Adiei,
assuntei, alinhei e, adiei mais uma vez , depois vi que em dias chuvosos os
sapos são uns bichinhos com quem me dou muito bem, mas não são só os sapos;
para dar ênfase a minha escrita e leitura , não posso me reclamar também dos
grilos...aliás, em dias de chuva, dias
de sol, atrapalhar a sabedoria popular para que? Tristes seríamos ainda mais se não contássemos com as
presenças desses “bichinhos” em nossas vidas,
e qual seria a graça para essa minha ilustração (quase descabível ) no
prenuncio do que eu considero sinergia? Há alguma relação com as minhas
escritas em rede social nesses dois primeiros meses de 2017? _Nenhuma certamente.
Esse texto não nasceu hoje. Escrevo porque entre as voltas que dou, as
impressões, as histórias que escuto, as motivações do dia a dia fazem com que
eu reinvente algumas passagens. Mas que os bichinhos são presenças garantidas
mesmo que não gostemos, são!

Fiquei
aí durante muito tempo sem escrever uma linha nessa página, não que me faltasse
assunto, motivações ou expectativas mais otimistas, é que o retrato por conta
do digitalismo não me dá o tempo
necessário para a captura de um ângulo melhor. Na vida real, como me diz um
amigo meu “as travessias não são prerrogativas da poesia”. Está todo mundo por
aí com algumas ideias, conectados com o mundo, nada patenteado, mas (não) compartilhar é uma questão de honra; as
condições e as maneiras de ver a vida passam por um crivo e cada vez menos
acreditamos naquilo que temos dito! Nessa onda de diálogos nas redes sociais,
de grupos e privacidades eu vou escolhendo a quem devo dar bom dia, a quem
devolvo uma resposta, a quem eu acuso como recebida; de outro lado , há quem
saiba se aquilo que postamos em nossa página é verdadeiro ou não; tudo passa a
ser uma questão de julgamento. Porque nos expomos demais por muito pouco. Nos
expomos nas redes pra evitar desencantos Mas a gente caminha para a humanização, com a
intenção clara, naquilo que escrevemos de fazer o bem; com polidez, com
diplomacia . E quando falo sobre isso , aponto os primeiros
dedos para mim; porque não sou apenas vidro, sou vidraça; já falei aqui de “canteiros semeados”, de “flores, frutos e intenção das sementes”; de
minhas provações diante dos dias com nosso pai, das portas e janelas, já falei de tantas coisas que deviam servir de
lições para mim mesma, tenho falhado,
economizado nas gentilezas e sido áspera
“quando devia oferecer a outra face”, todavia , combinemos aqui: “semear não é tarefa fácil,
exige discernimento, resistência e paixão”; semear requer firmeza nos pulsos
pra lidar com as ferramentas... Apoio num dizer de uma colega com grifo meu
“estamos todos, sinceramente tão precisados de atitudes, tão precisados”.
Estamos aí diante de fenômenos da multimídia que exigem de nós que sejamos
menos humanos; nessas horas minha esperança se esvazia e esse poder dentro de mim
de “espalhar bondades” fica estremecido... Destoam infelizmente entre todos
nós, nossas falas , nossas palavras de nossas atitudes , retiro tudo isso, para
usar um eufemismo e parecer mais otimista com a humanidade, usando a lei da
relatividade.
Talvez
essa minha escrita não queira dizer nada, seja apenas umas impressões desarmônicas
de uma mente torta que não apreendeu a criar ficções, quiçá algumas repetições
infundadas sem nenhum caráter de reflexão, mas em mim multiplicam-se as tentativas
de esvaziar-se da perplexidade diante dos eventuais alertas que nos rondam; aqui
sou eu, recebi um chamado para escrever e essas “minhas divididas cuidadosas “ parecem trazer mais indagações ou dúvida, não
é a intenção! Quando pretendo terminar... o que me ocorre é que devo aprender
ou por amor ou pela dor e ilustro com o que diz a parábola do semeador em
Mateus “por essa razão eu lhes falo em parábolas:
porque vendo eles não veem e, ouvindo, não ouvem nem entendem”. Enquanto
isso, cada um com sua impressão! Eu com os sapos que saem do terraço percorrem a
casa toda pra gente ficar brincando e brigando como se eles nos ouvissem! É o
que sinto, o que observo, o que escrevo, nem me espanto mais... esse meu exercício
não é solitário, outras pessoas o fazem: isso não é poesia!
2 comentários:
Se não me disseres com quem andas eu não a conhecerei...Mas quanto ao texto um ótimo embaralhar de cartas....
Professora Nilma que coisa heim! Viajo em suas palavras, visualizei diversos lugares e momentos lendo seu texto. Só me resta aplaudir... Bravo!!!
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