Por merecimento: a Vós é(tenra) idade será acrescentada


Estando eu quase encerrando o ciclo de 2018, estando por aqui “longe de casa há ,mais de uma semana”  com sonhos possíveis, com grandes expectativas para 2019 refiz a leitura do poema de Drummond “Para Sempre” cujo tema é porque Deus não torna as mães eternas. Nesse poema é possível encontrar outras reflexões;  faço desse poema minhas palavras, para os pais , a paternidade;  às mães, a maternidade, daí há alguns dias me veio a indagação:    Por que não a vovóternidade  para os avós? Experiências de uma ou outra avó de quem sou amiga, todas me encheram de ânimo, “olha serás acometida logo de inicio de um sintoma:  “como tudo é graça e muito breve passa” se meter em tudo e achar que a mãe quase sempre está errada! Faço o que?  “ me calo né”, Vou viver “esse momento lindo”. Aproveitar minhas passagens pelo Pillates e sentar-me no chão para brincar com as bonecas e literalmente fazer o papel de “besta” e fazer gosto conforme meu coração mandar rsrsrsrs


Mais linda do mundo 
Então, posso na mais tenra idade ser avó e fazer desse título meu melhor tributo, mas quero destacar alguns nomes aqui que me presentearam com exemplos e grandes lições, dizer de que não vale apontar para as outras, “ se fosse eu não faria” , de que cada uma tem um jeito particular de cuidar e querer bem, de que devemos dar graças a Deus em sermos merecedoras dessa bênção, enfim: amiga e comadre Fátima, “meus netos ... eu os quero muito bem!”, Alzeide Santos “ mermã, a melhor coisa, na hora que a mãe faz qualquer coisa..!”  amiga Nevinha Ramos “ só te digo uma coisa, nada no mundo se compara, se eu chego em casa meu Neto não estiver vou buscar”! Laura Alice, aquela amiga  guerreira “ meus netos são minhas alegrias”   Francinete Macedo “ faço e farei qualquer coisa por eles”! A Alessandra, a Mana, a minha madrinha Nona Oliveira a quem visito constantemente “uma renovação para nossas vidas” ... os avós Luis e Manoel Ramos  “ora, breve você estará de mãos dadas viajando por aí com sua Netinha” ! Que coisa hein gente  ! Eu podia citar ainda tantos outros exemplos. E me deparei com aquela avó que quis encher minha bola, (eu acho) tão nova ( com meus cinquentas) e já é avó! Eu podia retomar tantas outras histórias e depoimentos, eu desejaria contar quão saudável foram meus dias e de meus irmãos mais velhos em nossas idas ao Povoado São Bento para a casa de nossos avós, por lá a gente acordava com os primeiros cantares dos galos, dos perus, dos capotes, com as arrumações de quem ia mais um dia para a roça, com quem tinha uma meia duzia de vacas para nos oferecer o leite quente! Por lá a gente aprendeu a gostar da “tiquara” de buriti, de juçara, de murici; do peixe assado na brasa, (alguns com pimenta). Foi com nossos avós, que a gente ouvia os elogios quando nos apresentavam aos conhecidos; por lá aprendemos a subir e descer as ladeiras ;  quer indo para a cacimba ajudar com a cabaça d’água, ou indo nas vizinhanças;  certa vez eu me machuquei, vovó foi logo cuidando, de outra vez , meu irmão feriu-se numa descida de bicicleta...enfim nossos avós maternos, foram verdadeiros avós! Fomos seus primeiros netos queridos, e eu ocuparia uma lauda inteira para trazer boas lembranças, para contar-lhe tão rica experiência! Infelizmente ambos partiram tão cedo, eu estava com 15 anos completos quando minha avó partiu, oito meses depois, meu avô..
Separei aqui essas histórias para poder me encher da gratidão que foi mais esse ano de minha vida, agradecer a Deus porque em 2018 , dos presentes mais maravilhosos , posso garantir que foi minha adorável Maitê, dizer que quando perdemos algo, somos sempre contemplados com a bênção muito maior, sentir que falhei e não tive “perdão” das pessoas por quem nutria grande  amizade, saber que em nossas vidas tudo é tão passageiro e que devemos desculpar-nos em momentos de falhas... quem não erra?  Promovo aqui uma reflexão, e trago a experiência de meus pais, de convivência, meu filho foi o primeiro neto, foi com eles os primeiros ensinamentos, bebemos juntos da mesma fonte, uma marca está na voz do ramalho “oh meu velho e invisível Avôhai, oh meu velho e indivisível Avôhai” ,  um velho que atravessa a porta, de braços curtos, de broncas constantes,  mas de grande amor! Acrescentaria os cuidados de minha mãe, a experiência exemplar da Dindinha, nossa madrinha de tabela, cuida até hoje de todos nós, liga para saber como estamos, nossa enfermeira, cuidadora, mãe e avó com os devidos créditos...Dindinha nossa coluna forte!
Somos nós ! firmes 
Enquanto escrevo lembro de ter escutado mamãe nos dizer, que no evento que fomos juntas, uma senhora idosa, disse que precisaria ligar para o filho, porque ele se aborreceria caso ela se atrasasse, “sabe como são esses meninos de hoje, sem paciência”; de rompante minha mãe lhe disse: graças a Deus até meus netos são pacientes comigo! E são mesmo! Não citarei nenhum para não ser injusta...Enquanto edito estamos às vésperas de Natal , esse em que a sutileza, a esperança e a fé nos mantem firmes;  sem as eloquências de palavras, vamos aos preparativos dos pratos, momentos de celebrar com a liturgia, unir um pouco mais os irmãos,  de purificar-se! Entre nós, sabíamos daquele dito de meu pai “ quando um irmão teu sente dor de barriga, tu igualmente sentirá”, (porque não é normal que o irmão não consiga se importar com a dor do outro) ouvimos  a Carta de São Paulo a Tito, fizemos as Orações indicadas na Liturgia, e íamos rezar a oração universal quando Fernanda chegou com seu esposo Emanuel, e eles mesmos já sugeriram: vamos fazer cantado, e ambos com a voz linda entoaram as primeiras notas ao som do violão : “Oh, Pai nosso tu que estás, nos que amam a verdade /Fazei que o reino que é teu senhor, esteja sempre em nossos corações/ E o amor que teu filho nos deixou, o amor/ Esteja sempre conosco”  é o nosso desejo de que o  amor esteja dentro de nossos corações . E a epifania ocorreu com a brincadeira do presente, iniciada pelo casal, traziam nas mãos, duas caixinhas que passavam de mão em mão, entre filhos, netos, genros ... papai estava lá no colo de uma das netas, ele não ouviu a brincadeira que se encerrou nas mãos da avó, e da futura vovó Tania Maria,  e se estavam planejando emoção, teve sim .. e minha adorada neta Maitê não sei se porque ouviu a noticia de que viria um(a)  novo(a) bisa, ou porque fizemos muito barulho, acompanhou a mais nova avó no choro! E o amor mais uma vez vista nosso lar com a generosidade dessa tão nova noticia: Fernanda e Emanuel nossos sobrinhos tão amados quanto aos demais, serão pais! Que alegria! E  se papai já estava renovado com a presença de uma bisneta, (ele tem outros que nos visitam menos) certamente ficará ainda mais. “Vivemos tempos de purificação para que reconheçamos que o Pai pede de nós dedicação à prática do bem”. Por fim, recorrerei ao poeta para dizer :  fosse eu rainha do mundo, como um trocadilho entre a terra , os mistérios, a tenra idade e a eterna acrescentaria à  lei de  Para Sempre, um decreto, por merecimento, avós_ eterna idade lhes será acrescentada. E  mãe é nossa mãe, “ luz que não se apaga”! “Pai, dai tua paz ao mundo” quanto a isso, os pés do mensageiro anunciam... Feliz 2019



Das águas do Rio Mocambo aos encantos do Velho Chico







        Não são apenas as boas aulas de com minha professora “leiga” de História, nem mesmo aqueles cansativos ditados das aulas de Geografia são mais, muito mais e posso desenhar os detalhes das bonitas lembranças que guardo dentro de mim quer seja da primeira viagem em que conheci uma capital do Nordeste quer seja dessa última feita no Doce Novembro passado próximo, mas e Belém...essa será uma nova página. Antes disso, agradecer a Deus porque permite realizar pequenos e grandes sonhos, agradecer a Ele pois tenho uma família que sempre cuidou tão bem de mim, e porque tenho um trabalho do qual posso todos os dias usufruir de benefícios iguais a
esse, da viagem.
     Descobri sobre essa viagem através de amigos, peguei o folder compartilhei, olhei o roteiro, achei no mínimo lindo, convidei mais duas amigas, de igual modo apresentei o roteiro e fomos nós...saímos do Maranhão dia 14 de Novembro já à noite, atravessamos algumas cidades do Piaui, e nosso café da manhã já estávamos em Jijoca de Jericoacoara, um dos atrativos do estado do Ceará, nossa primeira parada seria Fortaleza, Praia do Futuro só para relaxar da longa viagem, contudo se estivéssemos atualizando os “status” grande parte deles teriam sido “dentro do ônibus”, saindo da Capital do Ceará no final da tarde atravessamos pelo menos outros três estados, conhecemos a capital de Pernambuco, avistamos dali a o Centro de Convenções de Olinda e pela janela do ônibus era possível se encantar com as maravilhosas cidades que estávamos conhecendo, orgulhosos com aquele roteiro, pelo menos eu Laurilene, e Noemia, falávamos entre nós que de uma só vez tivemos a chance de conhecer os outros oitos estados do Nordeste ainda nem sonhávamos que nosso encanto maior ainda estava pela frente... e tome viaje até chegar em Aracaju, íamos durante o percurso preenchendo nossos olhos e vocabulários com os nomes das cidades e dos estados do Nordeste brasileiro! Que viagem! Falei via zap com meu irmão que mora em Alagoas, (passou bem aqui perto de mim). Até lá vez ou outra os amigos Edinilson e Carlinhos davam uma espiada no google para sondar quantos quilômetros ainda tínhamos a percorrer ! Sim, já sabíamos que o percurso era longo! Chegamos, avisaram nossos guias! Aleluia! Quando demos conta a nossa guia de Sergipe já estava entre nós! Ellen, era o nome dela; vamos almoçar! Preparei um local bem bacana para vocês, disse-nos! Isso já eram mais de 14:30 ! Dali em diante, ela já começara dizendo quais pontos íamos conhecer: a Orla de Atalaia, a Colina de Santo Antonio, Parque da Cidade, dando uma volta no Teleférico , o moderno Museu da Gente, o Mercado, a Praia, a Croa do Boreu, Canidé , Cânion do Xingó....naquele dia , já quase encerrando fomos apenas à Colina de Santo Antonio, em seguida, para nossas instalações no Hotel, bem próximo do Projeto Tamar, depois jantamos e nos recolhemos.
amigo querido
 amiga linda
       E o outro dia, foi aquele passeio na Feirinha, no Mercado, fomos ao Teleférico menos eu, os demais conterrâneos incluindo dona Jesus, Alessandra e Alexia foram as primeiras, ( a presença da Alexia nos fazia mencionar frequentemente minha pequena Maitê ) fiquei do lado de baixo, me imaginando ali nas alturas morrendo de medo, por mim, fico sem ver essas belezas daqui (pensei)! O dia foi por ali mesmo na capital do Estado, antes de nos deixar, a guia nos alertou, amanhã teremos que sair cedo , para Canidé do São Francisco e de lá iremos conhecer o Cânion do Xingó, “vocês vão amar”, aquele nome soara agora de uma outra maneira, eu verdadeiramente nem sabia que aquele destino seria nossa principal e melhor atração, retratos lindos pude fazer até chegar no encantador local, imagens entristecedoras pelas secas que assolam nossa região, subimos uma pequena serra depois de umas três horas de viagem chegamos ao município de Canidé, dali pude avistar a Usina de Xingó, gigantesco lugar, e nós tão pequenos que somos, diante das maravilhas que Deus nos proporciona e tão grandes retrucando por coisas tão pequenas ! Vi de perto, a suposta pedra de onde o ator Domingos Montagner, (imitando a vida)  havia caído e desaparecido no velho Chico há dois anos atrás ... almoçamos e ônibus mais uma vez até o porto em frente ao restaurante Karrancas para o embarque no catamarã... e eu que achava tão improvável aquele passeio desde a última vez que apenas atravessei de ferry boat a Baía São Marcos indo para São Vicente, terra natal de meu pai! Não hesitei, há coisas interessantes e grandiosas que também posso aprender, dali nossa guia turística a simpática Ellen se separava de nós, outros guias nos esperavam na embarcação; orientações para o embarque, serviços a bordo, músicas temáticas, e olhem para o lado: Pedra do gavião, Morro do Macacao, Pedra do Japonês e a gente ia se envolvendo e se empolgando com a música “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”, nossa manifestação também de agradecimento; retomadas as conversas entre os amigos, “ a gente” lembra das farofas de infância, lembra dos banhos demorados no rio Mocambo, comenta de que custa tão pouco para ser um pouco mais feliz em nossas imperfeições, perto daqueles paredões quantas sensibilidades em nós são ainda mais tocadas: Por que eu me lembraria das extensões do Rio São Francisco justamente estando entre seus mais belos paredões? A quem interessaria dizer que aquele “Francisquinho” como costumo chamar o São Francisco de devoção de minha mãe, estava ali, numa das paredes e as profundidades das águas beiram aos 200 metros? (Carlinhos se esforçou para fazer a foto) Por que eu falaria que quase dei um vertigem antes de tomar mais uma dose de meu Drammin? E fomos ficando com a canção “eu fico com a pureza das respostas da criança, é a vida, é bonita, e é bonita” ! E cantamos as músicas, e fizemos as fotos com a “cangaceira”, brindamos,  e tomamos o banho no Paraíso do Talhado um dos pontos mais lindos de nosso passeio
Amigo querido
mergulho rápido, (e a voz de papai soava dentro de mim, “correntezas não tem cabelos”) o passeio é literalmente mágico; aquela sensação de “querer e poder” eu cheguei até aqui, e falo por mim e por meus amigos que participaram dessa “aventura” ; as águas do Velho Chico, os paredões e eu estávamos dos mesmos tamanhos! Eu me encantei e cantei o refrão do Francisciquinho  “Senhor , fazei-me instrumento de vossa paz, onde houver ódio que eu leve o amor”! Como sãos passageiros todos os minutos e momentos de nossas vidas, tudo é um sopro! Dava para lembrar  por alguns minutos sem a sensação de medo do trágico acidente envolvendo o ator, e a Lene ainda brincava “ se for um de nós não vira noticia” ! Quantos pescadores teriam ido atrás dos encantos do Chico e também desaparecido? Segundo os guias , nenhum...
amiga linda 
        Não que eu tenha esperado Dezembro para tratar desse momento tão especial , porque nosso retorno de lá, deu-se dia 18 de Novembro, no final da tarde  (dia do aniversário da Dulce) e mais uma vez o status era muito igual, passamos dessa vez em Paulo Afonso _BA, atravessamos outras cidades do Pernambuco, lembranças dos filhos queridos, dos pais, dos irmãos, da esposa amada que já partira, saudades e alegrias se misturavam... somos pessoas comuns, professores,  contribuintes e merecemos instantes assim dizíamos entre nós; fomos aos poucos ficando mais perto de casa, aos poucos ficando "LX", uma linguagem aprendida entre os nordestinos de nosso grupo! Chegamos e minha adorável neta, já me esperava no meio do caminho... e tínhamos tanto para contar , para falar, compartilhar ... dos risos altos, dos encorajamentos, dos noves estados do Nordeste, (pode Pará) das rodadas de cuscuz no café,  ( meu irmão disse que eu não teria nada para contar por conta das doses de Drammin) e eu não esperei Dezembro para tirar mais um dia e ir lá no Povoado São Bento, de origem de nossa mãe, com nossos irmãos Dulce e José Orlando , visitar nossos tios e o quintal de nossos avós, tão pouco deixei o Dezembro chegar para  naquela noite, circular nas ruas da cidade e apreciarmos a música boa de nossos conterrâneos numa seresta beneficente, eu esperei organizar melhor minhas emoções e escrever sobre essa interminável sensação que foi conhecer as águas lindas lá do Xingó, e no dia seguinte o desenho emaranhando da lembrança de meu irmão de quando viajou para Porto Velho há quase quarenta anos... “perdoe eu encher os meus olhos de água” ! E nosso Doce Novembro, cheio das boas comemorações, de aniversários, de participação em importante palestra, de um passeio encantador, foi findando, deixando marcas profundas, de passos melhores e dia 26, na madrugada quando eu levantei para deixar nosso irmão no aeroporto, um outro filho, partira precocemente vítima de um acidente fatal, nossa cidade inteira chorou a mesma dor daquela mãe que de uma hora para outra viu seu Campeão partir, seu time que tinha as cores da esperança, enlutado, prendeu a alegria da vitória! Não aguardemos nosso Dezembro chegar... meu amado Rio Mocambo foi muito bom conhecer os encantos do Velho Chico porque minhas histórias não encerram aqui... tem Belém pelo meio do caminho e é por aqui perto dos meus que celebraremos o Natal!


E quando teu filho cai... e teus braços estão distante




De poesia , de textos e contextos,  de contos , de quase crônicas que falam de amores e transmitem dores, de assuntos, de eventos , de homenagens... de outras tantas, meu contosetal  está quase cheio ! Uso praticamente as mesmas cores e formatos: verde e amarelo, azul e branco, rosa do mês de Outubro e tenho acompanhado e aprendido com a Maitê na onda do pretinho básico , por mim, a catarse não se resume nas escolhas de cores, nem ao menos na definição do dia, quando revisito meus capítulos e materializo minhas idas e vindas, nesses cinco anos de cuidados com nosso pai; quando releio minhas escritas na pergunta há oito anos: Para que mataram nosso irmão? quando busco em mim mesma as respostas de por que ou para que nos afastamos de pessoas tão ‘amigas e queridas ” , quando falo de confiança  apenas no discurso porque na prática ajo de  forma contraria , e  quando admito que fora à parte nossa melhor performance , sendo espelho, na caminhada , nos exercícios, todos nós somos vidraças. Minha obra, minha inspiração não vai para lápide. Minha vocação para o escrever me aproxima do ser mais cristã e qualquer sinal de limitação é que na trajetória da escrita... quando engasgo nas falas, travo no teclar das palavras...
Esse bocado que aqui escrevo, fala de dor, trata-se da saudade e extravasa toda e qualquer explicação de cristão fiel , temeroso a Deus ! “Esse meu bocado” fala de afeto, de partida, da triste e dolorida separação, esse meu escrito versa do quanto dói saber que nosso filho caiu e nas vezes que estamos tão distantes para lhe estender a mão... Hoje dia do professor, eu havia planejado dentro de mim, uma homenagem baseada em nossas convivências, com base nas leituras, em nossas aulas, nossos históricos, buscando na memória um filme sugestivo, uma analogia que pudesse ser lida por essa geração mais nova do que eu e que de forma substancial sentissem o mesmo orgulho que sempre sentir por aqueles com quem aprendi minhas primeiras lições, com quem desvendei meus primeiros cálculos... sim pensei em escrever para tratar da importância do professor na sala de aula, que  a despeito de  qualquer outra tecnologia, é peça fundamental para nos dar noção de valores , para nos ajudar na formação do caráter, para nos orientar (em parceria com os pais) nas busca de novas aptidões, escreveria sobre minha linda viagem à Aparecida há um ano,  das bonitas lembranças , contaria desses dias que nosso pai está aqui na cidade ...mas fomos todos surpreendidos, surpresas sobretudo porque nunca estamos preparados para as despedidas, porque não cabe a nós saber até quando estaremos aqui para cumprir nossa missão ( eu voltava da zona rural  quase 22:00 h) quando soube da partida precoce do Pedro Lucas.. nos status, nos perfis, nos murais,  nas mais diferentes manifestações de rede social, não havia um só conhecido que não tenha se sensibilizado com a partida do jovem conterrâneo ! Que triste dor para os pais! Quão difícil será para eles perder o amor daquele único filho, partiu tão precocemente, escrever pensando na dor, escrever com a sensação permanente de tristeza, se colocando no lugar dos pais são abstrações que não cabem aqui nessas minhas linhas, porém , consigo deduzir e a mim, sou responsável por essas observações  que não são respostas, quando todos comemoram o dia dos Professores meus escritos  falam de que todas as mães, seja qual for a idade do filho quer sempre está por perto para evitar que ele se machuque.

Ao conversar com os pais, sentimos o quanto PEDRO fora amado, naquele acidente de moto, em que as chances pareciam mínimas, mas ele forte e destemido viveu tudo que desejaria viver, era 08 de março, de nossos poemas e homenagens , de todos os nossos depoimentos, as melhores lembranças ... ele voltou, retomou as atividades, sorridente, brincalhão, intenso, assim os colegas o definiram. Na festa de Nossa Senhora da Natividade ai estava a pequeno Pedro, ora menino, ora gigante, na noite do São Gonçalo  deu o ar de sua graça, servindo de par entre as conhecidas ... infelizmente , dia 08 de Setembro dia  antes da procissão de nossa Padroeira, dessa vez, de uma outra forma, nosso pequeno desavisado voltara para seu último mergulho, segundo ele, seria o último para voltar para casa, naquele rio já tão perto... Trágico mergulho, que lhe deixou mais de trinta dias acamado, impossibilitado de mover-se, apresentando as chances mínimas de sobrevivência, de um coma induzido para o coma final... segundo a própria mãe, ela permanecia confiando em um milagre para que se restabelecesse daquele estado, nesse ínterim, apareceram mãos cristãs que se mobilizaram para que esses materiais de higiene que ele usava todos os dias, saíssem mais leve para os pais dele, a campanha cresceu, centenas de pessoas se colocaram a disposição, que lindo gesto , ações somadas que ao final dão uma satisfação enorme ! Era véspera da festa das crianças, dia em que celebramos na igreja Nossa Senhora Aparecida, na leitura do dia, falava do momento em que ao final da festa a  água se transformou  no melhor vinho , e quando tudo pedia um pouco mais da alma,  nossa amiga , Professora Dade, mãe , firme e forte teve o tempo para consolar os demais ! Que lição eu traria para esse dia em que fui ali comemorar o  nosso dia no Povoado Cocal do Zeca Costa?  Que aprendizado posso levar para minha casa, minha escola, meus amigos, meus colegas de grupo  de Whatsapp? E lá no evento , fizemos menção ao seu nome professora, através de nosso professor Jurandi, de nossa solidariedade, de nossa amizade, de nosso respeito , que não nos falte a capacidade se importar com a dor do irmão,  que não nos falte a disposição para amar,  que não nos percamos em nossos egoísmos,  e sobre cair , aprendemos com os mais velhos que quando nossos filhos caem não se deve deixar dormir  logo em seguida: seria mito!?  Só sei e sinto que não há nada que possa dirimir o tamanho da dor, porque não é fácil, sou professora e uma das lições que possivelmente nenhum de nós tenha ensinado ou aprendido  é essa de dizer adeus a quem amamos! Em nossa mensagem, uma homenagem do amigo no grupo de whatsapp: “vá na paz irmão, fica com Deus”!
Queridos professores, nossa missão é grandiosa, nessa minha lição que a mim cabe outras melhores aprendizagens, é necessário evitar a queda ainda que os braços estejam por perto, como disse o poeta “ cuidemos do broto para que vida dê flor, fruto e fé”  a propósito  estejamos irmanados com a família do menino Pedro, em força e oração, em gestos e atitudes, porque nos faltariam todas as palavras... achei lindo, a criança  Andreia cantar " professora que corrige os erros meus, me ensina a dizer te amo, mas não me ensine a dizer adeus” ! Fui bem ali, para aprender , porque dar aulas sempre foi muito fácil... e quando nossos  filhos caem , são as mãos de Deus que nos ajudam a levantar-se, e quando nossos  filhos caem e já não são mais aquelas inocentes crianças, ainda há tempo de oferecer um colo! Professores, professoras, cuidadoras , protetoras das crianças de nosso país .... não se trata da catarse, seria nosso sonho que não houvessem quedas!? Deus é conosco!






Dias "aspas", ora nos custa atravessar o mar?



Eu devia estar menos contente, devia revirar minhas páginas em ambos sentidos e considerar que poucas vezes tenho escrito de julho para cá, devia ter me empolgado mais com essa onda do ISMO , das adpPTações e tantos outros, no entanto meu estilo hoje é outro, e nem vim para explicar nada, e essa parte inicial ambígua e por ora singular, nem de longe se refere aos dias de alegria pelos quais tenho vivido : convivo hoje com o que pode haver de mais harmonioso e  o  mais saboroso dos sentimentos com a presença de minha sereia mais linda Maitê! Não fui atrás de explicações, tão pouco pretendo impressionar alguém sobre esse meu relato, disponho aqui de meu comportamento na condição de avó, de pessoa, de cidadã, de politica  que sou,  o que me motiva ainda mais às demais atividades! MAITÊ  linda e querida  esse é meu mote para todos os demais a partir daqui.
É certo que trago uma reflexão adormecida ...acompanhei aqui como sugestão , umas canções lançadas por Nando Reis, mais precisamente a última, de igual modo, acompanhei uns vídeos e áudios “nas internets” ora fakes, outras assimilações, li e ouvi os distintos discursos, alguns odiosos demais, outros bem deturpadores, abordagens que , de longe não traduzem mais nenhum tipo de sentimento, menos o desejo de uma coletividade;  mais  que isso a noção de coletivo perpassa por números maiores do que aqueles  que se auto intitulam muito mais qualificados  A contemporaneidade nos (e falo por mim)  assusta, aquelas aulas de História ou de Sociologia que assistimos entre nossos leigos professores nos inspiram para a busca de novos combustíveis   Eu estive presente! Estranhamente como tem sido minha inserção, estive presente, elevando os nomes, evidenciando e acolhendo alguns anseios: estive presente, falando sobre os históricos de quem acredito , estive presente dizendo que eu posso buscar um diálogo, sem agressões, sem assumir as dores e usar de facão para intimidar e demonstrar autoridade, quando estive presente , fiz as observações que devemos fazer a quem de fato deve ouvir e fazer por nós! Estive presente porque considero que temos bons nomes e muito boas vozes intercedendo por nós, sim, eu estive!  Tenho em mim a sensibilidade e o comportamento da gratidão!  Tenho em mim a sensibilidade de que sejam quais forem as decisões, precisamos da serenidade, dias ásperos e necessários temos tido nos últimos anos, e como disse o refrão de Chralie Braown “ Histórias , nossas histórias! Dias de luta, dias de gloria!”  e eu presenciei os motivos da democracia na década de oitenta, na fase adulta;  de igual modo vi meus pais chorarem ( eu ainda criança)  em época de ditadura.. Quando dois de nossos padres  e mais uma pessoa de nossa comunidade  foram levados  de pau de arara, não vi a cena, mas presenciei a leitura de uma carta que trazia as dores sofridas sobretudo pelo padre José Antônio na cela e das formas que fora torturado ... quero ilustrar com uma entrevista que o próprio Padre concedeu,  republicada em 2015, após seu falecimento  “em 1970, o delegado de Urbano Santos, através de um bilhete dizia à Policia Federal que eu era subversivo .. quando eu estava preso no final de uma das sessões de tortura, o célebre João Batista Campelo leu o bilhete e eu reconheci que era do delegado de minha cidade por causa de uma frase que ele sempre usava: “ sou brasileiro e amo minha pátria”!” Quem ainda teria motivação para permanecer na luta por outras pessoas depois de tantas atrocidades ? A título de informação , o Padre foi exilado , ficando por quatro anos fora do país, ao retornar mudou-se para outro estado.
Dias esses,  me deparei com uma colega que falava sobre o exercício da função e me trazia bons recortes a respeito da profissão: sou professora ! Dizia sobre as influencias que exercemos nas vidas das pessoas, dizia que é admirável o (a) “professor(a) que deixa boas marcas, fez referencia a bons profissionais de nosso município, falou tão bem daqueles que embora partidários, fazem o seu melhor, sem apelos às mediocridades, lembrava de que em 2009 quando a atuação do sindicato esteve às ruas através de seus representantes, alguns deles eram ameaçados de morte, e a categoria com união venceu a causa... alguns de nós  não temos mais essa lembrança.  Pois bem: é preciso que outras gerações lembrem desse feito, vislumbrar a  integridade e a conquista de direitos não se atrela a um único nome, mas um entre tantos nomes precisa encabeçar e liderar isso, para estabelecer a ordem! De outro lado,  tenho alternativa de escolhas, posso optar em ficar omisso ou do lado de  quem luta com honradez e hombridade; posso desconfiar e protagonizar para que “atitudes melhores” venham e beneficiem mais pessoas !Se eu quiser , posso fazer a diferença, fazendo meu melhor ! Use sua ótica e tenha orgulho dela !Precisamos ter o comprometimento com os desafios, fundamentadas nossas teorias, ensinar e aprender, compartilhar, saindo de nossa comodidade podemos sim, fazer a diferença ! Todos nós inevitavelmente trazemos uma sabedoria, uma força, um sonho que pode ser somado a outros, porque não conquistamos nada sós.. Precisamos a todo instante sermos “ construtores de nossas histórias”, sem o “capuz”, sem os bilhetes anônimos, sem os julgamentos e calúnias incabíveis, sem as mensagens ambíguas e deturpadas, defender sem perder as amizades, sem fazer os xingamentos e aberrações  !Ter de todas as formas  orgulho de nosso título! Orgulho de nosso lugar! Tenho minhas falhas, quer nas falas, quer nas atitudes e quando me escondem eu encontro o jeito de me achar...
Por último me deparei com um áudio, desses que circulam via zap e dentro de segundos viralizam, uma voz feminina defendia seu voto, argumentava com duas ou três propostas ofertadas pelo candidato e se não estou equivocada, pedia aos que votassem no candidato contrário, caso ele fosse eleito e depois estivesse passando os “aperreios da corrupção” que fosse ali de mansinho ouvisse um Caetano, quem sabe a Anita.. e não se envergonhasse disso; internalizei essa informação , não retruquei , sair de meu mundo, procurei ler mais sobre a essência e ideologia de alguns partidos, li sobre as teses e ascensões aplicadas em outros países, em momento de crise, busquei informações sobre os políticos que as defendem, e me vi cantando Geraldo Vandré “Há soldados armados/Amados ou não/Quase todos perdidos/De armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam/Uma antiga lição/De morrer pela pátria/E viver sem razão”. Espero de verdade que depois de lido esses meus “devaneios”,  você me diga que não tenho razão, aguardo mesmo, e  lamento mais se estivermos tão contaminados com “nossas cegueiras”  e para realizar propósitos absurdos sintamos esse sofrimento na pele, por conta de fundamentações truculentas ! Enquanto isso, estamos por aqui, com alguns dedos apontados para nós, porque não somos modelo de gestão, porque perseguimos, porque não operacionalizamos bem,  e alguns dos dedos entre pares nossos que aprenderam pela (in)coerência  e em suas faltas em compromisso profissional só despertam para seu próprio mundo, para aquilo  que seu ego determina. Sou partidária, e “ a coragem de sermos quem somos” incomoda àqueles  a quem os propósitos geram conflitos entre as oportunidades e os desafios! Sou partidária sim, e opto pelo diálogo . Dias ásperos podem no final nos trazer a doçura a quem almejamos ...  perguntamos aqui para nosso Capitão , alertando a ele que haverá segundo turno, em quem você votará: ele ouve os noticiários , ouve nossas historias , sabe das coisas. Ora, já atravessamos o mar, que nos custa manter-se em pé? Sou professora, natural de Urbano Santos e torço para o time no qual estou escalada; ademais porque não haverá o salvador da Pátria, há que se lutar para novas conquistas, do contrário, como disseram na antiguidade : ”diáspora” ... defendamos nossas ideologias, sem as cegueiras , sem as idolatrias . PT saudações

Ah, sonhos, há sondas e há quantas mudas ?


Meados do ano 2013, ano de realização de sonhos coletivos, de enormes “mudas” de execuções interessantes . E já  passaram-se  cinco anos: vislumbrando ideias, debates, desafios grandiosos, importantes atitudes, proposições exequíveis e em todas pude confirmá-las com pessoas amigas , com mãos comprometidas que de onde estavam desenharam um projeto bonito para um lugar cada vez melhor de se viver! Porque realmente me sondas Senhor, quantos sonhos até aqui? E as mudas em quais terrenos férteis houve plantios? Há sementes, espalhando frutos para que novas mãos participem das colheitas e promovam boas semeaduras... Nessa fase, primeiro semestre, todo desafio parecia gigantesco, graças as amizades ,e porque em todo campo há com quem se contar, desvelei  minha melhor face e permaneci no exercício, sobretudo porque a quem cabia a decisão, optou por confiar em mim.(Imaginei em tempo de Magistério que seria um dia uma psicóloga famosa , deixei adormecer esse sonho)
Volto a rememorar meus leitores acerca de meus escritos, de minhas participações no campo profissional, de algumas repetições (des)necessárias , de metáforas pouco explicitas , de parâmetros copiados para enriquecer o contexto, releio e de fato me deparo com tantas palavras e tão poucos exemplos, quiçá tenha trocado apenas os títulos,  enquanto escrevo por onde andam minhas atitudes? Porém não apresento simulações, nem trago impertinências, minhas edições são de cotidiano e só quando me aproprio de todos “os  dados” me entusiasmo em pegar caneta e papel para começar a editar : eu imagino, cultivo dentro de mim uma história a partir de um primeiro fato, priorizo o enredo, retomo algumas leituras e dependendo do texto, já edito o  título preliminar; no geral , escuto a voz de minha sensibilidade, o tênue estímulo advindo de minha vocação, contudo e principalmente sinto em todas as vezes, que Deus tem preparado missões grandiosas para mim, por isso a predisposição para a escrita. Não sou e sei bem disso, o melhor exemplo, quer de pessoa, de filha, de mãe, de amiga  ou de profissional, olho pelo retrovisor e sinto: quantos movimentos equivocados; quantas vezes de súbito magoei quem menos desejei magoar,   quantas missões interrompidas, algumas (des)enfreadas, retiro dali, minhas lições, maiores lições  e olhar para a frente ,numa necessidade, olhar para trás em busca de experiências positivas, pressentir de que nossos pais em todo tempo querem nosso bem! Nada de ansiedades, de superstições bestas, de lembranças tristes, de coisas que em nada acrescentam mais, assim tenho escrito, tenho igualmente procurado viver. Agradecer e reconhecer as mãos humanas que nos ajudam nas transposições de fardos mais pesados.  Peço diariamente sabedoria divina para atravessar as adversidades, e discernimento para  cumprir bem as missões e deixar boas marcas.
minha doce Maitê
Passados os meus cinquentas, lembrei com alegria desse meu escrito que achei tão lindo! Sim achei lindo : http://contosetal.blogspot.com/2018/05/cinquentas-cinco-ou-85-vezes-vidas-mais.html, meu pai, nosso pai, dia 04 completou oitenta e cinco e  estava tão cheio de vida, minha irmã preparou a festa em ritmo de Copa, bolo, balões, toalhas, gratidão, canção, netos, e a mais nova bisneta para alegrar a nossa data, dia 11 de Julho, data em que se comemora São Bento, comemoramos  igualmente cinco anos dessas oportunidades que Deus nos oferta , e ele que sempre alertava as Marias : “essas tuas irmãs só chamam São Bento depois que a cobra morde” , quando completou oitenta já vivia com grandes limitações, o Parkison não dava tréguas, até que acometido de no mínimo três paradas respiratórias até chegar na capital, foi ficando aos poucos sem mobilidade e  hoje somos a cuidadoras para todas as atividades, todas e somos gratas por isso. Não é tarefa fácil, algumas vezes se emociona e as pequenas lágrimas são notadas, descobre o nome de alguma música que gostaria de ouvir, acena com as mãos trêmulas, uma ou outra vez sorrir quando contamos piadas engraçadas ou retomamos algo ensinado por ele. Nossos pais, sempre foram muito amorosos conosco, colocando limites em nossa formação, mostrando valores, ajudando a perceber quão salutar seria sermos disciplinados, há grandes e inclusive, graves diferenças nalgumas criações de filhos dos dias atuais; em tudo havia um sentido, uma perspectiva,  um sonho de futuro, nos mostravam oportunidades...  Doeu dentro  de meu pai os primeiros dias com a traqueostomia, depois com a sonda para a alimentação, e diariamente a sonda de aspiração. Ah, e quanta coisa mudou em nossa rotina, mesmo acamado não podemos deixar nosso bebê sozinho, há doses de remédios a serem colocadas, há alimentação, trocas de fraldas, o banho diário, e Maria Mãe a principal cuidadora, usa as quatro mãos todos os dias. Assim temos nos aproximado da vida, de igual modo, temos sabido com quantas mãos podemos contar... os irmãos de São Vicente nos ligam, perguntam: _ E como está José? __ Está aqui firme e forte, cheio de vontade e de vida; de fé! Os ensinamentos são grandiosos, temos o dom da maternidade e naquilo que nos compete temos dado os cuidados necessários ao nosso pai.
nossa famiíia: 85 anos
E enquanto nosso José renasce, completando cinco anos, nossa pequena Maitê se prepara para o primeiro mês, e a gente se encanta, acrescenta, reclama das fotos “ nas redes”, (mas acompanha) fala de que ela sorri, alguém murmura, “ que nada , criança nessa idade não sorri”, tudo bem ainda não é sua neta, pensei ! São detalhes que sintetizam todos os diálogos antes do nascimento, reparar nisso, é fugir à regra, poder-se-ia ouvir outras lições e experiências, mas a minha será única e inesquecível porque a mim foi dado o dom, e estou certa mais essa vez que Deus nos apresenta bênçãos das mais agradáveis formas; chega a retirar de nossas vidas detalhes que pareciam eternos, nos dando pistas de que missões novas aguardam por nós! E nesse espaço de tempo, dia dezenove minha pequena neta já mostrava os ares para seu primeiro mês, linda, alegre, amada e feliz! Houve bolo, registros, doçuras ... Infelizmente, do outro lado da cidade, uma voz havia sido silenciada há sete dias: o Guerreiro João fora chamado para perto do Pai, de espiritualidade forte, de grandes superações; desafiou as medicinas o quanto pode nesses oito anos em favor da vida, tinha uma idade de coração tal qual seu mais novo neto, e quando trago seu nome aqui nessa minha história é porque penso em dona Iracema Vale e em sua mensagem de paz e esperança na celebração de  sétimo dia de seu pai! A mão gloriosa de filhos e filhas que tem a humildade de cuidar com zelo dos pais nos mostra que não há lei maior “que doar a  vida pelo irmão”. E sejam quais forem as próximas mudas, “sendo santo de casa”, sendo mestre ou discípulo, quero entoar essa canção “ E vem, cantando entre nós Maria de Deus Senhora da paz, e vem, orando por nós a mãe  de  Jesus/ Maria, nossa mãezinha nos convida a união... Ah sonhos, Aquele que sonda nossa coração sabe que tudo passa,  e por quantas mudas ainda passaremos!


Vias de Clara, de Assis, de José, de Marias: Mai(s)eTê


Era Junho do  ano passado, fui lembrada por meu primo para participar da festa de dez anos da pequena Maria Clara, certamente ocupada com outras tarefas nem fui até lá para cumprimentá-la pela passagem do aniversário ... e me surpreendeu ela ter dito: __  mas a tia nem veio! Esse ano, vésperas do aniversario dela, lembro-me com muita frequência e dia desses, passando por ali, deixei com a mãe dela um livro de contos e histórias, com o pressentimento de que ela gostasse de ter sido lembrada! Que coincidência professora, amanhã será o aniversário dela! Lembrou-me a mãe!   Que bom! Dali já me senti convidada para mais uma festa ...  dia seguinte, era dezenove de Junho, peguei carona e fui lá: tão alegre e feliz estava Maria Clara , uma menina meiga, carinhosa, tão amada por todos ,na presença dos pais,  dos  avós, de alguns  tios! Tudo na simplicidade ...cantamos o parabéns, dividiu o bolo, convidou para as fotos, momento de alegria! Onze anos da menina Clara!
 Estou lá, bairro da Liberdade onde seus pais moram , por sorte, lá não tem essa de    wifi liberado, uma chance entre cem de ficar totalmente por fora da novidades ... Mas vias de claro, recebi a ligação de que minha netinha já estava bem apressada e se preparava para nascer. Como assim, a previsão não é inicio de Julho!?  De volta, com outra carona, “pego o caminho de casa”! Outra ligação, mensagem de whatzap, e antes mesmo que eu tomasse fôlego, graças a Deus nossa  Maitê chorou, fez pose para fotos, procurou suas pequenas vestes para se apresentar entre os grandes! Que linda menina! Fui bem aqui à porta de casa, e sem nenhum exagero, gritei: __Tia Cota a Maitê nasceu! (Ora que me custava)  Ela aplaudiu bem alto, e rodeada de  filhos e netos sorriram de minha atitude ! Que lindo o anuncio da vida! Achei perfeita essa forma de anunciar a vida! E quase madrugada tirei meus primeiros sonos, acordei ainda anestesiada com a sensação de ser avó, mensagens, as fotos  do pequeno rosto inocente já circulavam entre tios, primos, parentes e amigos!         _Vem cá, e não fomos nós que combinamos que as fotos só sairiam depois de algumas horas? E os comportamentos já não são os mesmos! Que importa, minha renovação de vida está aqui! Impossível não se emocionar! Brincar e ouvir as brincadeiras de quem sabe das transformações de que fazem as crianças em nossas vidas ! É tempo de copa, e no mínimo Maitê ouviu nossas vozes, eu de um lado, dizendo “ por mim que o Brasil seja ou não campeão”, de outro, o pai dela na torcida sem perder um lance, prepara o banquinho, a camisa oficial e conhece com detalhe cada um dos jogadores convocados ! Sim, foi isso, só pode ter sido isso que nossa pequena se apressou em dar logo as caras! Meus cinquentas não estarão mais tão sós, com brincadeiras já insinuei uma discreta festa Junina próximo ano, naturalmente a começar por minha pequena Neta, sem intervalo para o dia vinte e um, encerrando o “tríduo” dia vinte e dois com tia Sorinha! Assim quererei meus próximos cinquentas, para que circunstancialmente nenhum dos três passem  despercebidos..  Amanheci dia vinte e lá estavam os  “status”, as novas mensagens, as confraternizações, as sugestões, “ e aí ainda não foi ver a Maitê”? Preparei-me,  porém para viajar na calma no dia seguinte.
E fui dormir, nessa onda de fotos e vídeos fomos passando o dia! Logo cedo, levanto-me para o café, e conjeturei: Passar em branco, o que há, tem sido assim e devo me alegrar e agradecer por mais esse ano... não passou muito tempo, a própria “tia Sorinha” liga para dizer que viria para tomar um café comigo! Que bom , pensei !Limitei-me ao café com cuscuz, sentei-me à mesa e aguardo que sentem comigo! (Não, não é por falta de assunto, eu pretendia escrever sobre isso para satisfazer melhor meu ego); subitamente ouço buzinas lá fora, muitas buzinas, deduzia alguma manifestação... seria protestos?  (Visto que sou vizinha da Promotoria?) era uma surpresa, uma manifestação de carinho por meio daqueles com quem trabalho diariamente, foi uma enorme surpresa para alegrar minha data e tornar meus dias mais cheios de vida ! Foi um momento de gratidão a Deus pela vida! Um momento de  belas e francas homenagens, na canção, no poema lido, nas palavras espontâneas ,menção à Maitê na oração; foi um flagrante tão bem ensaiado...  Que provocação bacana essa que meus amigos fizeram! Dividimos nosso café da manhã com mulheres que ajudavam na limpeza da cidade, multiplicamos os pães e compartilhamos com outras pessoas queridas que não estavam presentes ! Aqui está o fruto de minha convivência, pensei ! Aqui  está mais uma vez meu nome “considerado” para páginas mais otimistas e prósperas! Nas leituras, no poema, em minhas falas, na passagem  dos Salmos, no vestido vermelho de presente, na blusa com meu nome, as lembranças de meus pais, no terço, na caixinha, de filho, de irmão, de neta... evocamos o Pai Nosso e anunciamos o nome  de Maria por mais essa dádiva... na hora da escrita, lembrei-me de Clara de Assis, do Francisco de devoção de minha mãe, simples seria se tivéssemos essa humildade toda que pregamos, se  nós sentíssemos a dor do irmão ao sofrer uma perda, se nos despojássemos totalmente dessas “arrogâncias bestas”, ´ renovemos em nós o desejo de encontrar Francisco, pés no chão, mundo novo, mas sem se afastar de Deus !
Porque já até decorei, preciso ensaiar outra canção, “ cinco letras , tem seu nome e minha cara, qual a flor, grão de amor, paz, serenata, se o mundo estava bom, ficará bem melhor depois que você chegou, porque aqui há todos os lugares e espaços para mim” metáfora de Espatódeas  minha cor preferida !Mas eu bem disse: Papai aqui  está Maitê ! Uma emoção incabível ! E não são apenas os cinco anos dos cuidados com ele, são os seus  85, mais uns setenta e poucos de minha mãe... embora longos, são dias felizes! Vias de Clara, com todas as Marias ganhei de presente meu melhor, vias de Clara tão delicada e  amável menina reaprenderei a cuidar! Feliz aniversário Nilma da Silva!  E o nosso Julho já mostra as caras, comemorar as vidas, “atrás do filho vem a mãe que é pai e avó, vem a voz do avô, os sinais de neta” ... impossível não falar... E depois dessa, ainda que não haja Clara, quererei Maria, nossa Mãe, nossas irmãs; José nosso caçula de cinco anos porque( não) dará todo lugar à Maitê! Essa é minha crônica de hoje, se não “sesse” essa , como Deus tem cuidado tão bem de nós, (seriam outras),  nos dará a chance de celebrar mais oitenta e cinco e até  lá ... papai tem muita razão  “ E uma onça bonita de olhar encantado, deixou em pedaço o meu coração"! 


Uma homenagem Especial


Dia 21 de junho
Para muitos um dia comum
linda lembrança 
Para nós um dia especial
É o aniversário de uma “nordestina”
Uma mulher simples, mais de um grande potencial.

Hoje rendemos graças por sua vida Nilma
Pela presença marcante no dia a dia
Porque no túnel do tempo
Deixou boas marcas na memória
Por ser uma das “muitas mãos”
Que tece e fortalece nossa história

Celebramos as diversas faces
Que cada um ver em você
A simples colega, a boa amiga, a firme parceira
Que na árdua e desafiante função
Exerce com compromisso sua missão

Viva o 21 de junho!
Assim exclama os amigos e a família Sodré
Que orgulhosamente  agradecem tua existência
E como diz Roberto Carlos vocês são irmãos camaradas, amigos de fé
E tem festa no plano celestial também
Porque se não fosse às águas turbulentas
Celebraria conosco o saudoso Cabo Sodré.

Parabéns minha querida!
Que ora como mãe, amiga, irmã ou vizinha
Faz um orgulhoso papel de filha
Pois uma de sua admiráveis missões
É cuidar tão bem do “José e da Maria”

Parabéns mulher missionária
Católica, fiel, cristã com convicção
Crê na proteção e intercessão de Maria
Crer na providencia Divina
Porque tem Deus nas atitudes e no coração

Parabéns Nilma!
Que agora expressa no semblante uma festiva vovó
Certa que os momentos de escritas
Serão divididos com ensaios das canções de ninar
Para embalar o sono da Netinha Maitê
Uma coisa boa de” Vó Ilma” Ter

E essa é uma sincera homenagem mulher guerreira...
Porque nas diversas fases da vida
 você  formou sua identidade
Será sempre lembrada, homenageada.
Como a tão especial mulher de fé
Escritora,mãe,  professora Nilma Sodré.

Parabéns!

Autora: Antônia Rodrigues


Com Maria , aqui somos todas Josés !


O mês de maio vem carregado do amor de mãe por nós, vislumbrar um mundo melhor e mais puro tem sido a missão de muitos aqui na terra, quer através da oração, quer através de ações simbólicas de amor ao próximo! Tenho agradecido, e renovado os pedidos diariamente, para que eu possa aceitar sem murmurações os desígnios do Pai. Durante a última semana de Maio estive ausente da cidade por uma opção pessoal e necessária, sem o eufemismo, as cotações por aqui estavam em alta, era semana de Jogos Escolares; não tive dúvidas de que “minhas jogadas” seriam melhores aproveitadas no campo para o qual foi escalada, formando o time das seis ou das sete mulheres ! Um desfalque: uma lesionada, e sem reservas! Mas o time do qual faço parte é muito bom, daqui, de lá, nem mesmo as avançadas medicinas tem ganhado de nós; aliás, uso da prerrogativa de garantir que “quem tem um bom Capitão no time já tem metade do jogo garantido”.
Lembrei-me hoje por pura e enorme coincidência de que houve um tempo, de certo pelos idos dos anos noventa  em que chamávamos aos colegas mais próximos de “Zecas”  não sei ao certo, porém ,uma certa analogia ao Jeca Tatu personagem Caipira baseado no trabalhador rural, virou febre, era usada por quase todos de nosso círculo de amizade, e aos poucos saiu do cenário. E hoje nessa travessia somos Josés, somos mães, somos irmãs, somos Marias, e essa minha reflexão  é para falar de acolhimento , de pessoas inteiras que se doam, que não acidentalmente estão nalgum exercício, para falar de respeito, quiçá de resiliência  . Há nos ajustes de minhas falhas comportamentais uma janela que tem servido de metáfora que impele a entrada de ares e luzes cada vez mais otimistas , quem leu meu último post, pode perceber quantos acontecimentos bons temos presenciado e vivido apesar da impactante história das limitações de meu pai. Celeste, a fisioterapeuta que nos acompanha há cinco anos nos diz da admiração que sente pela resistência de dele, e ainda nas capacidades físicas e mentais dele e de minha mãe! Somos gratos por essa caminhada e por otimizar através de habilidades próprias a vida útil de meu pai, desejamos a cada amanhecer por onde passamos essa vida que não nos parece tão obvia! Que encontremos outros profissionais assim! Na sequencia, porque é quem mora, quem convive no dia a dia ,quem sente mais de perto nossas versões, nos ajuda nas comedias; dias em que é mais admirável, outros nem tanto “porque também se aborrece”,  grata ao sobrinho Victor Sodré pela amizade e respeito aos avós. Muito grata, quem coloca nosso bebê no colo, segura daqui, leva para ali, é fabulosa essa convivência.  E aquele sorriso mais alto, me parece ser para contagiar mais gente; eleva uma autoestima com o termo “destruidora” da mesma forma que nos diz, se não dormirmos bem ou estivermos sentido algo __ “Eita tia, hoje está destruída”! 
A primeira sensação quando escrevo as primeiras linhas é a de  que essa ausência de linearidade , não deixa claro para quem faz a leitura, ou  a percepção sobre o que eu de fato pretendia dizer...meu estoque é limitado, e eu mesma fico ao final com a mesma impressão: estarei escrevendo sobre a mesma coisa? Que nada , quero situar-me e situar meu leitor; penso! Minha opção às vezes é repetir palavras, mas se examinarmos bem, não falo sempre das mesmas coisas, trago indeléveis lembranças ou fatos como tênues antídotos para dias mais amargos! Sobre essa semana passada , eu nunca havia dito aqui nessa página sobre nosso pai queixar-se de dor, quando víamos sinal de lágrimas geralmente eram por emoção de encontro ou de lembranças, mas doeu-lhe por esses dias a barriga, doeu a inquietação na cama, doeu-lhe mais ainda a ida ao hospital... naquela sexta, dia primeiro , em que o levamos ao médico para uma avaliação cardiológica, além de não nos receber muito bem, disse-nos grosseiramente no primeiro momento algumas verdades que nem precisaríamos ouvir, estávamos procurando alento  por uma qualidade de vida de meu pai! Naquele espaço de tempo, ficamos ali, eu Victor, Soraya meu pai e o senhor com o diagnostico pronto como se fosse o Deus. Não retrucamos muito, eu mesma lhe disse, mas o senhor está zangado? [..} Que pergunta essa minha... concluir minha fala, dando-lhe razão, deixou-nos sós até que arrumássemos a cadeira de rodas e saíssemos do consultório resmungando  conosco mesmos. Ele deve está certo! Meu pai tem estado tão bem! É lucido, atento, ouve bem, os exames laboratoriais sem nenhuma alteração por que mesmo tivemos que ser atendidos justo por essa criatura?  Ficamos tão pequenos naquela hora, mas aquela complexa recepção não nos frustrou mais...
Assim tem sido a travessia, mas não temos deixado passar em branco as boas coisas da vida, dia primeiro também comemoramos o aniversário de meu irmão Robson, motivos para comemorar e agradecer temos de sobra, do quarto meu pai ouvia as vozes dos parabéns, fica ligado quando é uma aniversario, felizmente quando o convidamos para cantar , se souber a melodia nos acompanha, naquela noite eu o convidei para me acompanhar  no hino Senhor, eu sei que Tu me sondas/ Sei também que me conheces/Se me assento ou me levanto/ Conheces meus pensamentos falei-lhe de outras coisas, de nossa força, daquela dorzinha de barriga que insistiu em voltar, e os olhos lacrimejando procuravam me acompanhar mais de perto para cessar a dor. Não há cansaço que não possa ser revertido, nesses cinco anos, graças a Deus há mãos que trocam as fraldas, que colocam os remédios, que compram a comida, que vestem os pijamas,  que cuidam dos asseios, que alinham os cabelos.... deparamo-nos com colegas que se aborrecem fácil, não imaginam quantos jogos temos virado durante esse campeonato... um helicóptero chegou em minha cidade, meu pai não tenho o mesmo medo... e quando concluo essa minha história posso garantir somos todos Jecas/ Zecas querendo por ordens no trabalho rural dos outros como se nosso plantio estivesse todo organizado! Meu encanto não encerra aqui porque minha missão é maior e naquilo em que a medicina ajuda, Maria passa na frente e cura, porque com Ela somos todas José , o homem puro que nos ensinou sobre SER.







Cinquentas: cinco ou 85 vezes vidas mais tenras


Porque não está errado o ditado mas opto por refazê-lo, “porque o pai é lindo todos nós somos as mães”, nessa edição em que completo meus “cinquentas” , no mês seguinte, meu pai, ora cinco, outras , na maior parte das vezes, oitenta e cinco; no entanto,  com ele não tem carnaval triste, graças a Deus canalizamos todas as forças emanadas por ele para a aquisição de bênçãos e a garantia de que nossa esperança se converte diariamente em virtudes e providencias divinas. E essa minha história é sobre Mães, um filho, um enorme Pai, bênçãos e a presença do Espirito Santo para aperfeiçoar a vocação, provocar melhor esse meu dom!  
Comemorando a vida!
Numa recente leitura de homilia do Papa Francisco, deparo-me com dizeres e passagens muito idênticas ao que ouvíamos com muita frequência de meu pai, “Seja  qual for vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, tendes orgulho e serás recompensado”, por esse caminho temos procurado trilhar;   nossos pais sempre foram nosso maior orgulho, por  terem sido criados na roça, nos deram lições de quanta diferença havia entre uma caneta e uma enxada, nos acordavam cedo para que aprendêssemos a apreciar melhor o nascer do sol, não faziam promessas que não podiam cumprir; quer ser na aquisição de brinquedos, de roupas ou outros bens quaisquer... o militar, o padeiro, o dono da pequena  quitanda  na rua principal, era nossa  maior autoridade, em situações conflitantes nos colocava no colo com a mesma ternura, com as poucas palavras e com o mesmo e enorme amor; assumia conosco nossas fragilidades  nos dando novas incumbências, maiores incentivos, parábolas e mais que isso, exemplo.  Esse ser humano crível, é José, aquele por quem Francisco, a Vossa Santidade define como “o guardião das fraquezas”; é bem capaz de chegarmos com os ombros cansados das cargas diárias, o peso das viroses e  de encontrar naquele berço o “principio da vida ali” , fazendo nascer as coisas mais lindas de nossas fraquezas, segurando em nossas mãos, garantindo que a ele foi confiado a nossa luz, nossa mansidão
Há realidades muito tristes entre nós, quando presenciamos algumas maldades e violências domesticas com pais idosos, quando filhos autossuficientes transformam seus pais em verdadeiros escravos, quando pela falta de tempo, os filhos se esquecem de dedicar cuidados e atenção necessária. E eu também fracassei nesse ponto, de vez em quando, mas confio  que o Senhor tem apresentado para nós, chances diárias de transcender para o sustento através da fé. Maria, nossa mãe, persevera na oração, nos encoraja a resistir sem dispersão, nos ensina  a pratica da caridade; graças a Deus a fé vence o sono, dribla o cansaço, anula as dores, Meu pai, minha mãe de corações e pulmões de aço, de afetos recíprocos entre si, não se ouve um gemido, uma reclamação de dor, as santidades se confundem, ora o José o servo bom, silencioso e trabalhador, ora a Maria, com seu amor insondável, invisível, curador! A esperança triunfa sobre nós todos os “amanheceres”, o milagre acontece à tardinha na hora do terço, ao levantar-se, ao abrir os olhos, dizendo que está tudo bem! Trago à memória de uma vez a parábola dita por meu pai sobre Maria Madalena...a presença do pecado não deve nos afastar da santidade, porque tudo aquilo que vemos por fora, Deus vê por dentro; e qual de nós nos porões da humanidade está escolhido para atirar as primeiras pedras?  
Hoje oito dias depois das primeiras linhas, é aniversário de meu irmão Sodré, cantor, parabéns pelo dom de tua vida;  algumas nuvens e chuvas fortes já passamos; dia 28 próximo, assistiremos a passagem que se confundem há oito anos com a morte  de nosso irmão Cabo Sodré; com o coração humilde sabemos da necessidade de perdoar e pedir a misericórdia do Pai, para nós! Eu silencio para a transformação! Eu silencio porque “sei quem está comigo até os fins dos dias”! Silencio para poupar a vida, para manter as boas lembranças; silencio para homenagear boas amizades! Todas essas minhas manifestações, trazem meu olhar de filha, de mãe, de irmã, de futura avó; não invado a vida de ninguém... nessa tríade: cinquentas, cinco ou oitenta e cinco trago o recomeço de uma nova etapa de vida, quando a  Maitê chegar , já terei completado meus cinquentas; meu pai, nesses cinco anos sob nossos cuidados, terá completado oitenta e cinco e certamente diremos: “Papai aqui está sua bisneta, se arrume para que ela possa se aninhar em seus braços” , abrirá os olhos lindos numa demonstração de  maior alegria! Confio sempre nesse amanhã, sem soberba, porque nossa sintonia com o Pai e com Maria nos faz enxergar assim... quando o filho é bonito, queremos ser sim, meu pai, ser seus filhos amados, suas mães amorosas! "Maria, nos ensina todos os dias a sermos novas criaturas "!





Sobre um Gra(N)de Amor: nosso, de nossas vidas, de Mãe(tê)



Antes mesmo do insight “sobre o desejo de aprender a fazer tricô”  meu blog havia alcançado um pouco mais de cem mil acessos, eu precisaria  escrever sobre isso para agradecer, para ratificar entre meus leitores a necessidade em mantê-los fieis à essa escrita,   nossa última postagem http://contosetal.blogspot.com.br/2017/11/para-nao-ferir-ninguem-evite-armas.”  conseguiu o recorde de acessos,  porém nosso novembro começou meio acinzentado, por perto de nós, tragédias escabrosas nos fizeram pensar sobre nossas vidas e a respeito de que convivemos! Nem tudo “é azul da cor do mar”, nem sempre “nosso melhor romance” como disse um antigo escritor , é o que traz a história mais feliz! Fiz meus primeiros esboços, pego um pedaço da história aqui , outra dali, acertadas as últimas informações... ouço uma voz tímida ao me dizer: __ “Mae , tá na hora de produzir uma nova história... sobre um grão de amor”; metáforas a parte, tenho enorme dificuldade para escrever sob demanda, depois, fiquei ausente de minha cidade, viajo, volto, nem desfaço a mala durante alguns dias, em parte pela função, de outra, pessoal, pela chegada de meus irmãos, na capital do estado, pela fragilidade com minha própria  saúde ! E para mim, uma emoção sempre puxa outra, somos essa família de nove irmãos, e esse mês há pelo menos quatro anos, os que moram fora do estado vem para visitarem a nós e aos nossos pais, considerando nossa luta diária em favor da vida! Só agora me dei conta : era novembro quando idealizei esta história, há seis meses, e quanto tempo nós temos? “Pouco tempo ou todo tempo, depende de nós”.
Fonte: Nary Rissane
Quando sentei para escrever as primeiras linhas, eu havia parado por algumas longas horas , na porta de meu pai, remoendo todas as boas lembranças  voltei o olhar para aquela quadra, e vi o menino mais lindo sendo chamado para o banho, porque estava anoitecendo; voltei-me para dentro de mim mesma, e enxerguei os primeiros desafios, pressenti todos os cuidados de meus pais e de meus irmãos para com  ele, meu pai fora nosso pai; destacava ser chamada “minha  mãe”, aos meus pais, “Papai e Mamãe”, como tem sido até os dias de hoje!  Seria uma boa lembrança poder dizer: “ a senhora queria que “eu sesse”, igual fulano”, nunca quis. Quis mesmo que “sesse” o bom filho, o respeitoso neto, o profissional responsável e respeitado e certamente será o  amável pai! Tenho o maior orgulho, porque grande parte de minhas lições foram aprendidas com meu filho, enormes lições! Contei-lhe certa vez sobre o dramático filme o Óleo de Lorenzo, da busca insistente de seus pais em encontrar a cura para seu amado filho, no filme, a comovente história permite-nos pensar sobre a vida, essa breve passagem, e do amor doação dos  pais para com os filhos , e nalgumas vezes que tinha dificuldade para tomar qualquer  medicamento como ainda tem sido, eu dizia que “ aquele era de “óleo de Lorenzo”; para trazer-lhe a cura. Eu o criei sem a presença física de um pai, certamente, juntos fomos criando coragem para nos tornamos mais fortes, fomos  curiosamente redobrando os cuidados e buscando serenidade quer na partilha de boas experiências, quer na descoberta de novas missões. Ressoam em mim a festa de Aparecida, o júbilo, a lucidez e a esperança na santidade. A invisível festa na visita de meus irmãos que residem distante, a acolhida espontânea no stand up de nosso irmão mais velho; a interessante circunstancia do aniversario da Dulce, das boas convivências,do discernimento; da gratidão, das idas, vindas, das janelas dos ônibus, da casa, das janelas da vida... 
Minha história começaria com um insight, é fato, mas ouvi uma canção linda que retrata a história do "grão de amor " , linda história.. E hoje dia 04 de Maio de 2018 há quem pense que desistir de escrever, há quem torça para que eu desista, há quem não nos queira mais o mesmo bem!. Tenho sido suficientemente forte,  o  fato é que emoção demais não me deixa completar todos os raciocínios! Vir à tona de que há tantos equívocos nossos em vida sobre quem podemos contar! Obrigada #Minhamãe quando está bem contente #minhamaezinha.... estou aqui na idade: meu amado filho, meu querido Neto! Obrigada Senhor por todos os dons, pelos cuidados, por inúmeras oportunidades, muito obrigada!  Obrigada pelos cuidados e livramentos e muito obrigada porque me dás a chance da vinda de minha querida neta . Obrigada Senhor,  porque tão boas lições eu e meu filho aprendemos com nossos pais! Minha vista embaça, porem não embaralha todas as palavras; e nessa missão de filhos, de irmãos, de amigos caminharemos de mãos dadas rumo aos meus cinquentas , em junho, e comemoraremos a vida, a alegria da vinda de nossa Maitê, com os   85 anos de nosso Guerreiro José, e outros cinco anos das lutas diárias , nossas, e de nossa mãe, de fé, de muito amor,  nos cuidados básicos , na atenção necessária. E me alegrará bastante, poder refazer o refrão daquela música   : Aqui está meu irmão, minha irmã, minha mãe, a mamãe, o meu filho e seu Pai; nosso Pai, o papai; minha mãe, sobre  nós, todos nós, um grão de   amor paira para trazer mais alegria ao nosso lar: Maitê! Na arte, na devoção, em todos os cuidados, na gratidão, mês de Maria, todas as Marias que me estendem as mãos. Obrigada minha Mãezinha do céu!


Postagem em destaque

Seu filho tem nome de Anjo... Renascerá o Gabriel

  Era para começar com era uma vez ...mas opto por alternar, não se trata de tese, de ensaio , fiz um crivo dentro de minha compreensão e pe...