Debate STTR _foto de Iran Avelar |
Desde o inicio da república, os brasileiros assistem de longe aos
passos políticos e decisões de seu país; de um lado, há os que dizem detestarem
política ( virando lugar comum) de outro, aqueles que gostam, discutem,
participam, comprometem-se, no entanto ao terem a chance de exercerem
cargo executivo ou legislativo não
sentem nenhuma obrigação em compartilhar de suas decisões com quem o ajudou no
percurso. É preciso pensar e pensar muito sobre isso.
Esse ano, ano de eleições municipais, ouvimos pelos corredores, nos
noticiários, nas repartições, em diferentes ambientes, frases absurdas de
eleitor (alguns bem esclarecidos) ora falando em não votar porque não ganha
nada, portanto, pedirá algo pra qualquer um dos candidatos; ora citando os
escândalos da corrupção, disseminando a homogeneidade de siglas, pessoas,
estereotipando-as com a ideia de que todos são ladrões; e ainda, detonando o
candidato, valendo-se de palavrões, ofensas pessoais, acusações levianas,
promovendo a ira e as desavenças entre pares. Porém, os tempos mudam: os
interesses, as disposições, os cenários não serão mais tingidos com as mesmas
cores, e se não for farsa pelo próprio sentido incorporado da palavra democracia, hoje a iniciativa do debate
conduzido pelo STTR (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais),
somando-se à participação dos candidatos significa um grande passo e a sensação de que os leitores e eleitores não podem ficar à margem do processo de
(des)alienação, adotando um discurso de que só seu candidato estará mais e
melhor preparado para o exercício legítimo do poder.
Persigo a ideia de que o fato de os três candidatos a prefeito(a) de
nossa cidade participarem efetivamente do debate já foi uma grande vitória;
afinal, o processo eleitoral precisa disso: os eleitores, os partidários, os
apaixonados devem conhecer outras faces além daquelas bem treinadas para
discurso em palanque, precisam perceber que o candidato-politico não atenderá
apenas interesses de um ou outro individuo dentro de seu partido, atenderá sim,
de um grupo de pessoas que sentem as mesmas mazelas e algumas vezes são
excluídas. Vi e ouvi naquele debate,
respostas excelentes, outras, até meio
por fora como se o candidato desconhecesse “o sabor das massas e das maçãs”
vivenciado pelo trabalhador dessa terra, lamento que para alguns as palavras soem tão alto e que as ações
fiquem presas, contracenando com a disparidade do discurso
Portanto, se alguém me perguntar sobre esse estranho título, terei
dito: somos apenas humanos, limitados, sempre em processo e como não somos
simultaneamente santos, sábios ou loucos, procuremos defender ferrenhamente
nossos direitos, nosso exercício de cidadania, lutemos para que nossa escolha, dessa
vez, faça ainda mais diferença, despertemos para a necessidade de alternância
de poder, da qualidade de vida, da prioridade pelo bem comum e admitamos os
antigos ditos populares “nenhum mal e nenhum poder dura para sempre”. E agora,
parafraseando a canção de Tim Maia, se Urbano Santos inteiro me pudesse ouvir,
teria muito para contar, dizer o quanto aprendi com aquele debate. Assim, terminar dizendo,
que aquilo que está evidente para mim, na ordem da razão e da emoção não está
da mesma forma para o outro, e se alguém quiser discordar de algum aspecto; eu
devo dizer que não apresento respostas e nem todas as percepções acerca do
debate, admito aqui apenas umas ideias, sintomaticamente entre santas, sábias e
loucas . (E mais: não é fácil trazê-las).
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