Da alegria do encontro à dor na alma



Hoje trago a minha melhor impressão, colorida, encantada e com verniz; no último mês descrevi algumas insanidades e isso me fez repensar, não escrevo baseada em premonições negativas; por isso, as primeiras linhas trazem alguns comportamentos que me acompanham desde o inicio de setembro, na lembrança de meu sobrinho pelo texto “Setembrai uma metáfora ...” escrito o ano passado, nos reencontros dia 04 de Setembro, da nova visita ao lar, do nosso querido Capitão, da vinda de nossos irmãos, das festas e festejos, dos aniversários e aniversariantes tão queridos, amados e abençoados, desse mês. E uma voz firme me diz que quase todos nós repetimos histórias, voltamos atrás, pedimos desculpas, reconhecemos nossos erros, vivemos momentos de incertezas, vítimas e cúmplices de más intenções, mas isso não nos torna menos digno de boas companhias, não credencia outrem a nos caluniar.
Situei-me de um pequeno cansaço físico que quis me abater dia desses, ainda bem, que foi tão passageiro que levantei, autoestima elevada,  dei mais alguns passos à frente, claro, com muita firmeza _ setembrei;  na busca, nos desencontros e reencontros, outras vidas, outras histórias, equilíbrio,  algumas flores, às vezes aço _ nas veias: amores ! Porque em tempo, reconheço que em minha essência nada mudou, contudo,  deixando que novas esperanças, todas mais importantes, outras expectativas povoem meu pensamento; setembrei  para perseguir o otimismo e valorizar ainda mais os frutos, e ainda setembrei, porque  recrio um pensamento de Lya Luft : deixo em todas as horas a minha alma à mostra, aos que passam e sentem, aos que tem consigo o dom de relevar, aos que cantam, encantam e pressentem!  E esse mês não foi apenas mais um no calendário,  não perdi de vista quase nada, desde o dia quatro, quando se comemora o primeiro aniversariante do mês, até dia vinte e nove, dia do retorno de meu pai e de meu irmão mais velho! Dias vinte e sete e vinte e oito foram das lembranças alegres, de nosso irmão assassinado há cinco anos...  Que setembro! Lindo desfile das nossas escolas do município, Festa da Natividade, a nossa ida dia dezesseis ao aniversário da Vitória, visita à Lagoa do Cassó, lindas fotos, belas histórias, risos altos, contando assim, os plantões das Marias (alguns intensivos) só mesmo os que presenciaram de mais perto e conhecem um pouco dessas nuances hão de compreender. A alegria, como diz meu pai, de ser lembrado é tão bom! A alegria de ser visitado, de receber um olhar, um abraço, umas lembranças (como foi a visita dos "Reis Magos", na noite de vinte e cinco)  ouvir algumas vozes... tudo isso faz tão bem. Em nós, cabe o repetido gesto do agradecer.
De agora, deparo-me com o último dia do mês, eu mesma disse outro dia, na divulgação de meu livro em Cajazeiras que não cumpro demandas nesse blog, mas meu irmão mais velho estava lá, e naquele momento, eu rodeada de pessoas queridas, outras na minha lembrança, ele usou uma frase que bem era dito pelo saudoso cabo Sodré:  “nós temos muito orgulho de nossa irmã”, viajei por horas nalgumas tiradas dele, essa do vazio na alma ou de uma dor que às vezes nos comove tanto, ele sai pela tangente, dizendo: só pode ser fome! Vai que é fome! Tantos outros gestos e atitudes nos causam essa fome: o da distancia, da saudade, das impurezas, de quantas omissões, de injustiças, de sonhos que se engavetam e “nunca” mais voltam a realizar-se! Quanta fome passa à cabeça de outras pessoas, nessa tarde; quanto a mim, a lacuna da ausência  já foi tão visível que a minha dor física mudou de lugar. Tudo é transitório! Em minha memória, os registros são tantos, que "quando a noite cai”  lembro-me das traquinagens contadas, repetidas e das inusitadas conversações de meu pai: ora quando o Sodré diz uma coisa, pode acreditar.. se disser que o jumento morreu , pode jogar a cangalha fora! Quem ousaria  duvidar? É ao vivo! São em cores e distintos sabores que compartilhamos essas lições; filosofia de uma memória , de uma mente sã, do espírito de fé. E mais, um sinal  de que a esperança é a penúltima, em todas as circunstâncias.
Do colorido do mês

Quando estava quase encerrando esse texto uma alma do bem me interpelou, chamando para um compromisso, habituada a escrever com minhas recorrentes limitações percebo que já disse quase tudo que me fez setembar, no entanto, não citei a festa no céu, naquela noite, do dia vinte e sete,  a torcida pela lua era a maior de todas,  a invenção de poemas; a expectativa por uma cultura local ( do bater as panelas) , as mídias modernas justificando o eclipse, fatos ou fenômeno fizeram aflorar mais sentimentos!Nos grupos de whatsap, todos trocavam fotos da lua, do melhor ângulo, trocavam outras mensagens, vídeos de uns  menores com  as panelas aqui nas ruas, em outras redes, diziam-se: eis o verdadeiro panelaço; e pela janela, vi a lua, reclamei dos primeiros foguetes. Passados os bons e melhores festejos do setembro em que todos os santos e anjos cantavam bons comportamentos, recebo a palavra travessia com outra ótica, de minha alienação, surge a presunção de que venha  um “outubro rosa”, azul, amarelo ouro, vermelho (como a lua de setembro) de todas as cores, já profetizei... Preparo-me para o lançamento de meu livro dia 09 de Outubro na Feira do Livro, há sensação melhor? Empreguei alguns minutos, aliás, longas horas, para concluir esse texto  (meio misturado, com palavras repetidas , como disse uma colega) com uma  pergunta : Por que a alegria também te faria doer a alma? Em mim, já processei minhas respostas.

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