Meus melhores mestres |
De igual modo, não são poucos os momentos de bons
aprendizados que obtivemos com nossos pais; nossa mãe com sete décadas bem
vividas é o que posso denominar de “epicentro existencial” de minhas
conquistas, de meus percursos, de minhas versuras e de meu prosear simplistas. Convivi
com isto desde muito cedo: com os atributos adquiridos nas aulas do curso
ginasial, com a essência de conjugações verbais no Português adquirido por Pe.
Xavier, com as concepções de metáforas e eufemismos compartilhados nos ditos
populares por meu pai, com a coerência e motivação constantes de que devíamos
SER, antes de TER, de dominar as artes domésticas para saber fazer. Todas essas
nuances me dão a convicção de que através dessas sensações, registrei meus
primeiros versos. À semelhança de outros nomes, meu pai nem concluiu o Ensino
Médio, minha mãe fez o Magistério, isso não os torna menos credenciados, pois em
cada linha que escrevo , noto o quanto de ensinamento e de emoções trago dessa
convivência; dessa sabedoria e essa é sem dúvida, minha melhor parte.
Assim, no alvorecer do dia dez de outubro, comemora-se a passagem de aniversário de
minha mãe, sob os princípios da fé cristã, a firmeza de mãe e de mulher, de um
caráter profissional que lhe imprime a melhor parte de ser humano; de maneira
que os nossos motivos são de agradecimentos, ainda que, com a mesma fidelidade
estejamos todos nós às quinze horas para a visita diária de meu pai; nessa data
o que se materializa em mim é o amor fraternal, a capacidade de rever
princípios, de identificar o sentido do verdadeiro SER. Para mim, sempre cabe
razão aos que definem sobre o valor dos pais, dos ensinamentos, em Provérbios
encontramos “Educa a criança no caminho
em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”, nesse caso, a disciplina não deve
vir dissociada do amor maternal, da conduta cristã. Não terei tempo de trazer uma homenagem digna
aos colegas professores, trago antes um recorte para parabenizar minha mãe e um
contraponto de uma canção que ecoa em meus afazeres diários “na sala
de aula é que se forma um cidadão, na sala de aula que se muda uma nação”; prefiro acreditar naqueles que dizem ” é nos lares constituídos à base do amor, em
que se deixa claro as diferenças entre SER e TER, é que se formam bons filhos,
bons irmãos, bons exemplos, bom cidadão , bom cristão”. De minha ótica, ainda
estou em tempo de promover essa disseminação.
Por mim, sei que não sou o melhor exemplo, nem
pretende apresentar ensaio para formadores de opinião, não defendo tese, aliás,
sou filha, sou mãe, sou mulher, sou cristã, sou professora, sou cidadã, e nesse
mundo em que “o ter parece valer mais” preciso sinalizar de que cuido para ser
mais humana. Essa é minha homenagem em tempo, aos que para mim continuam sendo
os meus primeiros e melhores mestres: meus
pais. À minha mãe, parabéns! À Nossa Senhora Aparecida o pedido de
que
derrame bênçãos sobre a vida de minha mãe, fortalecendo nossos vínculos,
abençoe nossas crianças, proteja todos
nós, professores; ao São Francisco de Assis que nos dê força e
continue sendo nossa sustentação diária.Nessa festa, minha expressão.