Dois filmes : SALVA – dor, nós e as travessias

             Idealizar essa escrita me remete à lembrança da minha primeira viagem de avião, indo     à Brasília, não abri os olhos nem para olhar para os lados, sensação estranha de medo e de náuseas, e quando aterrissamos quase “botei os bofes”  ... depois tornou-se o sonho bom, a viagem esperada, o casamento de meu primo, e , outras lindas viagens pude realizar, para outros   lugares embora com as sensações bem parecidas

                                                                                                                Por mim, desde a mais tenra idade, encontro sentido no “lugar comum” , não escapo das interrogações, ouço de um que eu sou esquisita,  intrigante, entre elas, guardo ainda de que sou interessante! Tenho fascínio pelas historias aprendidas com meu pai, não consigo compartilhar todas, porém quando escrevo algumas delas, entendi desde pequena o que significa dizer “ dois rastros com um pé só” e há certos campos em que se deve ter cuidados “ para entrar com os dois pés e não sair de lá de quatro”! Essas metáforas nem combinam aqui nessas passagens! Tenho a experiência vivida em conhecer o santuário de Aparecida, a oportunidade impar de ter superado o passeio de Catamarã para conhecer os Cânios de Xingô, ter sido contemplada com a viagem a Belém do Pará, ter visto de perto como vivem as pessoas na Ilha de Combú,  já podia me dar por satisfeita ´porque de História e Geografia, muita coisa eu só conhecia através dos mapas ! Retomo minha leitura, ao estado inicial e agradeço! Obrigada meu Deus por tanta concessão e alegrias! Por tantas emoções, ouso escrever para repetir: “Você está em tempo de testar possibilidades”! Agradeço!  Não importa em que campo do conhecimento, em minha vida, de viva, útil e animada, encontro espaço pra realizar sonhos! Soa estranha a expressão de quem nos diz quando viajamos “só para quem pode”, sim nós podemos; a impropriedade da fala, é uma falha na promoção de quem opta por outras vaidades! Aqui, posso dizer que conheci mais uma capital, uma fonte de juventude e inspiração para mim, destino bom, com muitos pontos a serem explorados, mas recrio a mensagem da amiga “as turbulências começaram mesmo antes de pegarmos o primeiro voo”. Sem detalhes e sem espaços, entre vírgulas pra manter o fôlego em contar até o final meus recortes e impressões sobre os filmes
Na igreja da Sé 


Não tracei objetivo para contar sobre monumentos, historias e memoriais, mas contarei e farei alerta sobre alguns passeios, e a necessidade de informar-se sobre as previsões do tempo antes de “navegar”! No primeiro dia de nosso passeio, conhecemos um pouco do centro Histórico, Elevador Lacerda, Mercado, Igrejas, Santuarios, Pelourinho, Memorial de Irmã Dulce, Farol da Barra cada destino bonito, escondia outro mais lindo, íamos descobrindo umas histórias dali, perguntando quando ficávamos na dúvida, debatendo, concordando , aprendendo, nos sentindo à vontade para não cairmos nas ciladas... mas ninguém tem “mapa da alma  de ninguém” e com a natureza por mais previsível que seja, não cabe ao homem definir ! Refletir muito sobre esse nosso passeio, pensar nas escolhas, e não se punir quando algo parecer está contra nós,  noutras vezes, seguir a ordem do coração. Há todo momento recebemos sinais. De um filme, tive a oportunidade de conhecer de perto o Memorial de Irmã Dulce e suas obras, ouvir os relatos, além das simbologias exibidas nas telas , a espiritualidade da presença, vê de perto suas vestes intactas, conheci não apenas a rebeldia da irmã ante as autoridades do convento, mas o amor se revelando em cada ação que ela praticava, ali estava presente a Santa, eu senti: na exposição a cadeira em que ela dormiu por quase trinta anos, cumprindo uma promessa; nos anos 80 a benção do Papa João Paulo II em seus dias finais, agora já sei o que a Bahia tem: uma  Santa que intercede por todos que recorrem a ela ! Saímos de lá renovadas! Entregamos nosso dia seguinte nas mãos do Senhor...


          E nosso Novembro apresentara os prenúncios de um futuro incerto; doce e inseguro ao tempo em que atravessamos a Baía de Todos os Santos rumo a Ilha dos Frades;alegria contagiante, felicidades em poder viver aquele momento impar,  atentas  às informações do Guia, Ilha linda, lá subimos a escadaria para visitar a Igreja de Nossa Senhora de Gaudalupe...   e para cada travessia, uma Ave Maria,  pensei comigo mesma por que não para cada alegria? Em meus cinquentas foi emoção demais pra um dia só! Quanto posso estender a mão, evoluir além das formas quando estou em perigo? Nosso retorno, incluía outra Ilha, a de Itaparica, e de lá, até chegarmos em terra firme “ o vento balançou nosso barco em alto mar”; sussurro de que um vento sul estava vindo em nossa direção, antecipou nosso retorno. E minhas crenças iam diminuindo quando vi que as pancadas de água eram cada vez maiores, fugiu de mim por alguns minutos a capacidade de discernir, pânico; concentração do comandante a cada declínio de nosso “barco”  transportavam-nos para outro local, foram os quarenta minutos mais intensos, divididos entre os choros, os gritos, expressões de desespero...  fomos escutados em nossa oração, até que o mar tenha se acalmado, e naquele hoje por questão de segundos , não havia esperança de um amanhã ! Naquele dia, julgamos que nosso guia bem que devia ter nos poupado de passar essa enorme travessia, emoções fortes podiam ter se transformado em uma enorme tragédia, um filme de histórias e lembranças vieram à tona em minha memoria, estranho saber que “somos instantes”, depois em terra firme, trouxemos para o centro de nossa conversa a lição da senhora da banca que nos atendeu e deixou de cobrar um item: “ dinheiro não compra vida” , ontem mesmo, o filho de deputado Y estava aqui, à noite num acidente veio a óbito... as algazarras de outros turistas desdenhando das forças da natureza, e por vezes ate ironizando nosso nordeste deram espaço para outro som, divagando em outros pensamentos, vi a Laura se transformando em várias para conter as irmãs que ao seu redor sentiam cada vez mais pavor! Era essa historia que eu pensei em contar em Novembro... Laura, Lene, Ozelita  e porque só “temos o hoje” outras sensações nos ocorreram, mas Novembramos e de uns dias pra cá quando me perguntam como estou, digo: cheia de vida, agradecida,  “ testando possibilidades” para fazer referencia a quem lembra-se de chamar pelo meu nome! Sem aliteração, e por menor que seja a fé: nossa gratidão!

 

 

 

 

Professora Lourdes , até aqui quantos doutores?


 


 Mês de Maio, mês de Maria de nossa Mãe que tem nos dado a mão nas travessias ... e  até aqui quantos Josés , quantas Marias partiram para o plano Celestial? Vivenciamos a intensidade de dias de dor, de tristezas, de saudades, de ansiedade, dias seguidos de luto, mas todos recompensados pelo amor de Deus com boas e bonitas lembranças;  cada um que nos deixou abriu uma lacuna em nosso coração, deixou uma marca. Na data de hoje em meu nome, em nome de milhares de pessoas que foram alfabetizadas, em nome da Ordem Terceira Secular, (Franciscana) devotos de São Francisco, em nome das centenas de profissionais da educação de nosso Munícipio, deixo registrada minha homenagem.

Professora Lourdes foi professora leiga de muitas gerações, a primeira turma do antigo Ginásio contava com ela pra tirar muitas dúvidas, foi a luz, foi a mão estendida, a critica literária, antes mesmo de sua formação, conjugar de cor e salteado em tempo e todos os modos. Quem ousaria desafiar? Morou por mais de uma década em São Paulo e quando retornou carregava no VERBO  e poucos de nós dávamos o devido valor !   Urbano Santos deve reverencia para com seu nome querida Professora Lourdes ... Tive a dupla honra de ser sua aluna por quem fui alfabetizada e sua colega de trabalho. Passamos no mesmo concurso em 1992.  Em 2007 , na escola Chagas Araújo organizei sua festa simbólica e cheia de carinho de seus 70 anos! Quanto de alegria e satisfação sentiu naquele dia, na ocasião pude dizer do quanto eu era grata pelas lições e os necessários puxões de orelha. Acompanhamos de perto sua lida até quando em 2015 participamos com você da Formatura  de seu filho, Enfermeiro Maycon Soeiro, a vitória chegou e você não cabia em si de tanta satisfação. Quanta alegria! Era seu maior orgulho. Mas somos testemunhas do quanto amou e preservou a amizade e carinho de todos os sobrinhos, deixa um espaço em branco em todos nós, nos irmãos de  sangue, nos irmãos da ordem Franciscana,  com quem compartilhava os momentos de oração e doação, era uma presença notável em todos os campos. Deixa lacuna nas escolas por onde contribuiu, deixa um espaço no coração dos irmãos em Cristo. Quando nos falamos ainda na ativa, eu dizia Professora , se aposente! Que nada ainda posso contribuir. E sua vida fez-se doação entre nós! Quando soubemos de sua internação, eu estava em recuperação, e soube igualmente de todos os cuidados e atendimentos , estávamos confiantes de que retornaria para nosso meio, até,  que o quadro se agravou e não resistiu ... Ficamos todos mudos e muitos tristes! Esse inimigo  maldito que tem levado tanta gente querida , veio traiçoeiro e lhe atacou ...


Assim nos diz a escritura, “Enquanto estamos tristes por causa da morte de um santo, o Senhor está se regozijando. Em uma certa ocasião, o Senhor orou dizendo:“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste” (Jo 17:24)

Professora Dulciane escreveu em sua página “alfabetizou a maioria dos médicos, engenheiros, psicólogos , advogados, professores, assistentes sociais filhos de Urbano Santos, sua historia será lembrada por todos nós”. Seu nome , sua historia, seus ensinamentos nós os contaremos.Ficamos tristes com sua partida, e mais entristecidos ficamos quando da chegada de seu corpo na cidade, quase todos dormiam. Era madrugada, um silencio na avenida, em todos as ruas, era um cenário de luto, o cortejo passou na porta do Chagas Araújo uma das primeiras escola em que você contribuiu, depois uma paradinha de um minuto na porta de sua irmã Raimunda e seguiu para sua morada final. 

A noite do dia primeiro de Junho anunciava sua chegada ao céu  e nossa tristeza . Em sua partida na conversa ali na praça, até aqui quantos doutores, professora Lourdes ?  E para não ficar em falta, e nem lhe colocar falta, em  tempos de pandemia não é permitido : Professora MARIA de Lourdes, PRESENTE ! Calei-me! Foi nosso adeus, nossa palavra final!  Descanse em paz ao lado do Pai! Conforto ao nosso Coração!

 

Missa de Sétimo dia de Professora Maria de Lourdes

06 de Junho de 2021

 

Vem pra cá José, Capitão ... “O Senhor te Chama”

Exemplos de Amor e fé
Era uma tarde de chuva quando ele partiu, todos os dias eram lindos porque ele sorria, e naquele dia 30 de Abril, era dia de comemoração, de aniversários, de lembranças e tantas gratidões  ! Queria poder retomar minhas escritas com uma boa reflexão, com uma indicação de novas leituras, somente afirmações saudáveis de como me curei da COVID,  algo que pudesse prender a atenção de que a lê. Mas no que tange à escrita desde já sou suspeita, e como dizia meu pai, “ dons mediúnicos” ou sobre profecias só mesmo o Jeremias.  Esse ano, em Julho mais precisamente faria oito anos da queda física de nosso pai, nossos esforços nunca foram em vão, por onde passou nos Hospitais Públicos sempre fora bem tratado, depois, em São Luis, conseguimos inseri-lo no Programa Melhor em Casa.  

nossas mãos não ficarão
vazias
Na tarde do dia 20 de Abril quando os sinais vitais de meu pai já não  eram perceptíveis, o médico do melhor em casa, ali já nos disse que chamar a ambulância podia ser muito tarde, “cuidem para que não haja intercorrências” mas José é forte  e Maria nossa mãe, cheia de fé, arrumava as coisas pessoais , os medicamentos, sabia que ainda não era a hora final . Na confiança fomos para o Hospital, e ficamos por ali, ate umas horas da noite quando o medico nos disse que naquela noite ele ficaria na Semi UTI .  Dia seguinte retomamos para fazer os plantões, até que na noite de  Trinta  o Senhor o chamou: vem para cá Capitão Sodré, alegrar o céu! Nós nos entristecemos, choramos, nossos lares perderam o encanto; o Margaridas, a Rua da Graça empalideceram com sua partida! Nós choramos tristes porque é da natureza humana; mas quanto de suas alegrias, de seus ensinamentos, de suas lições, de suas palavras e gestos concretos em nossas vidas e na vida de outras pessoas! Lembranças maravilhosas! Orientações para a retidão, nos dizia com muita frequência “ não basta aparecer sem ser”.   Testemunhos de lealdade e fé. Testemunhos das dificuldades que passou na infância e adolescência, não foi em vão sua passagem, meu pai! Foi em vida um grande exemplo para nós, deixou a farda por conta de perseguição politica, mas não perdeu o brio. “ Combateu o bom combate, acabou sua missão e até último segundo guardou a fé.”  Por aqui ainda deu tempo de encantar-se com  Maitê , por vezes ela mesma foi a fonoaudióloga, outras a fisioterapeuta, a médica do amor; o diálogo fluía, tudo era graça, par todos nós, encantou-se com as visitas de rotina do Theo, apenas trocavam olhares.  Imagino meu pai, nosso pai, chegando ao céu; deve ter sido uma festa.  Nós só temos a agradecer a DEUS pela caminhada  , pela missão que cumprimos juntos, pelo privilegio de ter tido um pai tão amoroso e cuidadoso com filhos , netos e bisnetos. Nós só temos a agradecer a DEUS porque nos fez entender que as nossas vidas precisam ser de doações e de solidariedade.  Obrigada às orações de fortalecimento de nossa mãe! “O normal é que a dor de teu irmão também te abata, assim nos dizia”! Obrigada a todos os  corações que juntaram-se aos nossos pra nos encher de força e esperança ! Obrigada aos nossos irmãos, a nossa mãe, aos nossos filhos,  aos nossos tios, aos cunhados, aos nossos primos , aos nossos amigos...  A vontade do Senhor é soberana e por mais que sintamos saudades , nosso coração se acalanta em saber que estás em paz. Nosso pai era carismático, personalidade marcante, sempre havia uma palavra de incentivo, quer fosse para nós mesmos, quer fosse para conhecidos e amigos . Foi nosso herói, um santo homem, um apaixonado pela  vida . Não se deixava abater ...  E nosso bom José fez sua última viagem no dia de São José operário, de quem era devoto. Nas horas de oração, no final da tarde, todas as vezes lembrava-se de São José  ! E eu teria páginas inteiras para contar sobre as alegrias, os orgulhos, missões , doação,  solidariedade , tanta coisa que aprendemos com nossos pais, mas o Senhor o chamou,
 José..

Marias 
E nosso luto se misturou a tantas outras dores, juntou-se a outros irmãos que no mês de Maio perderam filhos, pais, irmãos, amigos; e nosso luto foi de provação , logo dia 05 de Maio nosso sobrinho Victor nos deu um susto, teve que fazer uma cirurgia às pressas, depois do seu Sétimo dia, tive um mal estar, febre e dores no corpo, fui fazer o teste, estava positivo para Covid, e quando visitei o médico pela primeira vez, ele disse que eu não podia chorar. Como não chorar!?  E fui sendo fortalecida nas orações, nos cuidados de minha própria casa,  nos recebidos carinhosos: do café da manhã, da água de coco, do caldo de ovos, da sopa,  do almoço, do bolo, do mingau de farinha, do chá, do mel, na consulta com os Médicos,  na viagem para fazer o exame.  Muito grata a Deus porque não nos deixou sós, depois de mim , todos estavam doentes, exceto Maitê. E ali no quarto, ora a dor da saudade , ora a dor da doença, o abatimento emocional aumentava com as noticias de quem partia por conta do vírus , nosso querido amigo Raimundinho do Arrocha, lutou e não resistiu, e tão jovem foi também a querida Darlene Abtibol, e nossas lágrimas não secariam assim, e antes que eu tivesse alta médica , pelo vírus foi o irmão José Altanizio! Quem consolaria quem? 
   
da lição para a missão

                                                                E nosso luto, já era coletivo . E no dia do velório de meu pai, nossa tia nos lembrava dessa passagem “Senhor, permite-me que vá primeiro enterrar meu pai .Mas Jesus respondeu: Segue-me e deixe        que os mortos enterrem os seus mortos ; tu vais e anuncia o reino de Deus” . Entristecidos  ficamos com a partida da nossa companheira Professora Claudicéa Granjeiro, pessoa forte e tão querida cidadã de Belágua.  Antes de concluir, lembrei-me da história de José do Egito de suas visões e previsões e o Senhor, meu pai, nos dizia de outra forma “ quando a gente tem, lembrar-se de quando não tem”. E eu já estava sem palavra para encerrar minha crônica, quando soubemos da viagem final de seu José Pereira, pai do Professor Raimundo; tão logo essa nota; a profunda tristeza da partida precoce também pelo vírus da Nelcilene  Abtibol, a Nilcinha; e pra engasgar a fala, para calar ou protestar a sala, nossa tão querida Professora Maria de Lourdes foi chamada  e não faltou...Foi a triste partida.  Por aqui em nosso egoísmo nos abatemos e ficamos tristinhos, e o céu ganhou o Capitão, o Irmão, o Cantor, as Princesas, o Rei, a Cidadã, a Rainha, a Professora... e se até o último dia eu tivesse perguntado e como é meu nome: Coração e pulmão enchiam-se de orgulho:Professora Nilma Sodré!Nem oito nem oitenta, oitenta e oito, porque não é em nosso tempo! Obrigada ao nosso Deus pela missão na terra de nosso pai. Obrigada por nossa recuperação!José nosso pai, nosso filho, nosso irmão... saudades e gratidão! Rimos e choramos em nos lembrar das tantas chances que nosso Pai do céu nos deu. Não queremos nos perder no caminho! Estamos em paz ! Estejam em paz!


 


Recados dados: sinais visíveis e anotados


 

Estou com um escrito em meu caderno de rascunho há alguns meses, nele falo da subjetividade da foto, do fato... não publiquei porque não considerei nele nenhuma utilidade; deixei-o até que no decorrer dos dias em encontre mais motivos para publicar! É apenas uma dessas inquietações que rondam e a gente na precipitada atuação de escrever  pensa que “estamos certos”. No entanto, que importância tem trazer isso à tona por esses dias? Com quais respostas devo está pronta para as perguntas elaboradas e sutilmente já completadas? Nesses mais de dez anos de escrita, em que dou ou recebo meus recados, o que escrevo é apenas uma gota e  nem se compara com o testemunho de Madre Teresa !

Enquanto isso os recados vem sendo dados, em todos os tempos e espaços, nos campos de atuação e encenação, “ nas escolas, nas ruas, nos campos, nas construções” , nos bares, nas praias, nos trânsitos, ainda nas eleições ( aqui os homens de gravata mandam) e não há mais  tempo suficiente para consertar aquilo que não foi idealizado, é daqui para frente; conviver com as virtudes e as possibilidades   porque o paradoxo resume-se na  palavra aglomeração. Parecia que estávamos todos em paz, no controle remoto dos próprios homens, até que fomos convidados a entender o ensinamento  trazido pelas Escrituras  existe um tempo certo para cada coisa, um momento oportuno para cada propósito debaixo do sol ! Lembro que em Março de 2020 quando o mundo inteiro admitiu que havia uma pandemia invadindo os Continentes, e a Organização Mundial de Saúde declarou  estado de calamidade pública, de lá para cá, todos os Canais traziam noticias assombrosas, números avassaladores de vitimas fatais, de contaminados e de suspeitos, da ausência de insumos básicos, dos descasos e do possível caos que podíamos enfrentar ! Isolem-se ! Confinamento já! Distanciamento Social! Máscara! Quarentena e tantas outras palavras somaram-se ao nosso “trivial vocabulário”.  Em minha escrita, nesse mesmo mês, (ano passado)  fiz relação com o filme Ensaio sobre a Cegueira,  nele a metáfora implícita da falta de visão do homem que não enxerga aquilo que prefere não compreender, inclusive a si mesmo! “Pegar a visão” como dizem os mais jovens sobre a proliferação desse vírus tem sido árdua tarefa.  Atravessamos o ano inteiro nesse ensaio, aliás, um  parte do ano, por mais solidariedade, por pessoas mais empáticas, por um mundo mais humano, pregamos tanta coisa em forma e conteúdo para que ganhassem vidas e de fato fossem inerentes às nossas presunçosas condições humanas. Todos ecoamos  vozes de otimismo, de esperança, de fé; desejosos de que houvesse um trajeto mais seguro, uma caminhada menos dolorosa,  orientando através de medidas protetivas, massificando o uso de EPIs, sinais visíveis de que os flyers  estão sendo anotados, clamando por um “se houver amanhã” , com a sonhada cura, prepotentes como se ele nos pertencesse.  

foto cedida Blog Aconteceu
virou Noticias




No entanto, os recados continuam sendo dados, através dos grupos de whatsap, pelas redes de transmissão, endereços de email, nos perfis de facebook e instagran , tantos outros aplicativos úteis e necessários, nos canais televisivos e nada mais chegavam ao destinatário  atrasado, porque nos foi dado a condição de remotamente;  ganharam mais espaços nas mídias e em nossas vidas, os momentos culturais:  os poemas, as canções, as lives solidárias, os deliverys. Sim, e a gente parou para ver que há muito tempo “ o mundo estava ao contrario” não havíamos reparado , porque estávamos ocupados com nossas imperiosas vontades! Quanta arrogância ! Quanto ódio difundido! Quanto egoísmo! Crescente ganancia pelo poder! Injustiças! Calamidades crescentes  entre nós, e isso era normal?  Os  recados das maneiras mais distintas  vem sendo dados, os destinatários não acessam com frequência suas “caixas de entrada” deixam passar em branco! Ainda bem e em tempo, muita gente passou a usar as mãos, na arte culinária, no cuidado com as plantas,  com as mudas e com os frutos; nas costuras, nos crochês, nos tricôs, nas aplicações e ponto de cruz; nas elaborações de poesias, na composição de novas músicas, novos canais, nas tecnologias! Reinvenção! Clichês! Adequação! Sugestão!  Composição! Diálogo! Construção! Clichês! E assim, “ no dia em que terra parou” houve um combinado , vamos permanecer  de “ mãos dadas” até tudo isso passar ! E não passou! O homem sonhou, e demasiadamente toda arrogância voltou, quiçá na mesma proporção do vírus ! 

 E assim, nós aqui de nossa janela podemos ainda Graças a Deus presenciar que  “ a cura está no coração” são oito anos de um pulmão totalmente enfraquecido, da imobilidade física, da ausência de voz,  indo e vindo nas visitas e de plantão, aqui não tem vale tudo, porque vale a sensibilidade das Marias mães e irmãs,   porque o que vale para  nós é a presença  de um coração amoroso  que  deixará um testemunho imenso e de lições numerosas , “o combustível esta caríssimo e é tão pesado abastecer... mas é muito mais, empurrar um carro”. O que isso tem a ver com essa onda de pandemia, contaminação e tantas restrições? Há exato um ano, perdemos amigos, perdemos parentes, outros tantos ficaram com sequelas, perderam empregos, não tem “o pão nosso de cada dia”; o que isso tem afinal a ver?  Tem uma gota, e se cada um fizer a sua parte voltaremos com a mensagem de Madre Teresa  “o que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”,  que a gente consiga proliferar o bem, pelo caminho da sensibilidade, humanizando e inspirando pessoas , porque de apontamentos de pedras, de  dedos e de armas , não é esse o recado que eu quis. Cuidemos enquanto há tempo para que não seja tarde demais para a reprovação! Recebidos com sucesso, de onde estou ...

 


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