Independência: uma via para a transgressão


Houve um tempo em que pensei que pudesse  escrever sobre história, organizar saraus, festivais de poesias, concursos literários, gincanas, publicações,montar bibliotecas; houve um tempo... Ele passou e agora não percebo em mim mais nenhuma euforia para que esses antigos desejos se realizem. Resta saber o que houve com o ânimo que existia  em mim outrora em falar de história, poesia, saraus, festivais, gincanas etc ?Terei despertado para outros interesses ou por que me vi acuada diante de minha fragilidade humana? Mais, terei dado conta de  minha falta  de compromisso com a coletividade?
Quero que deem certo todas as iniciativas, a democratização, a descentralização, a participação coletiva e penso muito sobre isso, sinal de que não perdi o interesse total pela política embora veja com outro olhar os resultados da emancipação politica, da democracia e do exercício do poder; e esses termos já seriam suficientes para a concretude de um cenário qualificável para onde deixo descaminhar meu ideal. Por outro lado, o lado que é minha intimidade e se acompanho o pensamento de Cecília Meireles: “eu não dei por essa mudança”, em que estação deixei perdidos meus sonhos, meus ideais? Chega um tempo em que as rebeldias e desventuras não são mais bandeiras de lutas, de independência ou de transgressão; tempo em que novos nomes surgem, novos olhares acompanham os fatos, outras mídias fazem registros.
Devo ter cansado de minhas próprias condições, não por fracasso, porque a luta continua  e se olho para o passado com lembranças boas do que vi e vivi historicamente, digo que  sou muito grata a tudo que conquistei e fui capaz de exercer aqui em minha cidade, algumas vezes sem nenhuma qualidade, sem experiência, com as instruções e boa vontade de um ou outro;com os olhos nos livros, nos papeis, com as palavras daqueles mais experientes,  penso que tenho recebido as doses diárias daquilo que mereço: nada de extraordinário; e se, por exemplo, estou hoje em um partido é por uma escolha consciente minha, torcendo para que os interesses coletivos, na prática, sejam maiores do que as palavras;porque entendo que o "grito de liberdade" deve  soar todos os dias, o grito de liberdade não deve ficar preso à garganta,às campanhas,  às pessoas, aos grupos, às associações... 
O próprio grito que se intensifica pelas ruas da cidade serve de especulação para que se percebam novos modelos, outras experiências; sem medo de ditaduras, de opressões, de tiranias; portanto, longa vida aos que levam a sério o uso do poder e usam  a transgressão para validar direitos, deveres, qualidade de vida, oportunidades, melhorias habitacionais, perspectivas; anulando as perseguições, os descasos, as falsas promessas porque já raiou um novo tempo e como mudei bastante o rumo de minha prosa, copio o que foi dito anteriormente por algum filósofo “ o finito é breve”  subscrevo ainda um dito que se repete nada dura para sempre. E essas minhas palavras soltas, independentes, nesse dia  07 de outubro é minha via para a transgressão.

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