Ler:
se eu quiser aprender, você me ensina? Confirmadíssimo; é para essa pergunta que
temos que encontrar as respostas. O
nosso I Fórum de Leitura apresentou
algumas alternativas de respostas, promoveu a discussão de que é necessário
aprender muito sobre todas as coisas; as nossas proposições ou indagações
acerca do projeto refletem justamente isso : o acúmulo de experiências e
formações não tem nos credenciado suficientemente para expor nossas
capacidades, nossas fragilidades, “nosso
saber fazer”. Em tese, esperamos sempre um padrão de resposta, um paradigma
desenhado, um desempenho qualitativo lógico, uma definição coerente, uma
inspiração importada, tudo muito certo, decifrado... aí eu deixaria uma
pergunta: que graça teria se houvesse nesse evento um único modelo , sem possibilidades
de reescrita, de reinvenção, de redefinição?
Com
essa geração e todas as demais tenho aprendido inúmeras coisas, tenho
prevenido, tenho compartilhado, assumido a inutilidade do orgulho; tenho sido
surpreendida, ora servindo de modelo, ora sendo execrada, continuo com o mesmo
comportamento esquisito, com hábitos similares aos demais humanos; diante
disso, posso sentir-me bastante feliz se dessas ideias expostas eu conseguir inspirar novos hábitos, construir novos
leitores, conduzir pessoas à projeção efetiva de um novo olhar. Não será
através de gestos análogos que começamos a mudar o mundo? Não será de um
primeiro passo que percorremos longas caminhadas? A edição desse fórum não
nasceu pronta, abordou temas conhecidos, abriu espaço para os mais distintos
leitores, ouviu, acreditou, revelou talentos; de tudo sempre fica um pouco,
ficou um pouco das possibilidades para
educar melhor, da UEB Profª Assunção; das paródias e coreografias do Paulo
Diniz, do Sítio do Meio , da Lagoa dos Costa; das peças teatrais do Emília Melo, Pontes de Aguiar ,do Povoado Cajueiro; do Laura Costa, do Deus é Amor; declamação de
poemas do CC Santa Maria Bertilla, da palestra da professora e advogada Norma
Silva “ O direito social à educação..”, considerando a palestra o elo entre
aquilo que estávamos propondo e os trabalhos que somos capazes de produzir; é isso: a discussão deve ser para nós aquilo que
temos condições de fazer pelo nosso
aluno.
Nesse
espaço, não há razão para esquecer-se de nada, a gratificação que tivemos com a
apresentação do Jornal da Água, com as alunas Ana Patricia e Viviane, do
povoado Lagoa dos Costa, foi da mesma proporção com as exposições, com as cenas teatrais
do Colégio Dr. Magno Bacelar, com o boizinho “Encanto de Criança” do J.I Alice Araújo,
da UEB José Soares Mendonça, do Povoado Serraria; com as oficinas, acontecendo na UEB Emilia Melo, com as apresentações
culturais,as contribuições da comunicação, com isso, a partir da conversa proposta pela professora Norma ,
entre a argumentação de uma teoria e outra, convergimos nesse sentido “o quem
tem realmente impacto no desempenho do aluno é o professor. Professor no
sentido de sua formação, carreira, motivação, valores. O resto é residual.” Essa
iniciativa falou disso: do direito básico de ensinar a ler e escrever, procurou
cumprir a responsabilidade de que somente através da leitura é possível adquirir
um novo olhar, disse ainda que é papel nosso alcançar essa projeção; o I
Fórum de Leitura vislumbrou o espaço não para o apontamento de críticas, mas para a
divulgação de experiências e sugestão de alternativas .
Como sou bastante suspeita, não espero “está
bem na foto” pretendo antes, conduzir nossos colegas para a produção acadêmica,
para os registros de artigos, para a defesa e apropriação de ideias, para a
promoção do avanço coletivo, para a expansão do conhecimento além dos quadros
da escola, no mais, espero sim, que haja pluralidade para a pergunta inicial “se
alguém quiser aprender, vem que nós o ensinamos”. Do refrão de um rap, pude
trazer mais uma resposta “da vida a gente leva a vida só, aproveite pra sonhar,
tentar, fazer, errar, aprender a viver”. Meus textos, minhas impressões, não
cumpro demandas: I Fórum Municipal de
leitura, projetando o meu olhar. Obrigada!!