Recuperam-se as energias é aqui, na poltrona,
do lado, vendo a vida pela janela. Um anjo sempre vem quando o outro falha ...
Eu quis começar bem daqui e essa prosa começou ser editada dia 15, sexta-feira, quando de súbito,
arquitetei uma viagem, e essa seria “a viagem” para um novo olhar, por providencia divina não aconteceu.
Reorganizei as malas e dia seguinte peguei
“o trem das nove”. Quase todos nós, naquele dia estávamos ansiosos pelo o que
seria do “amanhã”, considerando que dia dezessete os primeiros passos seriam
dados rumo ao processo de impeachment da Presidente Dilma. Na viagem, se não
fosse por uma mensagem com a canção AMANHÃ de Guilherme Arantes recebida via whatsap,
eu nem lembraria de que o país passaria por essa “crise política” em seguida,
uma outra de que a BR 135 seria interditada pela mesma motivação ... Absorta em outros pensamentos, voltei-me para
as mensagens e no susto disse : Nossa ,
“o que será amanhã”!
porque tem fé! |
Ponto
de chegada! Chego ao meu destino, boa recepção, pai, irmãos, sobrinhos queridos,
(alguns mais bonitos, rsrsrs) três Marias haviam tirado um descanso, vieram
para a terra natal; à noite, sentei-me na poltrona ao lado o símbolo desses
quase três é mais uma vez citado e lembrado por mim; nosso domingo começa desde
a madrugada, os assuntos da casa estão em torno do mesmo tema; seguimos até que
finalmente começou a bendita sessão, eu nem quis acompanhar ao vivo aquele
movimentado processo; mas não deixei de ler as mensagens e de algum modo a
sensação de ansiedade e incerteza tomavam conta de mim. Voltei-me para o
quarto, da janela, e optei por acompanhar pela internet, não por muito tempo.
Recolho-me de vez para dormir, para evitar turbulências de tantas negatividades
do que eu ouvira até àquela hora, infelizmente fui surpreendida por crises de
enjoos, vômitos, mal estar, algumas dores... e assim foi toda aquela noite, e
mais uma vez eu acreditava no amanhã; não seria possível que eu estivesse doente. E o meu “amanhã” da segunda não foi dos melhores. Abatida, acamada, sem que
eu me alimentasse, sob os zelos da mãe e das irmãs, água, agua de coco
esperando naturalmente que pudesse levantar-me com automedicação; era
terça-feira, até que aceitei ir para o
hospital ...Conservada a lucidez,
peguei para a releitura o livro SE HOUVER AMANHÃ e como abstração de algumas
coisas de minha realidade, uso de vez em quando essa expressão numa mesma
pergunta: Haverá o amanhã? Convicta da resposta de quem protagoniza já sabe o dizer:
_ sim haverá! Sentindo-me mais forte, retornei à minha cidade; na despedida de
meu pai, está ele lá, estende as mãos e sente a nossa partida, os olhos não são
os mesmos de nossa chegada, a saudade ali deve cortar, discretamente
lacrimejava. Daí em pensamento eu
repetia: “amanhã será um novo dia” de esperança, de otimismo, de muita fé. De
retorno, a minha indisposição ainda prevalecia, sinais sutis daquele “fastio”
perseguem meus instintos, e repetidas vezes eu podia dizer: sim, estou bem
melhor!
Talvez
eu seja muito mais chata do que pareço, é possível que alguns colegas que leem
esses textos, nem se impressionem mais com minhas palavras e atitudes, (são tão óbvias e repetidas) no entanto, de um
lado o contexto político, de outro lado as convenções do dia a dia e em quis
compartilhar isso : apesar de você,
haverá o amanhã, uma sintonia com o Chico, e uma referencia ao Sheldon! Para os
otimistas, aos que preferem a paz, aos que aceitam a evolução do homem, aos que
trabalham pensando no bem coletivo, aos que optam pelo discernimento sempre haverá o amanhã. E quando houver resquício de
tristeza, de desamparo, sinais de
perseguição e negatividade, mesmo assim, por tudo com que temos convivido, o “amanhã será um novo dia”. Essa é minha
impressão!