Toda vez
que trago um novo texto para o blog, procuro minimizar a linha tênue existente
entre “a lógica e a emoção”, no entanto pelo que me dizem, não é isso que dá
credibilidade à escrita, apresenta respostas convincentes sobre aquilo que
escolho escrever, aliás, ouvi dizer, que escrevo só besteiras, e até concordo, porém,
o pensamento floresce é na informalidade, em minhas alienações;
as pessoas criam uma certa empatia por
essas palavras , sérias ou não e por isso se dispõem a ler o texto (penso assim) e a divulgação desse, não deixa de ser em última
forma a exposição de quem o escreve.
E o anjo anunciou |
Não sei se
na contramão, no entanto, depois que refiz algumas leituras de meu próprio
livro, atentei para alguns dizeres escritos há três anos, em “ E o
anjo Gabriel não habitou entre nós”,
escrito em momento de quase total esterilidade, da inversão de valores, da
indisponibilidade de resiliência, a desesperança em gestos humanos; naquele
dia, voltando da casa de minha meia irmã, vestir-me de roupas alegres, festivas,
comecei a escrever não sobre ficção, mas uma história compromissada com a fé,
daquilo que eu ouvira de meus pais, das leituras feitas na Bíblia, do que a
gente aplaude entre um ou outro ídolo; todos os sinais de raiva foram perdidos
quando sentei-me para escrever e pude dizer: JU não desista de você! Repetidas vezes, pedindo que
acreditasse, confiando que o anjo Gabriel havia vindo para salvar vidas. Que
aquele momento sombrio passaria e uma luz surgiria para o compartilhar de novas
caminhadas porque todos superam a dor da perda ! Agora que vejo essas palavras
postas, sem materializar nenhum gesto, me parecem poucas; e penso todas as
vezes, “bem que eu podia ter feito mais”. Espero sim, muito mais de mim mesma,
porque o cortar a carne, nas artes ou em representação não dói nem um pouco.
Desta vez, três anos depois, fui tocada por uma
feliz coincidência, quase na hora de sair para visitar a linda Vitória, lá, o
riso fácil refletido no semblante da mãe, a mão exposta para “dar a bênção” ,
os pequenos objetos espalhados, os brinquedos...e na parede da casa em letras
bem graúdas o nome do anjo que de
passagem ensinou sobre amor materno para nossa meia irmã. Depois fui à Escola
Santa Maria Bertilla para a divulgação de meu livro com alguns alunos e mais
uma boa lição de alegria, de gratidão eu trouxe dali, e essa publicação de
agora quando a finalizo é para repetir que “ a esperança é sim a penúltima que
morre” , que precisamos ser correntezas de fé, que o plantio em terrenos
férteis trazem bons frutos. E como me foi dado a chance de poder contar essa
história e eu nem sabia sobre o título, mas me antecipei em dizer: És tu
Vitória, a Maria cheia de graça ; vieste para espalhar amor, deixar rastros
luminosos em palavras e gestos. Salve! A promessa está sendo cumprida.