Fonte:Iran Avellar |
Ao falar sobre minha cidade, quando resolvo
homenageá-la, a cada vez trago uma adesão, outros sentidos, um novo olhar, outra
história. Pelo que acompanhamos aos que
estão atentos e parafraseando Heraclito nós não somos os mesmos a cada
amanhecer; dia após dia somos “obrigados” a pensar de maneira mais otimista, a adotar
outras prioridades, solidarizar-se, conviver, tolerar, fazer escolhas, e com a
cultura de um povo essa teoria defendida pelo filósofo não podia ser diferente.
De leve, dou
uma breve olhada nalguns textos que escrevi ao longo dos tempos para homenagear
Urbano Santos, vejo momento de extrema incredulidade, num round entre o que temos de
bom e o que queremos para nossa cidade; momentos em que minhas palavras soam
bastante emotivas ao falar de nossos rios, de nossos descasos e as agressões
constantes. Fiz textos em versos, em prosa, usei outros modelos, sempre
mantendo minha identidade, de iniciante ou aprendiz; outras nuances não
representam alienação ou desapropriação de conhecimento; para mim, mesmo os que não gostam de minha
escrita, vejo como uma maneira inteligente de fazer suas escolhas. Hoje quando
escrevo, por exemplo, falo a respeito de minha poesia, de meu comportamento
diante dos fatos e das histórias de meu município, é uma opção minha. Afinal, o
que ficará de nós nesses anos todos de trajetória se não tivermos uma única vez
coragem de posicionar-se diante de um fato? Mesmo não sendo pesquisadora, qual
sentido pretendo dar para a minha participação nas comemorações desse aniversário?
Em 2012, aliás, quando escrevi “Urbano Santos terra prometida...” provoco em nós a
necessidade de rediscutirmos as oportunidades; de pensarmos nos desafios sem as
frustrações pessoais, de continuarmos sedentos pelos compromissos; de preferirmos
os ganhos coletivos; de desejarmos a festa, as inaugurações, mas de escolhermos
o modelo de gestão que pretendemos construir; de sabermos olhar para tecer vidas, para sermos multiplicadores; de propagar que o lugar é nosso; de que o cuidado pela prosperidade depende de nós !
Ninguém dá conta ao mesmo tempo de todas as coisas, a cidade cresce, as mídias
são outras, as divisões administrativas e geográficas sofreram alterações. De
repente, depois de tantas mãos talentosas, passaram-se oitenta e quatro anos, e
nossa cidade não são só dissabores, nos índices, não apenas maus tratos, descompromissos ,gestos provincianos,
violência urbana, “pão e circo” , somos
capazes de fazer parte dessa reconstrução; os tijolos e alicerces tem as nossas
marcas; as tecnologias nos levam para tantos lugares. Se olharmos um pouco para
trás encontraremos em nossas lembranças, fatos que estão apenas em nossa memória,
como se fossem lendas. Outros olhares, outras determinações contribuíram para
nossa chegada até aqui. E então: esse pequeno recorte não faz parte da história?
Logo, depois de ouvir e ver cada uma das
homenagens, de louvar e agradecer na Santa Missa, de cantar ao som do Coral
São João, das bênçãos de Maria, das lembranças de São Pedro entendi com uma
mensagem bíblica “ Enviarei à tua frente
o meu mensageiro; ele preparará o teu caminho”, confio que essa
história e todas as relações nela contidas agregam valores para uma melhor qualidade de vida, para o alavancar da prosperidade
econômica, por uma valoração digna de
bens patrimoniais, pelo crescimento agrícola, pela superação de defasagem e
distorções sociais, pela adoção de melhores atitudes, pela constituição da alternância
de poderes, por outras vozes, nova aquisição de direitos, pelo cumprimento de
deveres, pelas projeções acadêmicas, pela massificação da informação,pela democratização de mídias, pelas
revitalizações ... é claro que esses meus sentidos não completam os mínimos desejados
por nós, porque almejamos e merecemos muito mais, “porque ninguém dorme nossos
sonhos”. Assim... e para você quantos sentidos e quantas histórias cabem nesses oitenta e quatro anos da cidade
de Urbano Santos ?Parabéns, minha terra querida; essa é minha homenagem.
Um comentário:
Terra amada e abençoada, como não ama-la! Tenho orgulho de pertencer a esta terra e de fazer parte dessa historia. Historia essa que não termina em 84 anos, mas que continua e continuará perpetuando por muitos e muitos anos.
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