagem não é pontual, compartilho impressões de ontem, de hoje, daqui e de outros lugares, tentando ser original, refletindo sobre o Dia do Livro e aproveitando para perguntar:  apesar da enorme proliferação do livro, porque tanto atraso e índices negativos em nossa educação? Não critico a nossa falta de encantamento e nem condeno ninguém (porque não se trata de rótulo), no entanto, numa cultura de poucos leitores não se pode falar em identidade ambivalente, provocando o viés existente entre professores e alunos.
       Isso não é para sugerir quaisquer  comparações, trago para retomar, por exemplo, a iniciativa há quase  10(dez) anos do I Fórum de Leitura, iniciativa do Colégio Dr. Magno Bacelar que preocupou-se em acumular informações e tentou construir um modelo de leitor capaz de conectar-se com o mundo, dialogando claramente com aquilo que foi dito e visto,provocando sutilmente o sentimento de que nós precisamos da leitura; aconteceram outros, porém, os argumentos apresentados por quem o organizava não foram suficientes para sustentá-lo ou transformá-lo numa experiencia promissora e mais eficiente. Às vezes trago inspirações frequentes (sem dominar totalmente a língua) desse tempo em que leitores e expectadores tinham poucas mídias ao seu favor,a discussão era justamente superar obstáculos.
      Da mesma forma, em abril de 2011, realizamos um Sarau, no Sindicato de Professores, dando ênfase aos poetas e artistas locais, extraindo explicações, apresentações teatrais, quadros expressivos, leituras e declamações de poemas, cantores de repentes, música popular brasileira,comungando a ideia de que esses itens todos e essas ideias são capazes de apresentarem perspectivas diferentes. Entendo que cada palavra ou cada gesto é sempre propenso à crítica e pode ser interpretado de diferentes maneiras, não me importo, pois os equívocos ou resultados positivos já terão cumprido seus devidos  objetivos  : o da provocação para a leitura.Ah, e quando escrevo, lembro de grandes escritores e construo minha própria indagação quanto ao ato de escrever: será que algum dia essa minha pequena intervenção fará alguma diferença nesse campo totalmente minado de desinteresse? Quem sabe! Quem sabe!
     Por aqui, isoladamente, algumas escolas, em seus próprios espaços apresentaram homenagens ao Dia do Livro,com poucas lembranças de Drummond de Andrade que faria 110 anos,  em 31 de outubro;  sem motivações para lembrar de Luis Gonzaga, o Rei do Baião,  que recebe homenagens do Brasil inteiro pelo seu centenário, inclusive, com lançamento do filme (faria em 13 de dezembro) à exceção do Centro Santa Maria Bertilla, com um Sarau de caráter duplo, em dias diferentes, atendendo às crianças, jovens e adultos, levou a leitura para além dos muros da escola;identificar e sintetizar ainda não é bem o forte de todos, mas a maratona pela pesquisa e pelos arranjos já merecem nossas considerações. Quanto a mim, em minhas salas, não fui capaz sequer de desenvolver um trabalho, confesso minha omissão embora haja um movimento em torno da busca de algumas músicas... aproveitei para exibir dois filmes bem diferentes e bem "atuais", Cidade de Deus, comparando-o com a ambientação do livro "O cortiço"; e O Livro de Cabeceira, filme que trata de uma tradição local e  da obsessão pela poesia, livros e caligrafias antigas.
      Daí, não pretendi ser tão intransigente quanto ao jornalista e escritor Pedro Bandeira que em uma entrevista publicada há um mês no site Café Brasil, diz que  " o Brasileiro não lê porque não sabe", prefiro dizer que ele ainda não reconheceu o poder que há na leitura;  não me antecipei, digo não me atrasei muito. O ENEM chegou, e só agora tive tempo de publicar o texto e prestar mais uma homenagem à Professora Norma Silva, com quem, aprendi a conhecer e ler ainda mais. É perigoso afirmar, porém, acredito que mesmo no improviso  da escrita somos capazes de retirar grandes lições.  

Cartilha do Mestre


Peço a inspiração divina
E também as musas celestes
Em versos de sete sílabas
Pra agora fazer um teste
Desafiando o pensamento
Jogando frases no vento
Nessa “Cartilha do Mestre.”

Nosso mestre professor
É quem nos dá atenção
Com toda sua paciência
Porque é sua missão
Desvendar quaisquer saída
Nos ensinando pra vida
No brilho da educação.

O professor é a base
De qualquer sociedade
Crítica e participativa
Nos contextos da verdade
Porque quem tem consciência
Se mantém na resistência
Em busca de liberdade.

Liberdade de expressão
De quebrar qualquer corrente
Formador de opinião
Deixando o povo ciente
Percorrendo uma distância
Nessa louca militância
Ocupando sua mente.

Merece todo respeito
Daqueles que lhe assiste
No esforçar da garganta
Com a aula que persiste
Traçando a pedagogia
Com sua metodologia
No assunto que consiste.

No ano mil e oitocentos
E vinte sete corria
O imperador do Brasil
Portanto ali decidia
Com documentos concretos
Através de um decreto
A celebração desse dia.

Foi dedicado a uma pessoa
Grande mestra professora
SANTA TEREZA DE ÁVILA
De opinião formadora
Mulher de muitas ações
Que atravessou gerações
Como ilustre educadora.

Depois de cento e vinte anos
Do decreto referido
Em mil e novecentos e quarenta e sete
Onde ficou entendido
Este marco importante
Seguindo sempre avante
Agora constituído.

Depois de anos de lutas
A data teve aceitação
Caminhando sobre o tempo
No seio desta nação
Com muitas lutas e glórias
Entre perdas e vitórias
A mais linda profissão.

A luta educacional
Nunca há de parar
Todos nós de mãos dadas
Otimistas pra ganhar
Na guerra, no amor, na paz...
Insistindo no cartaz
Organizados pra lutar.

Homenagem de José Antonio Basto

Um professor apenas




Professo essa minha culpa
Minha fiel profissão desprestigiada
Os meus saberes e lições conservados
Professo as aulas que incomodam
Declaro as várias que se acomodam
Entre livros, papéis, paredes cadentes.
Confesso, simplesmente e sem medo,
Professo e confesso essa minha profissão.

Dia do Professor! Professora! Mestre!...
Confundem-se os verbetes diversos
Se pedagoga fosse, ousaria dizer:
Contam-se em milhares de histórias, progressos
E tão poucos lembram deste profissional
Sem culto, sem fulgor, ou merecimento
Em honra deste dia, com algumas projeções
Merecem, os professores, agradecimentos.

Confesso a falta de mídia, multimídia...
Mas mentes brilham, idéias se espalham
Se há poucos encantos, pouco importa
Professor, Professora, Professores, Mestres...
Imitemos Sócrates: “Só sei que nada sei”
E nesta arena mudaremos a história
Tenho esperanças que essas sementes
Sejam flores férteis em várias memórias.

Confesso fidelidade à minha profissão
Ou torno-me apenas um sonhador?
Em detrimento de tantos que nos lesam
Não basta, neste sertão, ser professor?
Se filósofo fosse, certamente diria:
“Conhece-te a ti mesmo”, isso é tudo.
E nessa minha profissão devo esperar:
“Que do impossível chão brote uma flor”.


texto reeditado

Independência: uma via para a transgressão


Houve um tempo em que pensei que pudesse  escrever sobre história, organizar saraus, festivais de poesias, concursos literários, gincanas, publicações,montar bibliotecas; houve um tempo... Ele passou e agora não percebo em mim mais nenhuma euforia para que esses antigos desejos se realizem. Resta saber o que houve com o ânimo que existia  em mim outrora em falar de história, poesia, saraus, festivais, gincanas etc ?Terei despertado para outros interesses ou por que me vi acuada diante de minha fragilidade humana? Mais, terei dado conta de  minha falta  de compromisso com a coletividade?
Quero que deem certo todas as iniciativas, a democratização, a descentralização, a participação coletiva e penso muito sobre isso, sinal de que não perdi o interesse total pela política embora veja com outro olhar os resultados da emancipação politica, da democracia e do exercício do poder; e esses termos já seriam suficientes para a concretude de um cenário qualificável para onde deixo descaminhar meu ideal. Por outro lado, o lado que é minha intimidade e se acompanho o pensamento de Cecília Meireles: “eu não dei por essa mudança”, em que estação deixei perdidos meus sonhos, meus ideais? Chega um tempo em que as rebeldias e desventuras não são mais bandeiras de lutas, de independência ou de transgressão; tempo em que novos nomes surgem, novos olhares acompanham os fatos, outras mídias fazem registros.
Devo ter cansado de minhas próprias condições, não por fracasso, porque a luta continua  e se olho para o passado com lembranças boas do que vi e vivi historicamente, digo que  sou muito grata a tudo que conquistei e fui capaz de exercer aqui em minha cidade, algumas vezes sem nenhuma qualidade, sem experiência, com as instruções e boa vontade de um ou outro;com os olhos nos livros, nos papeis, com as palavras daqueles mais experientes,  penso que tenho recebido as doses diárias daquilo que mereço: nada de extraordinário; e se, por exemplo, estou hoje em um partido é por uma escolha consciente minha, torcendo para que os interesses coletivos, na prática, sejam maiores do que as palavras;porque entendo que o "grito de liberdade" deve  soar todos os dias, o grito de liberdade não deve ficar preso à garganta,às campanhas,  às pessoas, aos grupos, às associações... 
O próprio grito que se intensifica pelas ruas da cidade serve de especulação para que se percebam novos modelos, outras experiências; sem medo de ditaduras, de opressões, de tiranias; portanto, longa vida aos que levam a sério o uso do poder e usam  a transgressão para validar direitos, deveres, qualidade de vida, oportunidades, melhorias habitacionais, perspectivas; anulando as perseguições, os descasos, as falsas promessas porque já raiou um novo tempo e como mudei bastante o rumo de minha prosa, copio o que foi dito anteriormente por algum filósofo “ o finito é breve”  subscrevo ainda um dito que se repete nada dura para sempre. E essas minhas palavras soltas, independentes, nesse dia  07 de outubro é minha via para a transgressão.

Sujeitos simples, objetos e outros predicados


Assim que comecei a pensar sobre esse assunto, deduzir que deixaria claro o meu tema logo no inicio do texto; falar de sujeitos e objetos, no mínimo é algo muito maçante, considerando-se a aplicação de análise sintática, termos e complementos. Para não cair no tédio, ser totalmente inútil essa minha observação ou óbvio demais, opto por omitir gramaticalmente o conceito de cada um deles. Simples: a própria leitura dará o sentido e quando faltar algum, é que os objetos não deram conta de completá-los  devidamente,  agora quantos aos predicados ...
O caso dos sujeitos e objetos tomar  outra acepção, porque faço analogias e contravenções com as palavras sem torná-las pejorativas; os negros, os brancos, os jovens, os adultos, os letrados e outros que fazem idolatria avessa  percebem que na política o olhar para a diversidade, para a contemplação das massas,dos avanços culturais, da valoração por nível de ensino, para o processo de descentralização tudo isso perde o sentido quando a visão e o discurso  de uma grande parte que deseja mudança soa contraditório , porque cada um ao seu modo, pensa primeiro em sua necessidade pessoal. Porque “o sujeito” espera que a sociedade mude, que os valores sejam outros, que os códigos e decisões políticas sejam outros, mas ninguém pensa em moldar esse modelo, continua-se com os pedidos de tijolos, telhas, tênis, equipagens, receitas médicas, passagens, passeios etc.; necessariamente as situações se repetem,os objetos permanecem os mesmos,  sem nenhuma criatividade. Eu perguntaria: que tipo de predicados merecem eleitores e candidatos que continuam com as mesmas práticas?
Nesse caso, os objetos sozinhos não constituem crimes, os múltiplos discursos  e polêmicas não bastam para ajudar as pessoas a descobrirem a força de sua cidadania,entendo que o conservadorismo e o tradicional na política atrai muito voto, mas, os jovens de ensino médio, por exemplo, não lembram que há exatos 20 anos  Fernando Collor de Melo entrou para a história  porque outros milhares de jovens aliados à sociedade civil  naquela época resolveram protestar por inúmeras irregularidades de seu governo. Portanto, a quebra de paradigmas, as respostas nas urnas, um “não” aos atrasos, às ditaduras, ao totalitarismo trarão para nós resultados  dignos de nosso aplauso, no entanto, quanto aos nossos, de nossa cidade, o que tem feito para que os resultados de eleições sejam de fato as que contemplam o bem comum?
      Por isso, para não dizer que não apresentei nenhum predicado, os modelos de políticas adotadas devem servir para nós como “catalisador” com um intuito de acelerar a formação de um novo cidadão, um eleitor com um perfil requintado; capaz de reagir, de enfrentar barreiras, percorrer outros caminhos,exigir o cumprimento de seus direitos,  além disso, do ponto de vista da química, o catalisador é responsável por reduzir mais de 90% de gases nocivos lançados no meio ambiente; façamos isso nessa eleição, votemos pensando na cidade, na melhoria das pessoas que nela habitam, afastemos de nós “gases nocivos”,avaliemos se o candidato representa seu próprio interesse ou interesse da sociedade;  afinal somos nós os responsáveis pelos acertos e desvios que os políticos  cometem. Ah, sujeitos simples, encontremos para nós novos predicados!

Sonhos de liberdade 170 anos da memória do Negro Cosme da Balaiada 20/09/1842 – 20/09/2012


Passaste por aqui amigo caminheiro
E não levou se quer o respeito
Dos netos dos teus bisnetos
Passaste por aqui D. Cosme Bento das Chagas
Nas terras de Urbano Santos rumo à Catingueira
Organizaste o quilombo na Lagoa Amarela
Mas não escapou da forca na goela
Passaste por aqui companheiro
Foste um negro fujão
Que fugiu da escravidão
Um guerreiro audaz
Líder quilombola respeitado e admirado
Com espírito de rei
Imperador das liberdades bem-te-vis
Agiu pelo coração e pela razão
Junto com o vaqueiro Raimundo e Manoel Balaio
Organizou a insurreição
Contra a insanidade
Contra a crueldade
A favor da liberdade
Bento das Chagas, saíste de Sobral
Para nossas terras, lutou até o fim
Três mil viviam sobre seu comando
Na guerra, na foice e no machado
E no tiro estupendo da espingarda velha
Camponeses, artesãos e escravos negros
Cheguem para o terreiro, o ganzá roncou
O atabaque gemeu, o berimbau bateu
Fumaça ao longe, trupelo de cavalos ferozes
Quem é? È o Lima de Alves e Silva?
Quem diria amigo soldado, matar quem não deve nada
E com isso receber títulos de nobreza
Até mais minha Caxias! Nós lhe tomamos por direito!
Acaso recebes ordens de vossa alteza, soldado?
Acaso recebe ordens do imperador menino, soldado?
Sabemos que realmente recebe sim as ordens da regência
Nessa triste hora da raça branca...
Então caro amigo, você matou nossos irmãos
Torturou nossos pais, filhos e filhas
Aqueles que sonhavam em ser livres de tudo e de todos
Aqueles e aquelas que viera D`África
Da Mãe Negra, do Pai João... do Pai José...
Agora amigos Balaios... vamos até o fim
- Vamos companheiros, deixem esses legalistas pra lá...
São homens do imperador menino, tal qual o pai...
Agucemos nossas foices para mais uma batalha na Miritiba
Chamem os guerreiros da Catingueira, do vale do Itapecurú e de Brejo
E também todos aqueles e aquelas que pretendem ir conosco
Raimundo está num extremo... Francisco noutro... e eu fico aqui
Queremos ler e escrever para conhecer nossas leis
E assim não sermos mais escravos de ninguém
Queimem as senzalas e libertem meus irmãos
Quebrem as correntes anunciando a abolição... que vem mais tarde...
Senhores... vocês me chamam de bandido, arruaceiro e feiticeiro
Hipócritas... nem respeitam minha raça... minha cultura de sangue
Minhas lutas e minhas glórias... minha história
Vocês vos sabem que desde 1830 que fui alforriado... e tive a plena consciência
De lutar pelos meus irmãos sofridos...
Tanto sangue, desgraça e dor...
Bacalhau, pelourinho... julguem-me por tudo isso
Escravos negros até nas igrejas...
Fomos nós meu Senhor quem construiu o Brasil
Arrancamos o ouro de Minas para a Metrópole pagar sua dívida com a Inglaterra
Fomos para os canaviais, praças e pecuárias
Construímos praças, sobrados, templos e pescamos para Vossas Senhorias
Fomos mortos n`alma e tratados como bichos
Sem valor... somente com a dor
Agora amigos da onça... queremos mais espaços
Por isso estamos aqui na Balaiada do Maranhão
Estou à frente de inúmeros negros... a cada dia chega mais gente, mais guerreiros
A cada momento estamos mais otimistas
Mas sei que vou ser assassinado da maneira mais hedionda e vergonhosa
Também sei que vos não escreverão minha história como ela é
Vão tentar dizer às futuras gerações de que eu fui um bandido subversivo
Vão dizer que não lutei... e sim que matei, o branco não fez nada... é santo
Vocês querem minha cabeça e meu fim
Para assim finalizar esses anseios em busca da liberdade dos povos
Em busca da república, em busca da democracia e dos direitos humanos
Sabemos meus amigos que existe um feito notável
De que somente os mais abastados usufruem do direito de ler e escrever
Por isso vamos lá... vamos conhecer para se libertar!
Já estou sabendo que Raimundo e Francisco foram pegos
Mas nós NEGROS... somos os últimos a cair...
Não vamos nos entregar....
Tragam minha roupa! Já são 15 de Janeiro de 1841... três anos de lutas incansáveis
Avante... meus irmãos! Lutemos contra a escravidão e contra todo sistema...
A insurreição ainda não terminou... O Raimundo se rendeu e
Nós sabemos que os brancos quilombolas querem a anistia
Mas o movimento vai continuar forte e intacto
Palavras para os legalistas... vocês não lembram?
Ou simplesmente fingem que não lembra que foram mais de 18 milhões
De africanos arrancados das terras de meus pais e avós
Para a diáspora no mundo
Ouçam minha voz... e libertem suas rebeldias
A escravidão é invenção de branco
É algo antigo... desde os tempos da Bíblia
Pois o poeta branco há de anunciar de que
“Hagar nem o leite do pranto tem que dá à Ismael”
Zumbi foi assassinado e Toussaint L ` Ouverture libertou o Haiti
Com idéias iluministas da Europa... dos sabidos brancos
Olhe companheiros... foram tantas lutas e batalhas
Perdas e vitórias...
As leis: Eusébio de Queirós, Ventre Livre... com certeza haverão de vir outras
Ontem a noite sonhei com a do “Saxagenário e uma certa Áurea de 1888”
Mas isso é pro futuro... se todos nós não desistir
Arrumem o berimbau, a cabaça e o atabaque
Coices e rasteiras nos brancos...
Nós não vamos morrer de açoites no pelourinho
Nós vamos caçar a noite pela mata fechada
E pela aurora acordar com a liberdade
Tambores do Congo, cabaças de angola
Melaço do engenho e grito de dor
Senzalas desgraçadas... queimem guerreiros
Vamos... vamos... porque o tempo está muito curto
Pois as tropas legalistas querem me capturar
Para assim dar fim de uma vez a insurreição dos Balaios
Só resta eu... e mais ninguém
Já é Janeiro de 1841 – a coisa está ficando feia
O cerco está se fechando... quem vem ali?
Correm negro por aqui... se esconde... atirem companheiros!
A luta é nossa... a vitória é nossa...
Lutem... fujam companheiros! Porque fui pego... agora vou ser julgado
E com toda certeza condenado...
Levem-me para a cadeia... e não contem minha história
Deixem para Mundinha Araújo do Centro de Cultura Negra do Maranhão contar
Pois ela haverá de pesquisar minha história depois de muito tempo
Estão me levando arrastado como bicho para a cadeia
Cheguei... tudo escuro... algo em comum... já estive aqui alguns anos atrás
Choro agora não só por mim
Mas pelos meus irmãos que foram executados... lutando por liberdade
A Balaiada acabou... como está o meu “Lagoa Amarela”
Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto... Setembro... de 1842...
Chegou a minha hora... estão me levando para a Vila de Itapecurú Mirim
Estou aqui... estou ouvindo alguém ler minha condenação em frente a esta cadeia Pública por ter liderado no Maranhão uma das maiores insurreições do Brasil contra As dores, desmandos e humilhações causadas às populações negras e camponesas...
Estão colocando a forca em meu pescoço
Taparam os meus olhos... mas quero dizer somente mais uma frase que é esta:
LIBERDADE... LIBERDADE... LIBERDADE!

Assina: Cosme Bento das Chagas (heterônimo)
Vila de Itapecurú Mirim, 20 de Setembro de 1842
Autor: José Antonio Basto
Urbano Santos-MA, 20 de Setembro de 2012

Aos que não fazem seus filhos chorarem...


Passeio na Cidade Maravilhosa 
Um dia desses, digo,há uns dez anos, viajando com um senhor por estradas vicinais no interior do município, aproveitamos para falar de quase tudo: de contexto político, do valor  dos estudos, da qualidade de vida e aproveitamos para falar dos filhos. Não sei por que, mas adoramos “contar grandeza” sobre os filhos (inteligentes, educados, respeitadores, responsáveis) e por aí vai; na ocasião eu falava de que eu nunca precisei “dar uma surra” em meu filho e se já o fiz chorar, deve ter sido por outras razões; e o senhor com quem eu conversava, com os filhos já bastante crescidos, contava-me da maneira como havia educado seus filhos e aproveitou para dizer: “os que não fazem seus filhos chorarem, um dia chorarão por eles”.
Guardo isso, como ensinamento para retomada de decisões, remontando as palavras, sem preconizar nada, sem desconfiar de que aquelas palavras pudessem ter alguma força para mim, há pessoas que se condenam por julgar mal o outro, antecipam conceitos, quer por inveja, quer por incompreensão ou total desconhecimento e como se isso não bastasse, eu mesma já fui tantas vezes caluniada, censurada, incompreendida... Mas não é para isso que escrevo, aqui procuro desdizer esse “dito” que já atravessou gerações e por uma ou outra vez, fez algum sentido. De modo que, quando digo que não bati em meu filho, não descartei a hipótese das vezes que o repreendi, de tantas que precisei dizer não; nunca fiz todas as suas vontades, no entanto, orientei-o desde cedo para o uso correto da responsabilidade, a aplicação da disciplina, para que fosse educado no tratamento com o próximo.
E hoje, especialmente em seu aniversário, é possível que ele sinta orgulho da mãe que tem, porém eu sem nenhum medo de errar aponto do quanto sou orgulhosa de meu filho, mesmo nas falhas, consegue trazer alegria. Aos dezessete, foi aprovado em um vestibular na UFMA, (abandonou é bem verdade) mas de certo não seria esse seu projeto maior e ainda nos desencontros de nossas ideias por essa decisão nunca o desestimulei para percorrer outros caminhos, para mim, é bom dizer a passagem bíblica que diz “ quem honra sua mãe é semelhante aquele que acumula tesouros”, nisso meu filho merece parabéns duplo. Não lembro de uma vez sequer que tenha sido destratada por ele, ou que na presença de outros recebido palavras de ofensas e humilhações.
A maior parte das pessoas não entende meu posicionamento, mas quem não se alegraria se seu filho consecutivamente fosse aprovado em concursos diferentes? Para lembrar, em 2009, no seletivo do IBGE;  em 2010,  no da Prefeitura Municipal de Urbano Santos  para o cargo de Técnico em Tributos (amargou um 6º lugar...), em fevereiro desse ano, na prova do INSS para Técnico em Seguro Social, entre os 217 inscritos, conseguiu ficar em 1º lugar, para a única vaga, em nosso município. Não será esse um exemplo claro de que a Sabedoria vem do Senhor e está sempre com aqueles a quem lhes devem obediência? Não serão ainda, (além de sua inteligência nata e dedicação aos estudos ) frutos da orientação e ensinamentos da mãe?  Nessa minha homenagem não caberão  todas as  virtudes, destaco essas por compreender que nelas já está um pouco de minha felicidade. Assim, aos que reprimem, censuram ou reprovam, não pretendo zelar pela beleza, pelos bens ou pelo status quero antes me alegrar pelo bom  filho que tenho e dizer em público do quanto sou capaz de aprender com ele e, baseando-se na passagem bíblica “aquele que dá ensinamento a seu filho,  entre amigos se gloriará dele”, por fim, refaço o antigo dito: Aos que não fazem seus filhos chorarem é porque encontram  motivos enormes para sorrirem diariamente com eles. Feliz Aniversário, meu amado filho!!
11.09.2012

DEMOCRACIA: de santos, de sábios e de loucos

Debate STTR _foto de Iran  Avelar

Desde o inicio da república, os brasileiros assistem de longe aos passos políticos e decisões de seu país; de um lado, há os que dizem detestarem política ( virando lugar comum) de outro, aqueles que gostam, discutem, participam, comprometem-se, no entanto ao terem a chance de exercerem cargo  executivo ou legislativo não sentem nenhuma obrigação em compartilhar de suas decisões com quem o ajudou no percurso. É preciso pensar e pensar muito sobre isso.
Esse ano, ano de eleições municipais, ouvimos pelos corredores, nos noticiários, nas repartições, em diferentes ambientes, frases absurdas de eleitor (alguns bem esclarecidos) ora falando em não votar porque não ganha nada, portanto, pedirá algo pra qualquer um dos candidatos; ora citando os escândalos da corrupção, disseminando a homogeneidade de siglas, pessoas, estereotipando-as com a ideia de que todos são ladrões; e ainda, detonando o candidato, valendo-se de palavrões, ofensas pessoais, acusações levianas, promovendo a ira e as desavenças entre pares. Porém, os tempos mudam: os interesses, as disposições, os cenários não serão mais tingidos com as mesmas cores, e se não for farsa pelo próprio sentido incorporado da palavra democracia, hoje a iniciativa do debate conduzido pelo STTR (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais), somando-se à participação dos candidatos significa um grande passo  e a sensação de que os leitores e eleitores  não podem ficar à margem do processo de (des)alienação, adotando um discurso de que só seu candidato estará mais e melhor preparado para o exercício legítimo do poder.
Persigo a ideia de que o fato de os três candidatos a prefeito(a) de nossa cidade participarem efetivamente do debate já foi uma grande vitória; afinal, o processo eleitoral precisa disso: os eleitores, os partidários, os apaixonados devem conhecer outras faces além daquelas bem treinadas para discurso em palanque, precisam perceber que o candidato-politico não atenderá apenas interesses de um ou outro individuo dentro de seu partido, atenderá sim, de um grupo de pessoas que sentem as mesmas mazelas e algumas vezes são excluídas. Vi e ouvi  naquele debate, respostas excelentes, outras,  até meio por fora como se o candidato desconhecesse “o sabor das massas e das maçãs” vivenciado pelo trabalhador dessa terra, lamento que para alguns  as palavras soem tão alto e que as ações fiquem presas, contracenando com a disparidade do discurso
Portanto, se alguém me perguntar sobre esse estranho título, terei dito: somos apenas humanos, limitados, sempre em processo e como não somos simultaneamente santos, sábios ou loucos, procuremos defender ferrenhamente nossos direitos, nosso exercício de cidadania, lutemos para que nossa escolha, dessa vez, faça ainda mais diferença, despertemos para a necessidade de alternância de poder, da qualidade de vida, da prioridade pelo bem comum e admitamos os antigos ditos populares “nenhum mal e nenhum poder dura para sempre”. E agora, parafraseando a canção de Tim Maia, se Urbano Santos inteiro me pudesse ouvir, teria muito para contar, dizer o quanto  aprendi  com aquele debate. Assim, terminar dizendo, que aquilo que está evidente para mim, na ordem da razão e da emoção não está da mesma forma para o outro, e se alguém quiser discordar de algum aspecto; eu devo dizer que não apresento respostas e nem todas as percepções acerca do debate, admito aqui apenas umas ideias, sintomaticamente entre santas, sábias e loucas . (E mais: não é fácil trazê-las).

À Senhora da Natividade

Símbolo da Festa de 50 anos




Vinde Nossa Senhora!
Nessa festa de esperança
Dai-nos fé e conversão
Aguçai nossa confiança
Salvai a todos dos precipícios
Dos males, da ignorância!



Olhai Mãe Nossa e Senhora!

Nossas visitantes, conterrâneos, romeiros
Vendedores que aqui se abrigam
Tornai-os teus fiéis  companheiros
Abençoai a todos, sem distinção, Natividade
Com o  teu amor verdadeiro.

Que reine nos corações humanos
Muito mais paz, justiça e amor
Que sintamos a presença viva
Do Cristo Nosso Senhor!
E que os nossos visitantes
Não levem de nós dissabor.

A tua bênção, pedimos Natividade
Em nosso trabalho, em nossos dias
Dai-nos tua paciência para conviver
Com mais comunhão e harmonia
Convertei o ímpio, protegei os abandonados
Oh,  Santa e Virgem Maria!

Olhai por essa  pacata cidade 
Que seja sempre abençoada
Que os homens de bom coração
Não deixe-a cair em ciladas
Natividade, Mãe e Rainha
Conduz-nos para novas jornadas 


Obrigada, Nossa Senhora!
Atendei com amor o nosso pedido
Acolhei todos os trabalhadores
Protegei os que forem ofendidos
Colocai o teu manto sagrado
Sobre os ombros dos que se sentem oprimidos.





LEMBRANÇA DO FESTEJO DE NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE
30.08  a  08.09.2012

Uma caixinha de surpresa


Não sei se palavras  podem defini-la , o que sei é que  meu carinho e meu coração com certeza podem. Amigos desde o inicio da nossa vida escolar, nossa amizade nasceu na 1º serie do ensino fundamental, germinou, cresceu e até hoje permanece, servindo de exemplos para muitos.
Leudayane, Esse é o nome da pessoa para a qual eu dedico esta crônica, ( eu acho que é uma crônica). Primeiramente, porque  é muito  difícil quando o assunto é falar sobre ela, ou algo que já  aconteceu entre nós. Só sei que caixinha de surpresa ela é, e isso não tem como negar. Surpreende-nos  a cada momento e a qualquer um, adora brincar, embora fique sempre na   dela, parece tímida, mas só quem não a conhece  ...de jeito nenhum é tímida. Na sala de aula fica na divisa da tentação e da concentração, adora causar dos dois lados, tornando-se assim uma ferramenta de ajuda tanto pra destruir como para construir.

 passamos por muitos momentos bons, foram completamente todos, porém,  como em uma verdadeira amizade não faltam brigas, a nossa já houve  bastantes, sem se esquecer da função de bons amigos, rapidamente nos reconciliávamos, nunca deixávamos que a inveja ou qualquer outra abominação destruísse nossa ligação. Além disso, voltando a personalidade da minha amiga sem querer ofendê-la    ela sabe muito bem em certos momentos, ser um anjo, noutros ser o próprio um capeta; ela é incrível, exemplar, excelente pessoa, como eu  disse palavras não bastam pra descreve-la.
E  é por esse motivo que paro por aqui, se não escreveria acho que um livro imenso, e para concluir demonstrando minha sincera amizade, te desejo toda felicidade que este mundo oferece, e que nunca tire esse teu sorriso do rosto, pois ele é a marca da sua superação.


Texto escrito por Gustavo Veloso 

E o anjo Gabriel... não habitou entre nós!!


Outro dia paramos para verificar a “safra” de Victor que faz parte diretamente de nossa  família, fomos lembrando: Victor, Victor Gabriel, Mário Victor, João Victor , desses , o mais novo é o João Victor, mas hoje não parei para falar sobre eles, minha escrita e reflexão é sobre o Gabriel,(seria sobrinho também)  que de corpo e alma tornou-se anjo, que foi durante nove meses motivo de alegria, que foi fruto do amor, de expectativas;  que divertiu-se durante semanas na barriga da mãe, que merecia  todos os cuidados e atenção... Deve ter cumprindo aos olhos do Pai, sua tarefa; no silencio, Gabriel veio oportunamente para provar o amor.
Hoje, deixando a revolta de lado,(porque é o que sentimos no primeiro momento)  fiquei pensando que   morre alguém tão próximo de nós , todo o resto é cada vez mais minúsculo , ficam indagações, nuvens negras cercam nossa mente e o que parecia funcionar normalmente passa a não ter mais nenhum sentido. A dor, o sofrimento, o abalo emocional tudo nos petrifica; vamos  nos agarrando às lembranças, outras vezes ao isolamento como se fossem nossas únicas bandeiras de consolação; como se este golpe final nos conduzisse ao túmulo junto com aquele(a) a quem amamos; mas a gente aprende e começa a enxergar mais e melhor porque de algum modo a nossa fé está acima de qualquer coisa. E foi a nossa fé que nos preparou para a partida de Inacio Gabriel.
Ora, enquanto eu pensava no Inacio Gabriel, filho de  nossa meia irmã Judite, com um pouco de sofrimento, angústia e dor da perda, reportei-me a algumas leituras e mais precisamente à Bíblia e percebi que Gabriel é citado no Antigo e Novo Testamento,e  em ambos é o enviado de Deus; no Antigo, interpreta os sonhos do fiel servo Daniel que em suas visões temia com a chegada dos tempos finais, porém,  o anjo, “homem forte de Deus” conduzia-o para uma outra interpretação, ora referia-se a divisão dos reinos, ora aos dias longos se ele os guardasse em segredo. Pensando bem, desviei minha atenção para a passagem de São Lucas, aqui, Zacarias não é revelado totalmente incrédulo, mas ao receber a visita do anjo Gabriel, rebatia as palavras, dizendo-se velho demais, falando da esterilidade de Izabel e que não seria  capaz de conceber um filho e mais uma vez, o anjo rebateu-o, respondendo: “Sou Gabriel, aquele que está diante de Deus e fui enviado para te falar e dar-te essas boas novas”.
Por todos esses dias, de dor e sofrimento dos pais de Gabriel e nosso que a acompanhávamos estava   a sensação de que esse anjo não veio para habitar entre nós, veio "para dar as boas novas", ele retira-se dando à mãe a possibilidade de uma nova concepção ; dando a capacidade de transformar-se porque ele teve os cuidados necessários, por isso que nenhum de nós quis  acreditar de que ele precocemente tenha ido para os céus; no entanto, ele apareceu para dá sinais de esperança, de renovação, de fé cristã; dando quem sabe uma resposta de alívio: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”!  Infelizmente, na hora da dor , a gente não entende, não aceita, não se conforma, não acredita... Portanto, digo não apenas como consolo  “não temais”  Judite, pois o anjo Gabriel que não habitou entre nós intercederá para que com a graça de Deus concebas outro filho!

É possivel ensinar a escrever?

         Algumas caracteristicas dela fizeram com que eu  escreva sobre  ou talvez descreve-la;  seja na escola ou em outro local, sempre a vejo de livros em maos, o que pode explicar  sua paixao, geralmente  tem algo a explicar, falar, ou contestar, dificilmente se leva por ideias de terceiros,  mas se concorda, diz o que tem que ser dito para provar sua tese, mesmo que não faça sentido. Muitos acham que ela é meio revoltada ou doidinha... ela diz não se importar, mas eu sei que sim, senão não piscaria tanto seus olhos em um tremendo discurso, se realmente não ligasse deixaria pra lá, mas isso não faz o estilo de Anne.
Uma garota inteligente que conquista amigos facilmente, que rir de qualquer bricadeira (a menos que seja com ela) que defende seu time com coragem, cruzeirense ( seu unico defeito) ,  defende seus amigos,  não fala mal de ninguem sem ter bons motivos. Emotiva, sentimental,  sonha longe e vive seus sonhos... ( come bastante e não engorda, aff) Sorriso  contagiante ( é muito engraçada sua gargalhada) Pergunta quando tem duvidas, explica quando sabe, e quando não sabe também tenta explicar.
Garota corajosa que briga com seus obstáculos e luta pela melhoria de muitas coisas inclusive da escola; já passou por muita coisa ruim, mas vence tudo.
Teimosa demais, "desdrobosa pouco" .. inocente guerreira, que briga e abraça ao mesmo tempo, que só apoia quando " ta" certo. Esculhamba o pai , com o mesmo brilho nos olhos de  quem  o ama. Ja chegou a dizer que iria subir num palco e ler a bíblia para uma multidão na Coreia do Norte, quando falávamos de países que não permitiam falar em Jesus Cristo.
Ontem, por exemplo,  ela chegou cheia de graça, hoje "ta" meio pensativa, tentando fazer um texto que consiga emocionar a todos, mas no geral ela sempre consegue, mesmo com um pequeno sorriso, ou com uma gargalhada que surpreende a todos. Espero que sempre esteja perto de mim, para me ajudar e eu perto dela para reerguê-la
Assim como a  amo, amo todos vocês e torço para que conquiste  seus maiores objetivos, ano que vem a maioria se separa, mas estaremos sempre juntos dentro do meu coração.


Texto de Lais Matias: descrevendo Anne Carolline 

Aplausos para a descoberta!


CESID- Profº Clemilton e comunidade 









Durante essa  semana, os amantes da informática, das mídias e inclusão digital aqui na cidade estão convidados (nada objetivo) a comemorar o primeiro ano do CESID (Centro Social de Inclusão Digital) e Telecentro Lar de Francisco ; olhando assim, sem interesse, sem vontade pelo projeto, ninguém diz que a nossa intervenção na cidade, tem feito alguma diferença.E o que era segredo começa a ser revelado:esses projetos funcionam.
Lar de  Francisco: Profª Nilma e aluna
Antes, tínhamos na cidade, somente as lan houses  e os cursos de informática convencionais,; não posso dizer que nossos centros, a inclusão tem valido mais a pena e que as coisas são mais eficientes, contudo a partir do inicio de 2011e mais precisamente dia 19 de agosto, com a inauguração dos espaços físicos muitas reações tem sido diferentes para os que sonhavam em fazer um curso de informática com qualidade a um custo menor. Por isso, sob a inspiração do Didi, nosso talismã, e a parceria com a empresa SUZANO, conseguimos nesse curto espaço de tempo, agradar aos nossos cursistas, expectadores, educadores, colaboradores e parceiros. Para mim, as águas todas passarão; no entanto, o acesso, a ponte, os links que nos guiarão às oportunidades e aos caminhos para os primeiros troféus começam aqui, através desse estímulo, dessa iniciativa.
Sou professora, com atuação no ensino médio, na rede pública estadual, e vejo quão esquecidos são nossos computadores e quanto  nos custa dizer que precisamos fazer uso do laboratório de informática seja para pesquisa seja para entretenimento, quase não vejo consciência e vontade na elaboração de iniciativas que abram espaços para o acesso às ferramentas como aliadas da informação, da comunicação, da leitura, da visão de  mundo. Mas... voltando  ao assunto, todos os dias, nas salas de aula, por onde passo, divulgo nosso  CESID e Telecentro Lar de Francisco; falando da busca pela excelência, dos treinamentos, dos comentários felizes, das posturas dos educadores sociais; falo com serenidade (porque ainda não posso falar com propriedade) que estamos no rumo certo. Assim, hoje grande parte de nossos alunos começaram a conhecer mais esse projeto porque não me canso de dizer que principalmente neles, encontraremos a descoberta da verdadeira inclusão digital; porque digo a eles que lá terão chances de ler blogues , páginas, sites... e que só terão o trabalho de avaliar o que tem mais credibilidade e serve para a formação de cada um.
Portanto, voltando-se para nossos educadores: em vocês estão nossas esperanças, com vocês além de máquinas e programas nos laboratórios estão os corações que pulsam e se preocupam em serem campeões coletivos. Por isso, sem punição, sem culpa, sem medo, se houver adversários nossos, convidemos para que cantem conosco essa vitória; divulguem essa parceria que vem dando certo, porque de algum  modo diante de alguns projetos esquecidos por aí, temos orgulho em comemorar um ano de CESID e Telecentro Lar de Francisco. Enquanto escrevo, com o coração cheio de alegria, lembro-me do Luisinho; indicação nossa, que com decência, disciplina e humildade reconhece nossas falhas e virtudes, “discretamente” aproveito para chamá-lo de meu querido professor. Por último, os aplausos a meu ver não são pela excelência ou sucesso de resultados porque não são grandiosos; são pela descoberta, pela inclusão, pela paixão. Ah, havia um vírus no meio do caminho.

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