Nesses dias, desde o dia 30 de julho, guardo
assunto e motivações para escrever. Podia dessa vez, começar do meio ou do
final dessa história; tempo mais uma vez de colheitas, em decorrência dos
terrenos férteis, continuar semeando! Fiz um pequeno percurso logo pela manhã
rumo a convenção de nosso partido e com um justo orgulho as pessoas tomavam
assento, sentiam-se privilegiadas de participarem daquele momento... e o nosso
discurso era uniforme “ nenhum de nós , nessa trajetória, no cenário politico
consegue grande coisa , se na hipótese de mudar de opinião , não contar com
outras mãos”. No calor dos abraços, dos climas entre pessoas, nas concentrações,
nos bastidores, nos palcos, é possível que haja uma diferença: há os que
agradecem pela existência das pontes, e os que concentram forças em suas
próprias vaidades. É uma escolha!
Depois do saboroso almoço, servido entre
amigos, mais tarde, peguei minha bicicletinha , sai
rua acima para visitar duas
pessoas especiais para mim... inicialmente uma delas não estava, adiantei uns
passos; chegando lá, nossa conversa inicial foi sobre o sucesso da convenção;
contei-lhe de minha frustração de quando fui candidata a vereadora há vinte
anos, de minha resposta áspera e muito mal educada para uma autoridade
autoritária, das lutas iniciais de classe, entre 2004 e 2007 com o Professor
Raimundo e Professora Paizinha para a
criação do núcleo sindical; disse-lhe das vezes que fiquei no vácuo,
compartilhei de minha leitura e releitura do livro Pollyana !Que leitura sadia!
Tanta coisa boba e mal feita nesses cinquenta... vale a pena contar? Para mim, Vale...
ainda teve a nossa história de 2004 quando só nós, apenas nós saímos às ruas de
vermelho , na candidatura da Julia Almeida, e outras que nem contei, de ir e vir nas garupas de motos, para a zona
rural, de adormecer na calçada até o dia clarear ; ocupei por equivoco as
primeiras cadeiras, fui hostilizada por minha disposição e opção naquele
período e no cenário. Na minha história,
na história do município de Urbano Santos houve o trinta de julho, em que mais uma vez,
com redundância, tive orgulho em vestir a camisa vermelha! De ouvir e ver bons
nomes repetidos, de perceber a chegada de novos sangues, de somar ,de
multiplicar porém, e especialmente de compartilhar ! Não trago declaração ou
reclamação velada de ninguém para ninguém, eu me comprometo sozinha, nessa
hora! Vesti vermelho porque tenho clareza de minha contribuição e participação no
cenário. Vesti vermelho porque sei do esforço que há para o “educar e empoderar
-se de politicas publicas.” Nós
perseguimos a qualidade, prosseguimos na boa hipótese de que em cada um há uma
importante contribuição a ser potencializada. E como nada é consensual entre todos
os pares; o que Vale sob minha ótica é
no dizer de Freire, uma “reflexão para a ação” da coletividade, da concepção
afetiva sobre si mesmo e sobre os outros! Saio dali, com esses pensamentos, “tomando
pé” sobre minha parcela de soma, tomando
consciência de meus comportamentos, da suposta arrogância, de decisão
interior... arrisquei “ pernas, para que as quero”? _ para isso, para imprimir
marcas, para apressar meus passos e encontrar condições favoráveis às relações espontâneas,
às considerações sobre aquilo que desafia a humanidade. Pegar minha bicicleta , retornar...
Da arte sobre a arte, de mãos que pintam |
À noite, colori, vesti outras cores, conheci a
pequena Lavinge e uma mãe atenta às descobertas, às realizações da maternidade, os anjos em vida...entendo , na conclusão da escrita, se misturo, quando
falho, nas vezes em que sou omissa ou conivente com alguma inserção, mais, há
controvérsias entre algumas falas e outras atitudes, no entanto , quem nessas
circunstancias não convive diariamente com esse paradoxo? Agora, preciso aliar
essa minha “crônica”, aos meus exercícios, às aplicabilidades, às divergências ou
às promissoras ideologias, são latentes em mim. Aprendi equação muito cedo,
ainda no ginasial... É disso que falo, digo, ou faço para dirimir
ressentimentos . Retomei para a minha leitura de Pollyana , no enredo traz os
ensinamentos de altruísmo adquiridos nas lições com seu pai “veja sempre o lado
bom das coisas”, a ausência de telas das
janelas fez com que a pequena menina visse outras belezas... porém ela perdeu
os movimentos. Nessa lida , lembrei-me de minha ida para visitar meus pais,
firmes e fortes, cheios de fé, dão cores às nossas vidas, dão confiança para os
desafios parecerem mais cheios de graça. É sobre isso que aprendemos! É isso
que valorizamos! E hoje eu dizia numa fala minha, citando minhas leituras, meu
pai nos encorajava da seguinte forma: “ Quando Deus fecha uma porta, Ele abre
janelas”, profecia para todos os otimistas .Nossa Maria caçula se esquece
disso: de pessoas que são pontes, da abertura de janelas, e outras tantas
gentes que nas primeiras chances, batem às portas, fecham as janelas.
Isso dito, levo em consideração que sou
professora há mais de vinte anos , peço desculpas àqueles que negam nossos
ensinamentos por eu não ter conseguido
compartilhar grandes transformações, " as vezes a gente pensa que ensina alguma coisa que sabe", fiz cinquentas e não sei se ainda terei
mais vinte para reparar esse grande desperdício, por ter ocasionado um descaminho, porém me convenço de uma
coisa, essas miudezas não devem mais servir para nós que temos espirito elevado, precisamos
nesse tempo, porque ainda há tempo, “arder em caridade” como foi ensaiado pelo
Apóstolo Paulo, aliás, em todos os
lugares há sujeitos anônimos precisando de nós, de nossa caridade, de nossa gratidão, de nossos reconhecimentos. De minha gratidão a Deus por
tantas mãos em minha vida, recortar Fernando Pessoa “ Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Trinta de julho... da arte,
sobre a vida, sobre a arte, de mãos que pintam, que escrevem, de quem imprime
marcas, de todas as formas de pontes, daquelas janelas... de pessoas que
insistem em desconhecer. Uso outras tintas no cabelo, visto outras cores! Sigo meus passos... PT saudações.
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