Pensei, pensei... precisei mais uma vez me deparar com "umas minhas mal
traçadas linhas"reeditar um texto meu escrito em Setembro/2006 cujo título
era “ Escrever apenas não basta”, nele dizia sobre a postura de alguns
letrados, sobre o conceito de linguagem defendido por Chauí, e até editar o
dito de uma colega que em tom de zombaria dizia sobre mim a outrem : “ aquela metida a
escritora”. Na defesa, a escritora e filósofa Chauí diz que a linguagem é a
única coisa que diferencia o ser humano dos demais animais, nesse sentido,
posso garantir que aqueles que a utilizam com o propósito de atacar o outro, desconfiam de si próprios, de seus títulos, de suas personalidades.
Guardemos as lágrimas |
Certamente ouviremos: sim, mas todos nós não temos o direito à
liberdade de expressão? Sim, sem nenhuma dúvida; eis o que faço agora; contudo
não merecem respeito pessoas que utilizam instrumentos apócrifos para difamar
ou caluniar alguém; por mim, até perdem a dignidade aqueles que aprendem a ler e escrever e não conseguem
discernir manifestos políticos de afrontas pessoais; escrever apenas não basta
queridos, é necessário austeridade, fazendo disso um ato de coragem, um
exercício para a cidadania, sobre isso, para ter o reconhecimento de identidade ou igualar-se
aos que registram seus nomes na história, é preciso que nos aceitemos como
seres humanos e nos distanciemos dos demais animais. De algum modo, passo a
entender que o problema não é somente falta de conhecimento de linguagem e sim
falta do que fazer; uma violação à lei do direito de liberdade de expressão. De
nossa parte, aí, falo por mim, principalmente, “precisamos de movimentos
vibrantes”, de pessoas prontas ou inacabadas que aceitem o desafio de fazer
mais e melhor, precisamos de protagonistas que não apontem culpados e julguem
pelo “ouvir dizer”; procuramos pessoas capazes de disseminar boas iniciativas,
de apresentarem projetos inovadores que abarquem mais pessoas , investimos em
mãos boas, eficientes que não se importem apenas com seus próprios egos; procuramos
cristãos que espalhem sementes de “milho bom”, precisamos de gente que saiba dizer sim ou
dizer não sem se preocuparem com a repercussão de suas respostas. É disso que
estamos precisando. Cá entre nós, “vamos
trabalhar e nos mostrar” porque aos que se escondem, aos figurantes, aos
desavisados, aos invejosos, aos infelizes e desocupados... como está no título
de Gullar: “Não há vagas”! Para
amenizar, (não sei) quem tem credibilidade se mostra, há tempo e espaço para
bons trabalhadores.
Ainda ontem, dizia para uma amiga que há dias eu havia começado a
escrever esse texto, não chega a ser ensaio, uma crítica, não trago respostas
prontas, aliás, “aprendo a escrever,
escrevendo” e o meu tempo é como de
qualquer outra pessoa, com a diferença de que nele, coloco outras prioridades,
o desejo da coletividade, o sentimento de que somos sujeitos às falhas;
apresento contraponto quando não concordo com o diálogo, e seja qual for minha
opção, quando me expresso na leitura ou na escrita, não uso pseudônimo, não
preciso de fake para passar mensagens, não me faz bem! Sou em minha cidade, parte daqueles que criou
acesso às mídias, às redes, às informações para aqueles que delas precisam e
sinto muito orgulho disso! De mais a mais, minha cidadania, minha identidade,
minha expressão está registrada em qualquer divulgação que eu tenha feito. Sou
Nilma da Silva e uso essa página com palavras simples, (outras repetidas) para
compensar meu nome autografado nesse livro, com amor, nessa história! Aos que
não aprenderam a pintar, estejam convidados a bordar; as digitais também ficarão
registradas, ao final, vislumbremos uma vocação que não nos traga maus
resquícios! Agora vou bem ali, tomar outras providencias, e quando em mim
faltar coragem para o protesto fundamentado, em que eu tenha que me esconder,
cantarei aquela música cantada por Leonardo: “Desculpe, mas eu vou chorar”.
Apago as esperanças e choro. E porque “o choro é livre” guardo minhas lágrimas para
emoções mais fortes! Ponto!