A graça da última palavra, dos últimos gestos, do último café...


“A
  gente é a soma de nossas decisões”, até  o dia do último adeus, é assim que começo, remonto  minha escrita. Dia 14 de Outubro , digo, há um mês, ainda estava entre nós; cada um de nós é um “ser sem previsão de manuais” ...ainda é possível ler com frequência : depois o café esfria, a rota muda, a dor cessa, a hora passa, tudo passa . Por obra e graça todos nós somos cientes disso; levantar hipóteses com ou sem medo de errar faz parte da natureza humana; cuidar das sementes porque sabiamente alguém nos alertou “não é sobre quem recebe é sobre quem semeia”. Cuidemos. Copiemos e espalhemos as boas sementes.  Quantas?  __As respostas não estão conosco.

De uns tempos, não sei precisamente, opto por essas ideias de compartilhar chá, café, mingau de milho, aqui acolá eu mesma ”apronto”,  e fica aprovado, mas via de regra, conto com outras mãos , e assim tem sido nos diferentes espaços ... em Julho de 2020 em que tudo era tão sombrio e incerto com a ajuda de minha nora Naryele fizemos um creme de frango e mingau de milho para entregarmos aos avós de nossa rua, foi uma gota , tudo pode ser uma gota, no dizer de Madre Teresa...enquanto escrevo, lembro-me de quanto éramos amedrontados sobre a grave doença! Sacrifícios!  Convivências restritas! Manifestações de apoio, de solidariedade, muita coisa acontecia ao mesmo tempo que certamente ajudaria em nossas transformações. Era fácil , bem mais fácil falar em empatia . Era seguro. Era a melhor escolha. Pois bem, e quem foi a pessoa inesquecível e mãos caprichosas com que mais essa centésima vez eu pude contar? Quem era o ser humano alegre e disponível que fazia tudo e para todos com os mesmos sabores e ofertava o mesmo aconchego? Quem esteve presente na organização da mesa posta, da seleção dos pratos, com a própria mão na massa? Quem por dezenas de vezes se colocou a disposição para servir? Quem esteve presente quando nos organizamos para o chá literário virtual em 2020, aproveitou o por do sol, e num poético inconsciente organizou o melhor espaço? Alinhar essas minhas falas e voltar há mais de vinte anos; reparar pelas frestas, os banhos de rio, as saídas, os passeios, as conversas sem discórdias, com ponto de vistas diferentes, e o amanhã nos aguardava ...

foto cedida por Janete Bastos
Era dia um em que estávamos promovendo um Café no Emporium da Terra ; o bolo de milho pronto, a disponibilidade como fazia para tantas outras pessoas , era cristã ; contei com suas mãos por milhares de vezes, nesse dia quando devolvi-lhe as vasilhas, disse-me que estava cansada, devia ser da própria rotina, mas contou também a outras pessoas ; “mulher tivesse me dito eu mesma faria o bolo, não ficaria assim... saboroso”. Eu não sei explicar, aliás, não sabemos, conjeturar depois dos fatos consumados não adiantará. Sei de igual modo que homenagem póstuma não dirime dor, não merece detalhes, não salva escritor, nem fará diferença nas vidas dos que atravessam o luto... Ficam as lembranças vivas, os testemunhos em vida, a maneira como tocou e reagiu diante de cada coração; ficam as saudades, isso e a gente busca resposta para algo que naturalmente acontece com todos os seres humanos  Conversamos, contei-lhe de que viajarei a São Vicente para o velório de meu primo Edson, foi tão rápida sua morte, era tão novo, assim transcorria o diálogo! Contei-lhe ainda que Dindinha Rosa havia estado internada, não estava bem, idosa ,      debilitada ... “pois é, indo a São Luís, esses dias,farei uma visita”, assim foi cumprido. Do terraço, avistamos as paredes altas, e alegria no rosto,  no coração de poder construir uma casa ao seu modo, ampla, “para realizar minhas festas, meus encontros”, fazemos uns planos e nosso Criador nos surpreendeu com outro. E encerrou sua participação aqui na terra, deixando uma grande marca em gesto concreto para servir ao outro, para tocar o coração de quem sempre esteve por perto...em seus status pode-se ler na manhã de 20 de Outubro “ a felicidade está nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, sinceros, ah, como Deus é bom, sempre colocando pessoas maravilhosas em nossas vidas #soufeliz”. Esse foi seu adeus, as últimas palavras, antes, do último café. Enquanto escrevia, veio a noticia de falecimento de seu Oscarlito, grande amigo, pai de nossos amigos Nonato, Lucicleia, Cleia, Zezinho... e sogro de seu irmão Jailson Bastos. Tudo é uma gota! Um sopro! Um piscar! E se não se parece comigo essa pessoa que aqui escreve, essa é a minha ideia sobre quem espalha sementes: permanece no coração. Viva está DARLING com toda graça. Obrigada por toda doação e disposição. OBRIGADA.

 

 

 

 

 

 

Preâmbulo ou percalços : o óbvio sendo dito

                                                                                      

Não se admire se um dia...” eu começar a contar a mesma historia;   preâmbulos e pretextos previsíveis são parte do repertorio de quem passa muito tempo sem escrever uma linha. Deixarei aqui um ícone: Interessante! Eu devia escrever sobre a subjetividade do
voto ou da superficialidade do fato do voto .
   Eu devia escrever outras folhinhas a mais. Essa contabilidade não importa mais.

Pois bem... Julho de 2022, relendo as legendas e olhando as lindas fotos, tenho a leve sensação de que foi ontem, trago um viés simples  , sem detalhes e embora tenha um histórico de pedaladas leves e sem muitas aventuras; esse ano, provocada e incentivada bastante pela amiga Dulciane Araújo, no mês de aniversario dela, comecei uns treinos para acompanha-la . Treinamos, fomos ali na estrada que liga a Barreirinhas, até   o Povoado Vertente, fizemos as fotos nas máquinas, na passagem do rio, tomamos banho. Sondamos a quantas a andava a construção da estrada.  Foi um sonho bom ! Botando aqui a roupa do Pilates , indo perto de gente linda, ficando linda;  outras aventuras foram acontecendo. Para cada percurso novo, o entendimento de um desafio ; de uma feita fomos até ao o Sitio João Ivo, na estrada de São Benedito ...  pedalar deixam marcas nada convencionais; é um acertar as contas consigo mesmo/a para sentir-se mais empolgante e abrir espaço para novas astucias.

Talvez eu não siga a ordem cronológica, nem mesmo pretendo transcrever todas as sensações porque são inúmeras , pelas minhas contas o percurso mais longínquo para o qual fiz foi ao Povoado Surrão, saímos de casa às 5:00 , ainda turvo, divagar nas estradas ; parando num canto ou noutro para fazer o registro, bebendo um gole d água , enxergando outras cores pelo percurso ; ouvindo depoimentos, apreço pelas contrarias acomodações ; recebi incentivo logo dentro de casa : até o Surrão é longe, será de dar conta de ir ... fomos ! Nesse dia, com um carro de suporte , levamos um café da manhã reforçado, tomamos banho, fizemos vídeos , altas risadas , performances. A vida sempre nos chama para algo lá fora  , nos dando  a chance de continuarmos enxergando por mais perto de nós mesmos.  Historias inesquecíveis tenho extraído de minhas idas aos pedais , no retorno do Surrão, dei conta com minhas próprias energias ate o Povoado Fortaleza, admirada, pedir pra sentar um pouco e voltar no carro de apoio. Na verdade , aleguei que seria por conta da hora.. quase dez horas da manhã... Solidariedade, e gente por perto me esperando foi possível contar. Chegando em casa, tantas memorias e admiração! Pedalar é um exercício para a mente, uma tarefa que como todas as demais fica tão divertida quando encontramos outras energias, outras mãos, outras vozes. A mente se renova, ouvi um pouco dos depoimentos da Dulciane, envolvendo a saúde, contei sobre os meus ... a amiga Maria Gomes veterana e grande incentivadora disse logo “ pedale todos os dias , e deixe de lado as medicações.” Tenho seguido esse ritmo; as sequelas do COVID não são poucas, minha mente se amedronta em ouvir falar em casos graves de ansiedade e de depressão. Faço um pedal. Antes, passei uns dois meses na bike emprestada de minha irmã Soraya, em Setembro fui agraciada pelo incentivo de meu filho com uma nova bike! Que alegria ! Ele se parece muito com meu pai : tem que cuidar, zelar, limpar rsrsrs. Temos fotos lindas , registros maravilhosos. Um outro cafezinho da manhã ali no Povoado Vertente, água linda, corrente, tempo bom... nesse dia Amanda e Vanessa ficaram um pouco pra trás por conta da bike, pois é, as maquinas dão problemas, faz parte da aventura.

Ao decorrer, nos demos conta de que outras pessoas já tinham rotinas de pedaladas , grupos maiores, menores, históricos de grandes aventuras, fomos organizando nossos roteiros, ida ao Povoado Pau Ferrado, com um delicioso café da manhã ; lá com direito a banho; fomos ao povoado Sapucaia , direito a café , banho e pescaria, a amiga Nevinha levou seus instrumentos e pescou de primeira; no retorno uma batida entre ela e Soraya causou leves ferimentos; ponderações e cuidados a parte , chegamos em casa são e salvos ... antes aquele cansaço natural, na chegada da cidade . Aqui faço uma reflexão e a amiga e enfermeira Layde Ramos pode responder : minha saúde sendo testada ou sendo alimentada ? Façamos as escolhas.

 

Em Setembro participamos do Ciclismo da Natividade um lindo momento,  grata a Nossa Mãe por tantas maravilhas e cuidados; fizemos um percurso dentro da cidade! A sensação, associada à vontade de pedalar todos os dias e avançar em quilometragem é tão boa! É a continuidade que nos iguala ou nos individualiza , como lembra a amiga Dulciane “cada um tem seu ritmo , seu tempo, sua predisposição”. Organizamos um Pedal do Professor com direito a carro de som, acompanhamento da Guarda Municipal, fotógrafo, encerrando com café da manhã no Espaço Reviva. Viva  !  Viva ! Pedale! Tropece ! Volte a pedalar, para cada incentivo em que recebo, uso o dobro para incentivar . Final de Outubro , participamos do Pedal Outubro Rosa canal de incentivo e cuidados para com a mulher , promoção das secretarias do município , uma parceria saudável , proposito maravilhoso. OBRIGADA ao Criador do Universo, obrigada por todas as condições por que passo e me dou ao prazer de pedalar. Obrigada a todos ao meu redor pelo incentivo diário ! Obrigada às parcerias , aos empurrões e puxadas . OBRIGADA! Eu já vou me despedir, antes, dizer que fomos até a linda Praça da cidade de Belagua... me despeço agora , há dias não pedalo e todos os dias repito para mim mesma : aNILME-se ,todas as manhãs a vida te chama com algo de novo lá fora.







Há dez anos... a dez anos: “escrever para compartilhar conhecimento”

 

No momento em que quase tudo chega tão rápido aos nossos olhos e aos nossos ouvidos , em que as mobilizações populares não necessariamente precisam de panfletos, de pasquim jogados nas portas , de folders de amadores, momento  em que temos a grata satisfação de obter informação tão precisa e real quanto aos feedbacks , opto por rever minha escrita de dez anos e conjeturar quão implícita estará minha escrita daqui a dez anos; minha  leitura de hoje é de celebração, tímida bem verdade , portanto não caberá a mim tecer comentários, cabe primar pelo contínuo desejo de que há mãos dispostas, há terreno fértil, há potencias e a multiplicação grandiosa de muitos conhecimentos. O florescer seja de qual planta for, dá aos cultivadores a clareza de que o fruto vem, é assim com a terra ...Os frutos virão!

Dedico essa minha escrita ao meu pai José Lourenço Sodré (em memoria) e a minha mãe Raimunda da Silva Sodré, a eles devo toda minha trajetória e todas as superações; quando releio minhas escritas entendo que não há uma única epígrafe que possa me descrever, e não precisa; não me considero cronista, tão pouco sou contista, na escrita uso da liberdade dos paradoxos para escrever em prosa ou poesia. Tanto que hoje a ideia é pronunciar o pulsante vetor do mês de Junho, nosso mês começa com o aniversario de nosso irmão Robson , fomos lá celebrar e comemorar com outros irmãos ; uma recepção calorosa da família dele , fizemos nossa singela confraternização; retratos, memorias, o espirito em expressão e lembrança de nosso pai fez com que apreciássemos tão bom momento, dos ensinamentos de quando éramos adolescentes, na ousadia de seguir as modas , papai nos alertava diariamente “nossos amigos estão em nossas casas”, com eles sim contaremos em todas as horas ; no mundo real há exemplos , há uma história que li há décadas, penso que sobre Guerra  conta  que o garoto oferece seu sangue para que uma garota que era sua amiga não morresse , sem quaisquer inquietação significado e significante ganham desvelo do tamanho do sentimento de cada leitor. O pensar é infinitamente livre. Presenteio-me com uma escrita, promovo a leitura não com o mesmo equilíbrio com que desejei escrever, olho com serenidade para cada escrita, clareio as ideias , troco a data das homenagens e reporto-me para o recado de um leitor meu : “ enquanto isso quantas linhas mal escritas , grafias equivocadas, ora, ela também erra”. “Somos feituras humanas”.

Em Abril desse ano, fez um ano da partida de nosso pai, fez um ano de que fui acometida com o COVID/19 e eu mudaria todo rumo da historia se tivesse que falar sobre esses dois acontecimentos, chorar  com minhas abstrações não resolve , devo  decretar  otimismo e positividade porque venci, alguns reflexos da ansiedade me afetam, nada que seja contagioso, mas troco todos por gratidão e fé . É Junho! Nossas festas, aniversário da linda Maitê, mês do aniversário de nossa cidade, “a terra prometida”, terra que acolheu nosso pai no final da década de 50, terra claramente maravilhosa de se viver; nesse mês nossa família foi acolhida com o convite de Prefeito Senhor Clemilton Barros com a indicação do nome de nosso pai, na sala do Posto do Detran/MA , inaugurada dia 09 , estávamos lá bem representados; fizemos do livre acesso, uma página do livro. Nosso pai, não seguiu carreira militar, (ele pediu para sair) esforçou-se para que não se mantivesse apenas “no pão e no k-suco”; honrou seu nome de soldado e construiu uma grande historia ao lado de nossa mãe , essa homenagem nos encheu de orgulho e de alegria; nos fez sentir o quão valiosa é a condição da escolha; em nossas memorias e  lembranças ele é presença viva ; ademais  o fio condutor  de minha  “crônica” não traz resquícios de outras histórias , trago sobre presente, minha prosa traduz para mim sobre sensibilidade e não apenas a minha , há outros mensageiros com as mesmas exclamações.

 E porque todas as coisas findam revejo todos os meus “pensares" para cultivar discernimento e compreender que em meu cotidiano há riquezas demais; de prenúncios, de contribuições, de conquistas, de expressões e de identidade. De todos os tempos “foram


muitas mãos”. Desajeitada com a sensação de que com minhas narrativas posso “contar” em  ser escritora, melhor assim, cantando desafino demais e não aprendi fazer contas , sei parcamente de equação. E assim todas as historias um dia desses me encantavam, uma grande maioria daquelas que li, e mesmo de algumas que escrevi... de ordem do lar e da canção de nosso Maranhão, em nosso mapa está nossa cidade   “ todos cantam suas terras e bem que cantarei  a minha, “modéstia à parte , seu moço nossa terra é uma belezinha”, não tem graça contar tudo ,” só se vendo pode crer”. Tanta coisa que podia dizer, e minha mente fértil aguarda a primavera, sem regras, sem filtros, sem segundas intenções ... tudo é cultivo. Ecoa o ensinamento da última palestra do escritor moçambicano Mia Couto , nem sempre é sobre o escritor é sobre a escrita , e quando a noite findar: PRIMAVERAREI.

 

 

 

Um trintão de milhares, de milhões... sem filtros




 

Eu bem que pensei em escrever concordando com a frase do Mestre Suassuna “tudo que é ruim de passar é bom de contar”, no entanto não é sobre isso, nem devo considerar esse viés. Destarte, considerando meu temperamento, ou minha personalidade trato de recompor minha postura e com espirito mais elevado dizer: Trintamos !  O (des)conforto quiçá que morasse dentro de mim, ficou para trás; nasceu então  dentro de nós , Dulciane , Norma, Nevinha a sensação desejosa de que pudéssemos celebrar essa data.  


Deve ser horrível começar a ler uma história a partir do meio (rsrsrsrs) de praxe o contar, o começar deve ser do inicio; pois, não contaria essa arte sem antes dizer que pulsa em mim um coração humano que se fez homem e mulher para enfrentar algumas indiferenças e contrastes em relação a profissão, ao papel, ao nome, ao histórico ; e como sempre digo há sempre uma mão daqui outra dali, os empurrões  chatos e necessários dos pais “transformar a dor”.. era inicio de 1992, hoje entendo que por incapacidade minha sair desastrosamente de uma relação conjugal, alguns desafios, fatos, oportunidades perdidas e uma intelectualidade por muito pouco não fora jogada em declínio . Contudo, nesse mesmo ano, uma nova chance, uma referencia surge quando veio minha aprovação para o primeiro concurso público do estado do Maranhão; no dia da prova , por providencia sentei-me perto de Professora , e grande Advogada Norma  Silva  com quem aprendi multiplicar  inúmeras lições; estudei e já sabia muitas coisas , mas devo admitir que por osmose adquirir energias para mais conhecimentos . Minha gratidão a tanta gente e quantos esforços para que eu recebesse identificável lembrança e algumas vitórias; não sou somente palavras; sinto que todas elas, mesmo quando ambíguas tomam forma e conteúdo; ganham força, e todas as histórias nos marcam , e vejo que ainda que pareçam conhecidas devem ser contadas, sim.

Sou lenta demais para algumas coisas, já admiti isso; porém absorvo com facilidade muitas coisas ! O ano de 2022 veio cambaleando com novos marcos e desafios, de sujeito oculto, vivi o ano de luto pela morte de nosso pai, mentalmente traduzia-se em mim a expressão da Canção de Belchior  “ ano passado morri mas esse ano não morro”, fui afetada pelo COVID 19 e quão difícil é viver o gradual distanciamentos de quem queremos bem, Muito otimismo, mensagens de positividade,  o caldo,  a água de coco, o cuidado da família, e vencemos ..  sem mais preâmbulos estávamos cada um em seus lares quando dia 13 , nossa amiga Dulciane provocou a todos , divulgando em seu status, de forma positiva,  o DIARIO OFICIAL de 13 de Maio de 1992 em que fomos chamadas, o contracheque de quando éramos contratadas , e fez um histórico bonito do que foi aquela época..., amiga, profissional responsável como todos os demais colegas, emocionada me contou um pouco do quanto marcou aquele concurso público em sua vida ; e todos nós, praticamente tivemos as mesmas impressões, fizemos escolhas e entendemos que foi feito muito mais do que nossas inteligências permitiam, época em que apenas o Magisterio nos habilitava para lecionar.  Em nós a esperança de que  tudo fosse bem realizado. Nesses anos todos, tudo nos fez um bem enorme, criamos uma legião de seguidores, fomos responsáveis por preparar tantos outros, possivelmente milhares de pessoas que seguiram na vida e em profissões tão grandiosas quanto a nossa. De minha parte, é encantador ser chamado Professor/ Professora! Quanto orgulho! Há imagens e impactos saudáveis que não saberemos mensurar, quiçá tenhamos “podado sonhos”, no entanto, providenciemos nos questionar: quantas sementes e a realização de quantos frutos  temos deixado? Essa passagem me faz lembrar o nobre escritor professor Raimundo ; me faz lembrar com respeito e gratidão dos ensinamentos da Professora Idelvanda Correia , quando me diz que de certo faço parte do time de Professores 5% encho-me de  ânimo entendendo, que é tempo de plantar.


legenda da foto, Dulciane
Permitam-nos celebrar! Permitam-nos vibrar com bonita esperança de que ser professor é tão lindo e tão grandioso como toda e qualquer outra profissão e por isso mesmo, dia 14 de Maio por intuição e telepatia a convocação feita por Dulciane Meireles , foi fazendo a chamada de um a um daqueles listados no Diário Oficial , teve retorno de alguns , outros pegaram falta, e fizeram falta ainda assim a reunião com as três rendeu muitas lembranças e histórias ; Nossa comemoração deu-se no Espaço BEBERIKAR , ao som de  Kelciane Cruz; bolo lindo e saboroso da Kellen Lopes, a emocionada proposição das companheiras ,nossos vídeos cantando, agradecendo, celebrando ! Que dia memorável ! Das tradicionais lições às inovações com bons resultados. Fontes inesgotáveis de outras sapiências que também estavam nesse rico momento : Professora Laura Alice , Professora Maria de Lourdes, Professor Zezinho Araujo ,(in memorian)  todos tão queridos e lembrados por nós,; do inicio ao fim, falávamos com orgulho de nossa trajetória; das pessoas que nos estenderam a mão e da forma especial com que sempre fomos tratadas ...Arremato nossos trinta ,com o desejo de dias cada vez mais felizes a todos os companheiros listados; à amiga Norma  Silva, um trinta de milhões  pois breve fará dez anos de OAB; dias alegres e saudáveis para nós, avós lindas e de modo especial às presentes Nilma, Nevinha e  a avó  Dulciane Meireles  que está prestes a completar SEs(senta), por fim,  rogando ao nosso Senhor que nos dê capacidade cognitiva suficiente para cuidar de nosso terreno e continuarmos grandes mulheres e homens capazes de cultivar, acreditando que ainda há tempo de plantar. Aqui , deixo dito que toda caminhada tem renuncias, agrada uns daqui outros dali; mas enche nosso coração de gratidão a Deus, gritamos : é trinta, uma riqueza que somente nós sabemos o quão valiosa é! Esse é o enfoque pode valer milhares de questionamentos, para mim, experiências que alcançamos trilhões! Feito.

 

 

 

 



Celebrando o Nordeste, de nossa parte: ARTE


 

Em Junho de 2019, as professoras Antonia Rodrigues e Nilma Sodré naturais de Urbano Santos –MA participaram da Antologia Literarte Celebra o Nordeste, na ocasião , a obra coletiva foi publicado no Espaço AMEI, com a participação de outros nomes e grandes escritores maranhenses! Para elas, foi uma alegria enorme  participar do projeto , cada uma ao seu modo deixou registrado sua escrita, Professora Antonia participou com um poema; Professora Nilma com um texto em prosa.

Hoje, pode-se dizer que a façanha se repete, as duas vivem a expectativa, ansiosas para mais uma vez serem representatividades em  um evento literário em São Luís promovido pela Literarte com indicação de homenagem pelas publicações de 2019; receberão um diploma de reconhecimento pelo valor literário das publicações anteriores;  o evento organizado pela Associação, será aberto aos escritores e sua família, e para os convidados dos escritores  homenageados ; na mesma data , Professora Nilma Sodre estará entre outros escritores maranhenses lançando Vozes Femininas 3 , com o texto   “Guarde essa voz, todos precisam de um estou aqui.”

De nossa parte, posso dizer que a arte tem estado cada dia mais perto de nós, estamos muitos felizes de mais uma vez sermos  lembradas  pra participar de uma evento em nível estadual , considerando que a Antologia e toda obra tem repercussão nacional , o que engrandece nossa cidade , nossa cultura e nossa literatura, nossa arte! No campo literário, ambas  ainda são desconhecidas , mas tem colocado suas divulgações e artes como forma de construção e motivação para si mesmas. Celebremos o nordeste, o hoje, a cultura , nossa literatura. Viva!


AULCA: Sensibilização e sensibilidade dos idealizadores e participantes

Registro de foto Denice 

Na noite de segunda-feira;  dia 04 de Abril , na sede do Sindicato de Professores ocorreu uma sensibilização para Criação da Academia Urbano Santense de Letras , Cultura , Ciências e Artes , um evento cultural que reuniu amantes da literatura, feitores de diferentes artes , alguns nomes ligados a Cultura de Urbano Santos , fotógrafos,  escritores locais  e o mais distinto público !

Movimento liderado por mim, na condição de  professora e escritora,  atualmente sou membro correspondente da Academia Vargem Grandese de Letras e Artes a convite de Nossa Presidente Jucey Santana , o evento
contou com os apoiadores na divulgação e debates de ideias professores Domingos Dutra, Laurilene Correia , Fernanda Carvalho, Noemia Souza , Antonia Rodrigues , Idelvanda Santos , Fabrícia Valentim e com a logística dos representantes do Sindicato de Professores , Simone Santos ; Ozelita Leite , Luziene , Manoel Vieira; Secretaria de Cultura do Municipio em nome de Wilson Souza  Feita a abertura com as boas - vindas, o  Grupo de mobilização trouxe para o público , um pouco do que ocorreu há 100 anos na Semana de Arte moderna no Brasil; evento que rompeu com alguns paradigmas no cmpo da arte e da Literatura no inicio do Século 20 , trouxe algumas ilustrações com  um contexto histórico necessário para o momento atual ; depois falou-se de quantas provocações e edições foram feitas de Chás Literários, alguns nascidos dentro da sala de aula, e da extensão de convites pra nossos municípios vizinhos : Belagua e São Benedito; há três edições por exemplo , que contamos com a presença do amigo, escritor  Antônio José de São Benedito ! E como foi dito por nossa equipe de mobilização pra esse fato, é que temos potencial suficiente e grandes nomes e contribuições para criarmos nossa Academia e vislumbrar a “imortalidade” através da arte que representamos !

com a talentosa Clara
Por fim, foi falado de forma objetiva o que é a academia , qual seu papel no contexto social de uma sociedade , e quais pessoas podem contribuir e serem membros ! Abriu-se espaço para perguntas e sugestões, anotadas por nossa Secretária da reunião , Professora Simone! Fizemos destaque para alguns itens do Estatuto e do quanto sera importante que o maior numero de representantes leiam e conheçam os detalhes legais para instituição de uma  Academia.  Dali saímos com as ideias organizadas pra nosso próximo momento, criou -se uma Comissão Provisória, acrescentando ao grupo já existente entre eles alguns nomes que já colaboram com  eventos similares : Dona Betinha , escritora; Norma Silva , Advogada ; Mateus , Professor Graduando de História; Julia Almeida , Assistente Social;  Darlene Bastos , Professora ; Ezequias,  músico ; Marcio Dourado , músico ; Antônio José , Professor , Escritor ; Simone Santos, Professora; Manoel Vieira ,Professor;  Noeme Barros, Advogada; Ana ,Historiadora ; Nevinha Ramos,Professora. Ao encerrar, a equipe organizadora do evento, considerou bastante proveitosa a reunião e ficou de marcar nova data para os próximos passos. Registro de fotos feitos pelo amigo Luis Veras e Denice , a eles nossa gratidão.

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Guarde bem essa voz: todos precisam de um “estou aqui”


 

            

Sobre escrever: minha situação atual é a de que há dias não escrevo uma linha, engoli alguns choros de outro dia para cá, mas nada que não fizesse parte de minhas próprias porções; é minha cota, minhas contas! Atravessei por aí algumas terras, mais perto e mais longe, uns mares e ainda por pertinho de um deserto, mas fui resgatada por um ser vivo que nem anjo é, mas tem nome de santo, me fazendo acreditar no protagonismo, opto por testar possibilidades, e assim sigo, pretendo ser
escutatória  e ainda a voz que diz: estou aqui!

Em principio, digo que esse capítulo versa sobre a voz feminina, algumas vozes; um tributo às mulheres que merecem e devem ser imortalizadas. Comecei a construir meus pensamentos, idealizar minhas leituras, com minha chegada ao Chagas Araújo em 92, fui apresentada às disciplinas, e pela lacuna deixada substituiria professora Nona Oliveira, mulher forte, nome respeitadíssimo entre todos;   essa voz, pensei comigo mesma já está imortalizada; depois Anita Batista , leiga em Historia , mas que sabia e contextualizava como ninguém, professora de quantas gerações!? Quem sabe  professora Maria de Lourdes, pela defesa de aplicação e uso da língua culta em todos os ambientes, da sintaxe à semântica, ninguém ousava desafiá-la! Quantos outros nomes! Outras dezenas de mulheres! Mulheres fortes, conhecidas por seus próprios nomes, das oportunidades para as possibilidades; do sol escaldante da estrada para a sombra de uma sala arejada! De sombras e disfarces dos egos mais humildes!  Dos diálogos; da aceitação de sugestões!  É o conviver, o aprender e o compartilhar, das teorias para as práticas! Arrisco dizer (fruto de alguma leitura) entre nós, mulheres, tudo merece ser celebrado, de machismo disfarçado, nossos dias estão contados.  No entanto,  um dever me chama, delimitar uma voz e tornar harmoniosa todas as outras lembranças e vozes que me ajudaram a crescer e tornaram mais leves as diligencias.

Antes mesmo desse preâmbulo eu já decidira sobre as vozes que eu pretendo eternizar, em cada palavra que escrevo, ouço de perto a voz de meu pai que repetia por milhares de vezes “gravem bem essa voz pode ser que mais tarde sintam falta” e minha mensagem não se trata de uma metáfora, mas da sensibilidade da Maria mãe que atende por nome de Raimunda; das filhas, a única que não tem no registro o nome Maria por engano talvez, de nosso avô! Professora leiga, da primeira turma do Curso Normal em nossa cidade, minha primeira professora; valores e ensinamentos que nos servem diariamente, noções de responsabilidades, do cultivo da paz desde a mais tenra idade., mãe de treze filhos,(três partiram ainda bebês), de cálculos matemáticos que segundo papai vem das divisões na hora de fazer prato de tanto menino; até hoje com oitenta anos, consegue como ninguém fazer a maior parte das contas  “de cabeça”;   dividia-se entre os afazeres domésticos e as tarefas profissionais; não aprendeu a cantar, nunca fez coro em nada, nem se interessou em andar de bicicleta; no entanto arriscava-se nas pequenas prosas e trovas na escola ou ainda na igreja , de coração bom, tem papel de inspiração fundamental para todos nós; com seus passos e ações bem reservadas; sem os cliques de quem almeja mais sucesso; de pele branquíssima, ( resumo de uma doença chamada vitiligo)!  E foi nossa mãe, essa voz  marcante que já é imortalizada que lutou por nosso pai até o último dia; sem reclamar um dia sequer, só agradecia;  nós mesmas vez ou outra nos dávamos por vencidas, numa dor daqui ou dali; e ela, firme na fé em Deus, servia de esteio para todos nós, ainda serve ; qualquer que seja nossa dor, recorremos a ela! É a voz de nossa mãe que agora ecoa e nos mantem unidos para contemplar melhor a caminhada.   Talvez não saiba muito sobre empoderamento mas nos deu a chance de sonhar, de estudar, de seguir e agir! “Ter bondade é ter coragem”! Acolher , cuidar, desapegar-se são rotineiras na vida de nossa mãe .

Em minha mente, nas minhas limitações e impressões, imortalizar o nome de minha mãe que por natureza já é imortalizado é transbordar os sinônimos de empatia, de amor, do testemunho de fé em Deus, dos cuidados com o próximo, ainda assim , meu reconhecimento e minha participação na escrita estará incompleta se eu não citar todas as Marias, na passagem de hoje, na Carta de São Paulo “ como o corpo é um , embora tenha muitos membros ... formam um só corpo” canalizo com essa leitura , para refrescar minha memoria e poder admitir: vozes e mãos marcantes tem minhas irmãs Tania Maria, Ana Claudia , Soraya, Dulcivane, Gisleana, cada uma de nós em nossas “essências imperfeitas”  salvamos nossos dias, o corpo e o coração;  os nossos,  de nosso pai, de nossos irmãos, de nossa mãe ! Tudo é uma questão de crer. Eu havia começado meus primeiros parágrafos quando a  voz da amiga Conceição de Jesus foi embargada , ao canto da Ave Maria, seu filho partia... e no nosso hoje podemos ouvir algumas vozes: sim, estou aqui e não é apenas poesia. Eternizados. Imortalizados nomes e vozes...

 

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