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Meus melhores mestres |
Iniciam-se os dias, as semanas, os meses... Terminam
os dias. Hoje são
quatorze semanas. Eis
que as minhas impressões e meus motivos ainda não mudaram muito; ainda assim
estamos em outubro, mês de festas: São Francisco de Assis , Nossa Senhora
Aparecida, Dia das Crianças, Dia do Professor, Aniversário de minha mãe...Prometi
para mim mesma que nessa data não falaria sobre a internação de meu pai. Mas
como, se transformamos nossas horas, nossos dias, nossas esperanças em desejar
a tão querida recuperação? De que maneira se justamente hoje completam três
meses, quatorze semanas de sua queda, resultando sua internação?
De igual modo, não são poucos os momentos de bons
aprendizados que obtivemos com nossos pais; nossa mãe com sete décadas bem
vividas é o que posso denominar de “epicentro existencial” de minhas
conquistas, de meus percursos, de minhas versuras e de meu prosear simplistas. Convivi
com isto desde muito cedo: com os atributos adquiridos nas aulas do curso
ginasial, com a essência de conjugações verbais no Português adquirido por Pe.
Xavier, com as concepções de metáforas e eufemismos compartilhados nos ditos
populares por meu pai, com a coerência e motivação constantes de que devíamos
SER, antes de TER, de dominar as artes domésticas para saber fazer. Todas essas
nuances me dão a convicção de que através dessas sensações, registrei meus
primeiros versos. À semelhança de outros nomes, meu pai nem concluiu o Ensino
Médio, minha mãe fez o Magistério, isso não os torna menos credenciados, pois em
cada linha que escrevo , noto o quanto de ensinamento e de emoções trago dessa
convivência; dessa sabedoria e essa é sem dúvida, minha melhor parte.
Assim, no alvorecer do dia dez de outubro, comemora-se a passagem de aniversário de
minha mãe, sob os princípios da fé cristã, a firmeza de mãe e de mulher, de um
caráter profissional que lhe imprime a melhor parte de ser humano; de maneira
que os nossos motivos são de agradecimentos, ainda que, com a mesma fidelidade
estejamos todos nós às quinze horas para a visita diária de meu pai; nessa data
o que se materializa em mim é o amor fraternal, a capacidade de rever
princípios, de identificar o sentido do verdadeiro SER. Para mim, sempre cabe
razão aos que definem sobre o valor dos pais, dos ensinamentos, em Provérbios
encontramos “Educa a criança no caminho
em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”, nesse caso, a disciplina não deve
vir dissociada do amor maternal, da conduta cristã. Não terei tempo de trazer uma homenagem digna
aos colegas professores, trago antes um recorte para parabenizar minha mãe e um
contraponto de uma canção que ecoa em meus afazeres diários “na sala
de aula é que se forma um cidadão, na sala de aula que se muda uma nação”; prefiro acreditar naqueles que dizem ” é nos lares constituídos à base do amor, em
que se deixa claro as diferenças entre SER e TER, é que se formam bons filhos,
bons irmãos, bons exemplos, bom cidadão , bom cristão”. De minha ótica, ainda
estou em tempo de promover essa disseminação.
Por mim, sei que não sou o melhor exemplo, nem
pretende apresentar ensaio para formadores de opinião, não defendo tese, aliás,
sou filha, sou mãe, sou mulher, sou cristã, sou professora, sou cidadã, e nesse
mundo em que “o ter parece valer mais” preciso sinalizar de que cuido para ser
mais humana. Essa é minha homenagem em tempo, aos que para mim continuam sendo
os meus primeiros e melhores mestres: meus
pais. À minha mãe, parabéns! À Nossa Senhora Aparecida o pedido de
que
derrame bênçãos sobre a vida de minha mãe, fortalecendo nossos vínculos,
abençoe nossas crianças, proteja todos
nós, professores; ao São Francisco de Assis que nos dê força e
continue sendo nossa sustentação diária.Nessa festa, minha expressão.