Não sei se cumpro, mas faço um esforço para recompensar meus
leitores com boas escritas com um nível de leitura capaz de estimulá-los a
compreender o mundo além das pequenas rodas... Há outros insights no âmbito dos trajetos corriqueiros que nos ajudam a perceber
que toda conquista depende do quanto colocamos de nós mesmos e de nossa
capacidade em sermos mais solidários. É preciso importar-se mais com o outro, em
todos os lugares há pessoas que nos querem bem, há quem deseje nosso fracasso,
no entanto não é desse último que devemos extrair nossas forças. Compreender
que nossa presença será notada, desde que edifiquemos o que houver de melhor em
nós, lançando um olhar positivo em tudo
que tocarmos nossas mãos! “De mãos
dadas”, orienta o poeta!
Há um mês escrevi em meu status de rede social “já tenho as 365
peças de roupas com as quais eu sonhei um dia, mais uma, em caso de ano
bissexto; sou muito grata, no entanto, nessa tarde, nenhuma delas me serve”.
Quando escrevi, servia de prólogo para uma grande escrita, naqueles dias, à
espera da maior grandeza de espírito para celebrar os sete anos da passagem de
vida de nosso irmão cabo Sodré, grandeza ainda
para receber a fatídica noticia da morte de nosso irmão em Cristo,
Edinaldo Costa; com quem criamos laços de afeto, através de quem recebemos os
primeiros olhares de Nossa Mãe Aparecida; sentimentos embaçados por deparar naquela data
pessoalmente com aquele porque manifestei
muita raiva após a execução de nosso irmão. Parei por aqui, recuei, e em
se tratando de trajetos apenas troquei o itinerário; dito isso, deparo-me com
parecença do conto de fadas de cujo título é “ A nova roupa do rei”, muita
gente já leu e sabe sobre o tema do conto; na postagem recebi um bom incentivo:
tente misturar as peças! Sobre o conto, em detrimento da postagem, antes mesmo
que eu o lesse papai já nos contava sobre ele, em se tratando de trajes, nunca
gostou que pedíssemos emprestada alguma peça para colegas, “cada um usa o que
tem” e não adiantava retrucar que estava “repetindo”. Misture as peças! Arrisquei
no mês de Maio escrever “Para que nosso irmão foi chamado”, nesse ano fez sete
anos de sua partida e nossas renuncias tem sido no investir em outras vidas;
outros irmãos precisam de nós; na melhor das hipóteses decidir por enfrentar as
dores juntos .
Esse texto vem sendo escrito há mais de um mês, a gente vai aos
poucos fazendo as somatórias das coisas, (não para o acumulo de ressentimentos)
quando em 2013 papai teve aquela crise respiratória, foi internado , ficou
quatro meses na UTI, até ali, só sabia da palavra “traqueias” das recordações de
aulas de ciências no fundamental, agora eu sei para que servem. Nessa
trajetória os períodos foram de muitas turbulências, mas de lucidez, equilíbrio
e fé, essa última nunca perdemos; depois, não faço dessa minha escrita dogma
para criar mais comoção em que a lê, trago aquilo que construo para aprimorar
minhas impressões e relações com o próximo, recorro às lembranças... por
exemplo, no dia 28 passado próximo, quando nos preparávamos para ir à missa , papai
havia dito naquela madrugada de um sonho que tivera com um filho que havia sido
morto. Crianças também tem sonhos, diante dele pensei: “a vida é um sopro”, é
esse improviso que fazemos todos os dias. De certo que não encontraremos nessa
escrita, as coesões necessárias em todos os períodos e parágrafos, por mim, a
sucessão do título já me traz essa clareza, quiçá a coerência, isso basta.
Chorei mesmo naquele dia em que disse sobre as 365 peças de roupas, porém não
usei pseudônimos para ir às redes, nem me fiz de vítima, o que às vezes mexe
comigo, mexe também com quem está por perto para se agigantar ou não diante de
prováveis percepções! Temos todos, dentro de nós capacidades incríveis para a
resolução de problemas, aceitar a existência de outros caminhos, a possibilidade
de novas escolhas nos torna mais fortes, porém o forte também chora!
Algumas de minhas histórias não teriam “essas graças” se não fossem
os breves diálogos nos plantões de minha mãe e outras aprendizagens adquiridas sobretudo com meu pai, dia desses quando opta
por pedir uma música , ele vai lá bem nas
antigas , claro, e pediu Evaldo Braga, daí eu pergunto : e tem esse
cantor? __ Sim, e eu quero a música da cruz ! Melancólica demais a melodia e
letra, pequenas lágrimas escorreram de seus olhos! “Sinto a cruz que carrego
bastante pesada”. Quantas lembranças e
memórias passaram naquela cabecinha! Quantas!? Não me fará bem descrever a
sensação, porque toda nossa perplexidade se dar quando nos deparamos com
pequenos desejos de meu pai e não o realizamos; “o bebê pede e chora, outras
vezes pede e cala-se” porque ninguém escuta sua voz! Quando escuta, é dolorido,
ouvir dizer que está assim porque sente fome!
Não há lei que explique! Em nossa condição de mãe, só sabemos dizer que
o amor de Deus por nós é imensurável. Há virtudes que não aparecem nas fotos,
outras que mesmo descritas nas falas não encontramos explicações! Já fiz outros
cinquentas
, eu e Deus sabemos até onde fui leviana e de quanto fui capaz de
estender a mão, apenas Ele sonda nossa coração e sabe do nosso agir ou do nosso
julgar! Por último, porque preciso completar meu raciocínio, somos todos leigos
diante de certos "enfrentamentos" o prodígio está na capacidade que cada um tem
de manifestar amor! Nem sempre quem decora todas “as passagens” as usa como
reflexo em sua vida, tudo é relativo , já disse o antigo cientista! Meus trajes
mais longos ou mais novos, não definem minha trajetória ou camuflam meu caráter,
alguns podem ser recriados... sobre o deserto li pela primeira vez no livro de
Saint-Exupéry, aprendi um pouco mais nas passagens bíblicas ,contudo é no dia a
dia , em nossos percursos que compreendemos porque o poço é tão fundo! Minha
profissão, parte de minha vida! Minha
função, minha escrita uma percepção sobre a vida! Nesses tempos de sermos mais
solidários, se não posso ser CRISTO , irei de Lavoisier, com gratidão, “porque só serei aquilo que dou conta de ser”! De onde estou, minha, toda reflexão!
foto reprodução |
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