Estou
com um escrito em meu caderno de rascunho há alguns meses, nele falo da
subjetividade da foto, do fato... não publiquei porque não considerei nele
nenhuma utilidade; deixei-o até que no decorrer dos dias em encontre mais
motivos para publicar! É apenas uma dessas inquietações que rondam e a gente na
precipitada atuação de escrever pensa
que “estamos certos”. No entanto, que importância tem trazer isso à tona por
esses dias? Com quais respostas devo está pronta para as perguntas elaboradas e
sutilmente já completadas? Nesses mais de dez anos de escrita, em que dou ou
recebo meus recados, o que escrevo é apenas uma gota e nem se compara com o testemunho de Madre
Teresa !
Enquanto
isso os recados vem sendo dados, em todos os tempos e espaços, nos campos de
atuação e encenação, “ nas escolas, nas ruas, nos campos, nas construções” ,
nos bares, nas praias, nos trânsitos, ainda nas eleições ( aqui os homens de gravata mandam) e não há mais tempo suficiente para consertar aquilo que
não foi idealizado, é daqui para frente; conviver com as virtudes e as
possibilidades porque o paradoxo
resume-se na palavra aglomeração. Parecia
que estávamos todos em paz, no controle remoto dos próprios homens, até que
fomos convidados a entender o ensinamento trazido pelas Escrituras existe
um tempo certo para cada coisa, um momento oportuno para cada propósito debaixo
do sol ! Lembro que em Março de 2020 quando o mundo inteiro admitiu que
havia uma pandemia invadindo os Continentes, e a Organização Mundial de Saúde
declarou estado de calamidade pública,
de lá para cá, todos os Canais traziam noticias assombrosas, números
avassaladores de vitimas fatais, de contaminados e de suspeitos, da ausência de
insumos básicos, dos descasos e do possível caos que podíamos enfrentar !
Isolem-se ! Confinamento já! Distanciamento Social! Máscara! Quarentena e
tantas outras palavras somaram-se ao nosso “trivial vocabulário”. Em minha escrita, nesse mesmo mês, (ano
passado) fiz relação com o filme Ensaio sobre a Cegueira, nele a metáfora implícita da falta de
visão do homem que não enxerga aquilo que prefere não compreender, inclusive a
si mesmo! “Pegar a visão” como dizem os mais jovens sobre a proliferação desse
vírus tem sido árdua tarefa. Atravessamos o ano inteiro nesse ensaio,
aliás, um parte do ano, por mais
solidariedade, por pessoas mais empáticas, por um mundo mais humano, pregamos
tanta coisa em forma e conteúdo para que ganhassem vidas e de fato fossem
inerentes às nossas presunçosas condições humanas. Todos ecoamos vozes de otimismo, de esperança, de fé;
desejosos de que houvesse um trajeto mais seguro, uma caminhada menos
dolorosa, orientando através de medidas
protetivas, massificando o uso de EPIs, sinais visíveis de que os flyers estão sendo anotados, clamando por um “se
houver amanhã” , com a sonhada cura, prepotentes como se ele nos pertencesse.
foto cedida Blog Aconteceu virou Noticias |
No entanto, os recados continuam sendo dados, através dos grupos de whatsap, pelas redes de transmissão, endereços de email, nos perfis de facebook e instagran , tantos outros aplicativos úteis e necessários, nos canais televisivos e nada mais chegavam ao destinatário atrasado, porque nos foi dado a condição de remotamente; ganharam mais espaços nas mídias e em nossas vidas, os momentos culturais: os poemas, as canções, as lives solidárias, os deliverys. Sim, e a gente parou para ver que há muito tempo “ o mundo estava ao contrario” não havíamos reparado , porque estávamos ocupados com nossas imperiosas vontades! Quanta arrogância ! Quanto ódio difundido! Quanto egoísmo! Crescente ganancia pelo poder! Injustiças! Calamidades crescentes entre nós, e isso era normal? Os recados das maneiras mais distintas vem sendo dados, os destinatários não acessam com frequência suas “caixas de entrada” deixam passar em branco! Ainda bem e em tempo, muita gente passou a usar as mãos, na arte culinária, no cuidado com as plantas, com as mudas e com os frutos; nas costuras, nos crochês, nos tricôs, nas aplicações e ponto de cruz; nas elaborações de poesias, na composição de novas músicas, novos canais, nas tecnologias! Reinvenção! Clichês! Adequação! Sugestão! Composição! Diálogo! Construção! Clichês! E assim, “ no dia em que terra parou” houve um combinado , vamos permanecer de “ mãos dadas” até tudo isso passar ! E não passou! O homem sonhou, e demasiadamente toda arrogância voltou, quiçá na mesma proporção do vírus !
E assim, nós aqui de nossa janela podemos
ainda Graças a Deus presenciar que “ a
cura está no coração” são oito anos de um pulmão totalmente enfraquecido, da
imobilidade física, da ausência de voz, indo e vindo nas visitas e de plantão, aqui
não tem vale tudo, porque vale a sensibilidade das Marias mães e irmãs, porque
o que vale para nós é a presença de um coração amoroso que
deixará um testemunho imenso e de lições numerosas , “o combustível esta
caríssimo e é tão pesado abastecer... mas é muito mais, empurrar um carro”. O
que isso tem a ver com essa onda de pandemia, contaminação e tantas restrições?
Há exato um ano, perdemos amigos, perdemos parentes, outros tantos ficaram com
sequelas, perderam empregos, não tem “o pão nosso de cada dia”; o que isso tem
afinal a ver? Tem uma gota, e se cada um
fizer a sua parte voltaremos com a mensagem de Madre Teresa “o que eu faço é uma gota no meio de um
oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”,
que a gente consiga proliferar o bem, pelo caminho da sensibilidade,
humanizando e inspirando pessoas , porque de apontamentos de pedras, de dedos e de armas , não é esse o recado que eu quis. Cuidemos enquanto
há tempo para que não seja tarde demais para a reprovação! Recebidos com sucesso,
de onde estou ...
6 comentários:
Tudo muito verdade
Recado recebido
Tudo muito verdade
Recado recebido.
Reflexão necessária. Estamos imersos num cenário de guerra, em que o inimigo sutilmente chega e se não estivermos preparados, seremos vencidos. Que Deus nos proteja, que o inimigo caia.
E aquela história de que "teriam que morrer uns trinta mil"? A meta foi batida, mas o objetivo não foi alcançado, pois já beiram trezentos mil e a arma não é de fogo, mas mais letal que qualquer arma criada pelo ser humano... Será que esse é o recado?
Verdade. " Que essa pandemia não deixe nada morrer em nós, nem a fé, nem a coragem, nem a alegria,nem o ânimo.
Recado Recebido!
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