Setembrai: uma metáfora, uma construção para a vida!

            Acho que todas as vezes que começo a escrever um texto, eu crio primeiro uma intimidade com ele, para que seja minha companhia de algumas horas. Pinto e bordo, deixo-o em banho-maria, às vezes o trato bem, outras nem tanto. Transcrevo-o geralmente para o papel, analiso por instantes, e só depois faço a publicação. (Parece bobagem).
         Um desses dias de viagem com meu filho, ouvimos de seu repertório a canção CÁLICE, composição de 1973, antiga, diferente... na conversa, dizíamos que à época, os compositores "espremiam a alma", diante de tantas ameaças, produziam com qualidade, conseguiam trazer diferentes sentidos para suas composições, estimulavam aos demais para o uso da palavra, convictos de que em algum momento, fariam a diferença. Transcrevi-a logo em seguida, não como insulto ou reclamação, mas com rigor a mim mesma, às minhas limitações; num momento de evidente severidade com os disfarces circunstancias. Depois, vi que meu otimismo não precisaria desse choque,ora ao mesmo tempo em que sofremos calúnias, devemos perseguir nossa fé, nossa determinação. Era a última semana de agosto:de confidencias, de profecias, de histórias!
            De lá pra cá, setembrei, viajamos e outras conversas surgem ao longo do trajeto. Mês de aniversários de tanta gente querida e amada; gente que se importa comigo, com meu conforto, com minhas dores, com minhas limitações; gente que no silencio, no abraço, na hora da tristeza, coloca-se a disposição, dizendo: estou aqui, se precisar, estarei aqui.Mês de flores!  Mês de comemorar a vida de meus sobrinhos queridos, de meu amado filho, de outras tantas pessoas amáveis  e amadas; de comemorar o nascimento da linda Vitória! Se não correspondo, reconheço e procuro ainda ter tempo para reparar essas diferenças. O tempo, foi ele que nos fez chegar até aqui, e no uso de minha palavra chave, SER, tenho acrescentado o AGRADECER. Obrigada pelo dom da vida de cada um que celebra a vida nesse mês! Obrigada pelo dom da vida de nosso querido irmão Paulino José que também comemoraria conosco se tão precocemente não tivesse sido levado!Obrigada por nos fazer assimilar outros sonhos, outras possibilidades!
          E na viagem de setembro, meu filho perguntava se eu conhecia a "teoria dos cinco macacos"; atentei para a história versada por ele e procurei lê-la, nela encontrei "a criação de um paradigma", ainda que não tenhamos estudado sobre isso, é confortável a omissão por entender que ali, as coisas sempre foram feitas àquela maneira. Em lugar de se acrescentar uma observação, encantar ou desencantar com um contraponto, preferimos silenciar; em tempo de oportunidades, usar a palavra em busca da possibilidade adormecida; comungar de experiências que na coletividade fazem bem para cada um.Desconheço tanta coisa, aprendi em certas horas a questionar, isso me torna dura demais... Porém, tenho raiz e dela nascem nossos sorrisos, nossas esperanças, as histórias e lembranças; está viva e nos faz crer no amanhã que pode ser reconstruído por nós. Às vezes, por um gesto, correndo risco,penso que podemos dizer " as coisas aqui não precisam ser sempre assim"! Setembrai porque a vida exige cuidado! Pede calma! Houve um tempo em que eu não sabia o sentido dos versos " lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa"! E porque  cale-se nunca foi resposta; procurai eliminar certas palavras e cuidai de alternar paradigmas! Assim nos ensinou nosso pai, nosso herói! 


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