Essas mãos, nossas mãos!! |
Nessa
história, não faço analogias ao filme “Doce Novembro”, nem o citaria, mas
recorro ao termo por uma adequação e para falar de como foi gratificante, em
primeiro de novembro, para nós e, sobretudo para nosso pai, a noticia de que
receberia alta. Nessa maratona de ir e vir todos os dias ao hospital quando
falávamos do quanto era difícil vê-lo debilitado, sempre tivemos um irmão para
o encorajamento: E para ele, como acham que tem sido todos esses dias, esses
meses, sozinho nesse leito, nessa situação de imobilidade? De fato, raras
vezes, o vimos fraquejar, nas horas de visita, quase todas às vezes o semblante
era de alegria e excesso de confiança; a natureza de nosso pai, nesses dias de
sofrimento físico constituía-se de um tripé inquebrável: força, confiança e fé. Para nós, a demonstração clara do querer e
do poder; com ele aprendemos a não ter medos, a não desistir, a não se
acomodar; o nosso pai está doente, mas sempre com a percepção de que tem
condições suficientes de superar-se a cada dia, de doar-se. Enquanto escrevo, o
cotidiano dele ainda se parece com aquele vivido no Hospital, no entanto com a feliz diferença de que em casa, a interação
familiar, a perspicácia de que seus dias
tornam-se melhores, mais leves , nos reporta para uma resposta é dessa
tranquilidade, com a possibilidade de cura que ele está precisando para dias de
paz e vida mais longa!
Essa crença
nos reanima, faz com que espalhemos que o seu desempenho é resultado das
constantes horas de alegria, dos gestos, das vozes altas de netos e filhos, da
presença incansável de nossa mãe, de carinho que gradativamente o doamos;
passei todos esses meses acreditando nisso: “os medicamentos por si só não são
suficientes”, e algum médico deve ter nos alertado sobre o fato de que a
presença da família traz impactos significativos para o paciente.
Experimentamos essa sensação, nesse detalhe, diante de tantos riscos, nem mesmo
a ciência encontraria a resposta, para nós, o que tem nutrido o coração, o
pulmão e todos os órgãos de nosso pai, é nosso amor, nossa fé. Acreditamos
piamente que de pequenas atitudes, de horas incessantes de oração, na enorme vontade que nosso pai tem em viver, nos ajudam a sentir
que temos tido papel fundamental em toda essa história. Obrigada Senhor, por nos oportunizar esse doce mês de novembro, mês
de aniversario da Dulce, nossa irmã, pessoa de fibra, fortaleza certa, obrigada
pelo dom da vida dela e da vida de nosso pai! Obrigada por nos dá a condição de transgredir, ousando
acreditar que ainda teremos tão agradáveis meses de novembro, dezembro,
janeiro...Porque nós não somos exceção, porém optamos por transgredir para o
amor, para o otimismo, para o bem comum.