À margem direita do Rio Mocambo
há 83 anos, Urbano Santos fora
elevada à cidade, acorda hoje para agradecer, ouvindo as troadas de foguetes
para homenageá-la, para saudar os filhos e filhas desta terra que por ela
mantém respeito. De nossa parte, entendemos que as proficiências não nascem de
uma hora para outra, mas a partir delas, gradativamente seremos capazes de
minimizar os índices de desempenho e a trilhar por caminhos que não sejam da
opressão, do medo, do dissabor. Percebo que apesar desses 83 anos, nunca é tarde para
que se projetem novas mudanças, outras histórias, um amanhã com diferentes
experiências.
Ouve-se tantos dizerem: “a voz do povo”, “a vontade do povo”, “amor ao
povo”, mas quem a ouve? Quem a respeita ou quiçá respeitará? Trago um recorte
bíblico que traz um ensinamento sob minha ótica, bem oportuno; o Senhor
recompensou Abraão com a terra prometida, dizendo-lhe “ Ergue os olhos e olha,
do lugar em que estás para o norte e para o sul ... toda a terra que vês , Eu a
darei a ti à tua prosperidade”. Desse modo, ao longo desses 83 anos é necessário
que os homens percebam que lhes é oferecido a oportunidade para sair dos planos
da promessa e entrar na terra que será para todos e para a concretização de
sonhos. Lembrando que aos que amam a cidade jamais será negado o direito de
amar e ser amado, respeitar e ser respeitado; o Rio Jordão representa a metáfora para a reflexão de nossa incredulidade, e a
terra prometida não precisa ser igual a Canaã (não ter nada) pelo contrário,
tendo que seja mantido para a prosperidade de seu povo.
A nossa mensagem nesses 83 anos, não se fixa apenas na parábola do Rio
Jordão ou da Terra Prometida, fixa-se ainda, no histórico da cidade, na
manutenção da cultura de um povo, no respeito ao próximo, na sensibilidade para
o reconhecimento de avanços, na possibilidade de ouvir e ser ouvido; na
reformulação de pensamentos, no projeto de recomeço, na valorização
profissional, na capacidade individual e
coletiva , na trajetória de um
aniversário que perdura pela bravura dos filhos de alçarem um passo para o “
juntos somos mais”; portanto esse 10 de junho não cairá no esquecimento, Urbano
Santos, teus filhos respeitam tua história; pois alguns sonhos que pareciam tão
distantes podem ser construídos ao passo que lhes são permitidos.
Por último, devo ter dito que essa mensagem é para todos nós cristãos,
cidadãos, irmãos, para construção de novos saberes, lembrando que nem todos
constroem, uns querem apenas usufruir , destruindo, apagando o que há na
memória, descartando a cultura e a história, sem se dispor a servir para
agradar ao próximo. E, entre nós não há o Rio Jordão, mas as margens do Rio
Mocambo, que deu origem à nossa cidade, nelas, aprendamos a nos renovar, a
encontrar na terra prometida forças para enfrentar os declínios e
incompreensões, abrindo mão de projetos
pessoais, posturas, posições e para todos aqueles que cantam, levantam, marcham,
convidam, declamam a pergunta que nesse ato não terá muito sentido
é : Nessa terra prometida, quem a
respeitará?
Nilma da Silva Sodré
sodrenilma@hotmail.com
3 comentários:
Parabéns pelo Blog, certamente, o povo urbanosantense tem um excelente espaço de aprendizagem e troca de conhecimentos. Vou divulgá-lo.
Abçs.
obrigada! Algumas vezes, edito texto de meus alunos para publicá-los aqui; sempre acho que vale a pena ler muito e escrever mais ainda.
Parabens professora...não podemos esquecer a história e memória. Eu, como estudante de História, entendo que tenho que dar um retorno pra minha cidade, assim fazendo da historiografia um respeito a nossa terra.
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