Outubro Rosa: Por que o azul dourado?


Sinceramente não sei o que seria desse meu outubro se não houvesse "heróis"em minha vida capazes de acreditarem e oportunizarem momentos tão bons ! Embora alguns revestidos de estereótipos, na caminhada, conseguem adquirir e me dar ainda mais maturidade! Outros, de anjos! Que bom, essas figuras vivem! São de sangue, são do bem, são reais!
   Desde sempre (rssrsrsrs) quando começo a escrever, faço para mim mesma indagações absurdas,depois  colho uma opinião daqui, outra dali; quando em Outubro de 2013, inventamos o "projetando um novo olhar", tornei-me sem saber inteiramente responsável por pelo menos  uma pessoa que encontrou tempo e espaço para revelar-se e ajudar nas descobertas de uma filosofia de uma vida melhor, da inspiração pessoal,de decisões que nascem da coletividade e que podem ser compartilhadas. Não tenho oráculos, tenho presságios (dos bons)!E é através deles que dissemino essa experiência, essa sensação. Reinventando as palavras de um mestre: Como, meu Deus, não olhar a lindeza, a capacidade, os esforços que temos demonstrado na santa missão de ensinar? Como não reler a história da águia ao falar da grandeza que é ser humilde para ouvir, aprender e compartilhar?Como não sentir-se feliz e emocionada ao ouvir " Águia dourada", canção de 1987, que há tempo nos alerta para os cuidados com a natureza? Como não admitir que seja possível ser uma nova pessoa?
Hoje nossos cenários não são muito diferentes do que estiveram em outubro, do ano passado, nesse 1º de novembro fez um ano que nosso pai saiu da situação de hospital e está em casa, em nosso doce mês o desafio é testar nossa capacidade de amar sem murmurações, nós não somos exceções,e os nossos bens nada valem , o tripé daqueles dias de idas e vindas continua o mesmo. O que nos auxilia é o inalienável ensinamento, vindo das lições de casa. Isso tem sido uma de minhas inspirações. Nessa noite, em que escolhemos realizar o Fórum, meu pai nem soube que eu vestiria azul, e que depois opto por usar dourado; ouso para não me reprimir, apreciar as simplicidades, para não cair no modismo; conduzindo a vida no dizer de que todo dia é tempo de “cuidar do broto, para que a vida dê flores, frutos”. Nessa página, esse é meu paradigma, não cumpro demandas, mas, erro, tento, aprendo;  falo de minhas impressões. Aqui posso dizer que sinto enorme orgulho daqueles que reconhecem méritos, daqueles que oferecem braços e abraços, daqueles que conjugam no plural, dos que aproveitam sempre o lado bom das pessoas; de quem compartilha experiência, desejando uma qualidade para mais pessoas. Chego nesse ponto com muito mais contentamento.
Eis-me aqui!
Ao descobrir-me nessas crenças e poder identificar outras pessoas, posso bem dizer o quanto vale a pena defender que não somos apenas profissionais competentes e capazes, somos humanos, cristãos que à medida que adquirem novos saberes sentem prazer em comungar com os “amadores”, ao contar sobre os rios, ensinar as rimas, brincar, promover cidadania, orientar para a competição... com essa página, promovo a leitura, já é uma passo; os nossos colegas com as apresentações no II Fórum de Leitura , provocaram a reflexão; apresentaram metáforas. Nesses últimos dias, em que minha flor escolhida foi o cacto, o meu pássaro inspirador, o pardal; é da águia  que trago a liberdade da expressão, e para ilustrar, eis a citação bíblica apropriada: “mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”.  Aos que com autenticidade merecem reconhecimento, posso dizer que de nosso exemplo seremos capazes de mover outras gerações. Meu voo, minha montanha, minha fortaleza , eis-me aqui. Como, meu Deus, não compartilhar?








Dos quatro elementos: a água; dos pássaros: pardal!

          Umas de minhas preocupações quando escrevo é justamente encontrar palavras que combinem com o momento em que escrevo, justificar a transcrição do título e provocar nos leitores o deleite e a reflexão.É impossível dizer se consigo, pois ainda agora, encontro pessoas que ao lerem a página, indagam se eu mesma a escrevo. É compreensível,porque pesa sobre mim grande responsabilidade, dos dois um: ou o texto está bom e aí não seria eu a "escritora", ou está muito ruim...Sem murmurações, cumpro o que me vem à cabeça,ao coração.
          Na festa de encerramento de São Francisco, dia 04, lembrei-me fortemente de que há bastante tempo eu havia lido sua história e trajetória de santidade, por indicação de minha mãe, interessava-me saber de sua simplicidade, do amor aos pássaros,do diálogo com a mãe natureza,da doação aos pobres e aos doentes; depois reli. Pensei em ser franciscana! Convivi e percebi que estava muito longe de compreender com decência a dádiva de Francisco. Leio infinitas histórias sobre o amor do Santo aos bichos, às florestas,aos doentes,aos irmãos, aliás, a todas as criaturas de Deus.Naquela noite, para nos presentear, Ele coroou seus irmãos com chuvas de bênçãos, conduzindo-nos a reflexão de que nossa coerência é do tamanho de nossa fé.Cantamos, oramos,agradecemos para encerrar a festa. Era véspera de eleição...Choveu, molhou nossa terra, nossa alma! Aos observadores comuns, era apenas mais um dia,uma data, uma chuva, uma noite.
       Parecia até outro dia, que eu era o "patinho feio" porque na minha cabeça  era impossível conviver com algumas limitações, em certas horas, pelo comportamento até pela convivência,  contradigo com meu ideal cristão; no entanto, para meu bem continuo ignorando coisas absurdas,a vaidade e arrogância ora disseminada por outrem não passam de especulações, evito dissimulações para ter uma postura menos reprovável, procuro ouvir e refletir para confiar mais,o "lugar comum" ainda é meu melhor espaço, e nele todos os motivos que tenho são para agradecimento, nele sempre estou mais segura. Tenho uma grande mãe, um pai herói; um brilhante filho, irmãos sabedores de nossa missão, um precocemente chamado pelo Pai  e eu embora com o complexo do "patinho", procuro acreditar que é possível ter uma " vida de Francisco", sem artifícios, sem ostentação, sem austeridade. Uma vida  em que se valoriza as águas dos rios, o cabelo molhado, o rosto sem maquiagem, as visitas aos amigos,  as companhias saudáveis e desinteressadas, as folhas secas, as chuvas que caem, o canto  das rolinhas, o riso fácil ; a felicidade espontânea. 
       E por mim, desconhecendo um pouco a história dos pássaros, numa tarde, em que a água do rio era tão boa companheira, fria e silenciosa, ouvi o canto de uma rolinha " fogo apagou", retomei uma pequena passagem: "só rio, sou rio". Ora, ainda é possível alegrar-se com as simplicidades da "irmã natureza", nesse mês, nesses dias, um outro "pássaro" tão querido e amado por todos nós, pousará em seu habitat natural; é o canto e o encanto em pessoa, às vezes dribla a vida com a síndrome do palhaço...mas é quem consegue o riso mais alto e mais espontâneo de nosso pai. E é assim, que termino minha reflexão, nem águia, nem galinha; o que certamente diminuirá ainda mais meu complexo de "patinho" será o riso, o canto e a voz do pequeno Pardal, e a lembrança certa de que a minha natureza mesmo pequena produz milhares de cantos, a capacidade de também alçar grandes voos e conviver com outras emoções. São Francisco de Assis, dos quatro elementos: a água; do canto dos pássaros: Pardal! 

Setembrai: uma metáfora, uma construção para a vida!

            Acho que todas as vezes que começo a escrever um texto, eu crio primeiro uma intimidade com ele, para que seja minha companhia de algumas horas. Pinto e bordo, deixo-o em banho-maria, às vezes o trato bem, outras nem tanto. Transcrevo-o geralmente para o papel, analiso por instantes, e só depois faço a publicação. (Parece bobagem).
         Um desses dias de viagem com meu filho, ouvimos de seu repertório a canção CÁLICE, composição de 1973, antiga, diferente... na conversa, dizíamos que à época, os compositores "espremiam a alma", diante de tantas ameaças, produziam com qualidade, conseguiam trazer diferentes sentidos para suas composições, estimulavam aos demais para o uso da palavra, convictos de que em algum momento, fariam a diferença. Transcrevi-a logo em seguida, não como insulto ou reclamação, mas com rigor a mim mesma, às minhas limitações; num momento de evidente severidade com os disfarces circunstancias. Depois, vi que meu otimismo não precisaria desse choque,ora ao mesmo tempo em que sofremos calúnias, devemos perseguir nossa fé, nossa determinação. Era a última semana de agosto:de confidencias, de profecias, de histórias!
            De lá pra cá, setembrei, viajamos e outras conversas surgem ao longo do trajeto. Mês de aniversários de tanta gente querida e amada; gente que se importa comigo, com meu conforto, com minhas dores, com minhas limitações; gente que no silencio, no abraço, na hora da tristeza, coloca-se a disposição, dizendo: estou aqui, se precisar, estarei aqui.Mês de flores!  Mês de comemorar a vida de meus sobrinhos queridos, de meu amado filho, de outras tantas pessoas amáveis  e amadas; de comemorar o nascimento da linda Vitória! Se não correspondo, reconheço e procuro ainda ter tempo para reparar essas diferenças. O tempo, foi ele que nos fez chegar até aqui, e no uso de minha palavra chave, SER, tenho acrescentado o AGRADECER. Obrigada pelo dom da vida de cada um que celebra a vida nesse mês! Obrigada pelo dom da vida de nosso querido irmão Paulino José que também comemoraria conosco se tão precocemente não tivesse sido levado!Obrigada por nos fazer assimilar outros sonhos, outras possibilidades!
          E na viagem de setembro, meu filho perguntava se eu conhecia a "teoria dos cinco macacos"; atentei para a história versada por ele e procurei lê-la, nela encontrei "a criação de um paradigma", ainda que não tenhamos estudado sobre isso, é confortável a omissão por entender que ali, as coisas sempre foram feitas àquela maneira. Em lugar de se acrescentar uma observação, encantar ou desencantar com um contraponto, preferimos silenciar; em tempo de oportunidades, usar a palavra em busca da possibilidade adormecida; comungar de experiências que na coletividade fazem bem para cada um.Desconheço tanta coisa, aprendi em certas horas a questionar, isso me torna dura demais... Porém, tenho raiz e dela nascem nossos sorrisos, nossas esperanças, as histórias e lembranças; está viva e nos faz crer no amanhã que pode ser reconstruído por nós. Às vezes, por um gesto, correndo risco,penso que podemos dizer " as coisas aqui não precisam ser sempre assim"! Setembrai porque a vida exige cuidado! Pede calma! Houve um tempo em que eu não sabia o sentido dos versos " lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa"! E porque  cale-se nunca foi resposta; procurai eliminar certas palavras e cuidai de alternar paradigmas! Assim nos ensinou nosso pai, nosso herói! 


Um lar, o anjo e as Sete Marias

          O que me agrada nessa tarde em que escrevo é saber que todos nós filhos e filhas somos feitos "à imagem e semelhança de Deus", somos herdeiros de cristãos, entre todos, somos a mais importante criação. Porém, não somente sobre isso falarei, procurarei num pequeno relato, transcrever esses momentos em quem somos irmãs, filhas e mãe de nosso pai. Conversando informalmente com alguém, quis saber quantas filhas éramos, respondi que somos seis, e que nessa história, em nossa casa, contando com minha mãe, somos sete mulheres. De certo, somos hoje Sete Marias.
         E esse assunto me volta à lembrança, porque é impossível deixar de recordar que a debilitação de meu pai, acentuou-se, dia 10 de julho do ano passado, nesse mês, nessa data, comemora-se o Dia dos Pais, e as Marias embora fragilizadas não deixarão de apresentar suas homenagens, suas manifestações de carinho, suas declarações de amor, de igual modo, encontrarão nas mãos fragilizadas pelo tempo, os desencontros de linhas tênues, formando um paradoxo o encanto inquieto nas demonstrações de amor e de carinho para conosco. E nessa história, o que me faria lembrar da "Casa das sete mulheres"?Lembrei da história, depois da conversa, (das sete) e porque nela havia um guerreiro revolucionário, sedutor que lutava contra as tiranias do mundo, na minissérie quase tudo é imaginação, quando a cito, é que dessa analogia, posso dizer da austeridade que  desejamos de nosso pai é o pisar firme, o exemplo, a dedicação à família, a humildade, a demonstração de fé; nesse último item, nosso pai é um guerreiro. Suas convicções e jeitos de ser, nos fazem ver, que mesmo desiguais e únicas, ainda assim capazes de amá-lo com a mesma intensidade, cuidar com a mesma dedicação.Só um "por exemplo", quando sonha com um dos filhos, acorda com a preocupação de que aquilo realmente pode nos atingir, diz que devemos ter mais cuidado, ser mais unidos.
        Não saberia dizer sobre muita gente, mas quantos de nós, criados somente com nossas mães, que exclama(vam) e reza(vam) para que aquele filho(a) adquirisse boa compostura! Quantos saem de seus lugares de origem, crescem, sem receber a bênção do legitimo pai e mudam seus rumos para o bem ou para o mal! Quantos correm e aguardam o abraço paterno na hora de pequenas vitórias, de sucessos pessoais, quantos!?Quantos aguardam um estímulo para o estudo, para o exercicio da profissão, para as piadas corriqueiras?! Aproveitemos nossos pais, cuidemos deles,rezemos com eles e para eles. O nosso, é um grande pai! Um guerreiro! Um filósofo nato e leigo! Ele nos surpreende a cada dia!Não erraremos em nenhuma letra se dissermos que ele foi feito à semelhança de Deus para ser nosso pai, para em tempo nos orientar a suportar nossas cruzes, para nos amar e nos tornar mais fortes; para nos mostrar que devemos nos indignar com certas injustiças, mas que seremos melhores se pudermos ser dignos do reconhecimento através do exemplo.Ora, nesse sentido, todos nós, mesmo mães, somos um pouco pai, porque revendo alguns valores dessa época, as nossas confirmações vem não só pelos sobrenomes, mas pela preparação para a vida!
José e Sete Marias
         E para você que aguardou a escrita e leitura desse texto, que sabe a essência de sermos  melhores em todos as condições: de filho(a), de mãe,de  pai, de irmã(o), tiremos a maquiagem e aproveitemos para olhar por quem sempre olhou tão bem por nós. Quando alguém supostamente pergunta a minha mãe sobre quem cuida de nosso pai, ela prontamente responde: "todas nós, as filhas, sete dias por semana, ele não fica um minuto sequer sem ter uma companhia". Todos, se puderem, terão o privilégio, nessa data, de sentarem-se com seus pais, e com orgulho, aproveitarem para cumprir algumas promessas de amor. O nosso herói completa mais um ano, em suas citações diárias, lembraremos sempre do profeta Jeremias... que as nossas histórias sejam também proféticas!Da letra de uma canção, como nossa homenagem por mais esse ano " eu tenho a palavra certa para doutor não reclamar". Para as sete Marias e seus filhos: nosso avô, nosso pai! Da fantasia à escrita, da profecia à releitura.

Depois dos quarenta: (SE)senta ou (SE)tenta, escolha!

Encontro em meu caderno de anotações, algumas linhas escritas sobre as descobertas depois dos quarenta, palavras aleatórias, prolixidade, nada original. Vejo-me agora nesse “status”, ora cabeça bem equilibrada, bem conservadora; ora envolvida em desejos de aventuras, de descobertas, ouso ser mais determinada, interesses esdrúxulos; sem forçar a barra, em minha cabeça não deixo mais lacunas para as frustrações, lembranças tristes ou cumprimento de todas as regras,  aprendo a perdoar verdadeiramente, esqueço medos bobos, deixo de lado mágoas ou ressentimentos, saudosismos da juventude, ciúmes doentios, coisas que sei, não voltarão mais (Nesse campo,há  uma professora que só usa palavras de otimismo, insiste em dizer que estamos muito melhores do que  supomos estar, “basta olhar as fotos”) Sempre que posso,nas lidas do dia, agrado aos pares,com ponderações,com atitudes, com autenticidade, menos rispidez, recomendação que necessariamente não está só nos livros.
De qualquer modo, trouxe algumas lembranças do longo tempo de criança, boas, é claro... dos demorados banhos de rios, das travessuras nas areias da rua, das farofas improvisadas, dos K-suco, dos vestidos de chitas, das bonecas de pano, dos carrinhos de brinquedos, dos desfiles de princesas e rainhas, dos banhos de chuva,dos jogos de petecas e castanhas com os irmãos,do aprendizado com as surras de cipó, das primeiras letras nas paredes da casa,dos chibés com peixe assado,  das casinhas no fundo do quintal,dos lençóis costurados a mão,dos cabelos louros e encaracolados, das idas apesar de tanta recomendação para o interior dos avós,  das saias de “pregas” do primário,das fugas constantes dos deveres de casa,da primeira bicicleta de nosso irmão mais velho,dos ciúmes entre nós, enfim; francamente, olhando hoje para trás,posso lembrar como sempre foram cuidadosos nossos pais.Quanta ternura! Quanto carinho trazemos de lembranças boas de nossos pais!Quanta sabedoria aprendemos com as simplicidades!Quanto elo para nossa formação pessoal!Nenhuma cicatriz que não tenha sido curada!Nessa história, trago homenagem ao menos às duas irmãs minha: uma acabou de completar cinquenta, outra; completará brevemente quarenta, diferentes em praticamente tudo; amáveis, dóceis, prestativas, não medem esforços para ajudar o próximo, capazes de fazer o melhor pelo outro, sem muitas vaidades; diferentes em praticamente tudo. Está certo! Quem disse que por sermos irmãs, precisamos ter preferências e personalidades iguais?
Foto Fernanda Sodré
Na verdade, quando escrevo, reflito sobre os onze meses do estado de saúde de nosso pai, no mês de maio,28, acolhemos a missão de comemorar os quatro anos de passagem de vida de nosso irmão cabo Sodré,e a vida sempre segue,  com isso,preciso apropriar-me de virtudes que me garantem uma melhor qualidade de vida; as  revoltas,os relacionamentos espúrios, as traições sorrateiras, os conluios, as tristezas,as invejas  nada disso me pertence.E é assim que  tenho dito para minhas irmãs,aliás, dito  a nós   que em lugar de ansiedades, frustrações, aborrecimentos à toa, preocupações com o dia de amanhã,desolações,de culpas,de preconceitos e contradições, que tal olhar para a vida e vê em cada esquina uma oportunidade! Entender por exemplo, que a necessidade de estarmos “enfermeiras” hoje nos torna mais humanas, mais cristãs, mais leves, mais felizes!Elevar a alma, sendo uma filha melhor, uma irmã mais carinhosa, uma mãe otimista, uma amiga sensacional! Contemplar os momentos do equilíbrio, da lucidez para também aprender sobre aquilo que os anos nos ensinam!Para nós é essencial o resgate dessa idade, quanto a isso, as diferenças e imperfeições servem para nos aproximar, só para isso. Falo da motivação, da energia, da descoberta em poder fazer pelo outro, em “ser ponte” porque o ser feliz,  implica em querer paz de espírito, tornar-se melhor. Entre minhas irmãs, devo ser a mais sonhadora, não a mais bonita, contudo, em tempo, reconheço que a beleza nunca esteve em mim, só pela aparência física, nas curvas perfeitas, em estatura desejável, nos olhos bonitos, nos rosto bem desenhado,pelo contrario, posso encontrá-la aqui,com todas as sensações que aprimoro em mim,em minhas escolhas e decisões.
Enquanto centenas contam virtudes, promovem a imprudência, disseminam insensatez, nessa idade pretendo encontrar tempo para ver a beleza na dor, “no prato de abóbora” da criança lá do mato, aprender com o mural feito de palhas de buriti ,ouvir os anseios de quem nunca soube o que é oportunidade,”ser ponte”, estimular a leitura, mesmo quando pareço arrogante nas palavras, servir ainda que haja incompreensão, agradecer pela família, por  meu lençol, minha cama,meu pão diário, meu teto, meu trabalho, minha correria, minhas amizades. Não existe em nada homogeneidade, não há um único paradigma que um dia não seja quebrado. Às minhas irmãs, que são as melhores e maiores amigas com as quais eu posso contar, não terei outra palavra senão de agradecimento, e como entre nós, há uma única Maria, mas todas se permitem adotar esse nome, usando clichês, depois dos quarenta ainda há tempo para: plantar, sorrir, colher; de estudar, ensinar, aprender; de ser, estar e permanecer. Há tempo e espaço para todos, “a gente” senta, inventa ou tenta; a escolha está em nossas mãos de tornar nossos dias melhores!E porque hoje essa é minha voz, meu argumento: tentemos!





*Urbano Santos, acolhe teus filhos com equidade


Eu bem que pensei em começar a minha reflexão com o trecho do poema “filhos... filhos ? melhor não tê-los! Mas  se não o temos como sabê-lo?” porém não teria muita originalidade , prefiro dizer:que bom tê-los! Acolher aos filhos, cuidar de todos com o mesmo zelo, com o mesmo amor. Isso dito, nos lembraremos de alguns questionamentos que às vezes somos conduzidos a fazer ; quando acolhidos, esperamos por mais privilégios, por maiores oportunidades de crescimento, proporções maiores de doação, doses de direito e respeito que cada filho compreende ter dentro da família.
No entanto, esse dia é de alegria, de festa e minha reflexão versará sobre os 85 anos de nossa cidade; para nós é momento de olhar um pouco para trás, observar os indicadores, assumir os percalços, as conquistas; de perceber as proporções das lutas para aquisição de direitos, entender que não realizamos nada sozinhos precisamos a cada dia de humildade para aceitar as leis do Senhor e saber que somos conduzidos por suas mãos, apesar de aplicar as leis do homem. No plano físico, as parcerias nos ajudam a alcançar melhores condições de vida, mais qualidade nos serviços, convicções de que somos apenas instrumentos a serviço do próximo, porque todos os nossos poderes, tudo que somos só nos é permitido por Ele que nos pede Justiça e igualdade em todas as horas. Na qualidade de cristãos, a recomendação é a de que tratemos a todos com equidade, acompanhando a passagem de Sabedoria “Amai a justiça vós que governai a terra, pensai corretamente sobre o Senhor e com integridade de coração procurai”. Nessa data, em que se comemora mais um aniversário, precisamos admitir que em nossas palavras, em cada gesto, em tomar uma decisão,na prática, deve prevalecer sempre o cuidar bem, o atender com hombridade, para além dos discursos,  alias, é bíblico a orientação de que as autoridades que defendem os direitos governam por muito mais tempo.
De verdade, do ponto de vista histórico, nesses 85 anos, a bravura daqueles que lutam e perseveram na busca de direitos, não se revela na vida mansa, no luxo, na vaidade, no egoísmo,na imprudência,  mas no empenho de uma sociedade mais digna, mais confiante, capaz de grandes decisões, de muito trabalho, de escolhas decentes; modéstia parte, nós nos enquadramos nesse grupo, e se me disserem “sois louca, amiga”, e numa paráfrase de Via Láctea direi: Amai e amai muito porque só quem ama e cuida tem ouvidos capazes de ouvir e entender  todos os filhos; nisso, procuramos ser fiéis. Por fim, na condição de quem ajuda a governar e cuidar, nos coloquemos diante do altar para agradecer, reconhecer  e pedir ainda mais sabedoria,discernimento com as palavras e cuidado com o bem público, pois em nossa lembrança constará sempre a passagem que diz: “Lembra-te de todo caminho por onde o Senhor te conduziu para conhecer os sentimentos do coração”. Aos filhos, filhas, visitantes, moradores, dessa cidade, Urbano Santos os acolhe com muito amor, muito respeito. A nossa terra querida, Parabéns, pelas boas sementes, pela terra fértil, pelas colheitas, por todas as oportunidades! Parabéns à nossa Prefeita pela disposição. Ao Senhor, nosso Pai, nosso agradecimento, toda honra! Alegremo-nos, sempre, retribuamos por tudo que temos recebido ! Nessa data, nossa festa! Obrigada!!

*Texto lido na Missa de Ação de Graças, dia 10 de junho

*Minha Estrela


O Sol mal cessara o seu brilho,
A noite timidamente se impunha, 
 Mas no meu coração,
Uma escuridão tenebrosa em fúria
Rugia arrebatadoramente como uma fera indomável.
Alucinadamente olho pro céu,
 O céu dos amantes, o céu dos apaixonados...
 E entre milhões de atraentes pontinhos luminosos,
Procurei pela estrela de brilho mais intenso e reluzente,
 Inconscientemente, eu procurei por você.
Ao encontrá-la, bem ao longe,
Percebi que você pairava linda, esplendorosa, soberana;
Bailava imponente, deslumbrante no mais alto do infinito,
E de lá, apenas me olhava com indiferença.
Mesmo assim a contemplei, encantadamente por um longo tempo.
De repente, como se o universo conspirasse contra mim,
 Inesperadamente surgiu uma atrevida nuvem no céu
E impiedosamente, apagou minha estrela.
 Então me dei conta das minhas alucinações,
 E encontrei-me envolvido em um enorme turbilhão de saudades.
Saudades não dos beijos ardentes, de seus lábios de mel,
 Da magia do afago de suas delicadas mãos,
 Do aconchego do seu abraço acolhedor,
 Nem tampouco do aroma penetrante do seu corpo quente e úmido,
Pois nunca os tive e jamais os experimentei.
 Mas saudades da ternura de sua voz serena e amável,
 Da doçura da melodia suave e encantadora de seu sorriso,
 Da áurea acolhedora que circunda a órbita de sua presença.
Saudades... Saudades... Saudades de você.
Minha musa, minha deusa, minha estrela...
  

* Texto enviado por um leitor  com o Pseudônimo de Didi Cavaquinho)

Naquela noite, de 28 de maio... Éramos dez irmãos!!!

Meus pensamentos hoje, especialmente hoje, revisitam aquele dia 28 de maio de 2010, (após ler na rede social, um status de uma irmã minha) neles encontro o sentimento da perda, da indignação, da tristeza, da ponderação, do amor e do perdão. Nesse instante, meus gestos falariam bem mais do que milhares de palavras se eu não sentisse a intensidade de emoções mais nobres, mais fortes, mais reais; acho até, que não encontraria na “alma intocável”, coração endurecido, uma palavra sequer que desenhasse esses quatro anos de assassinato de nosso irmão, Cabo Paulino Sodré.
Retomo minhas escritas anteriores e recuo com a perversão de algumas palavras ou na antecipação de julgamentos; quando, por exemplo, na missa de sétimo dia escrevi “Por que mataram meu irmão? Por quê?” o fiz na tentativa de que dadas as circunstancias dos fatos, os influentes e “poderosos” à época nos dessem uma resposta. Seria de admirar se as tivéssemos. Nunca as obtivemos. E se os assassino-executores tivessem sido julgados, condenados, cumprido penas, ainda assim as respostas não nos convenceriam.Porque maquiaram cenas, adulteraram respostas, camuflaram fatos, acobertaram testemunhas ... e em nossas cabeças ecoava o refrão “Mataram mais um irmão”;quanto a isso, sei que cada vez entendo menos e se construo o discurso da vitimização, entendo nada.Normalmente, escreveria pensando na dor da perda, na inútil sensação de tristeza, acontece que as respostas  não estão conosco, são abstrações dentro de nós para nos fortalecer enquanto matéria, porque a partida precoce de nosso irmão deixou o legado de que ele de alguma forma doou a vida para nos proteger de um mal maior, doou a vida para não se deixar inebriar com os encantos da vaidade humana,  doou a “vida aos pés da cruz” por seus pais, sua filha, seus irmãos. As palavras de conforto, as poesias, as delicadezas de entes outrora desconhecidos me trouxeram essa resposta.
Depois daquele dia, a questão é que tive medo, muito medo. Os meus conflitos no inconsciente (curados por outras sensações) me cegavam para outras realidades. Quantas barrigas vazias varam a noite inteira? Quantos morrem à míngua sem um mínimo de cuidado? Quantas mulheres violentadas, espancadas e maltratadas pelo cotidiano sobrevivem e transmitem paz?Passados esses anos, outras cores, outro cenário: as despedidas, as dores, nos ajudam a estender as mãos e entender outras dores. Ao fechar os olhos de súbito, enquanto digito, me vem à lembrança das mãos e palavras de conforto de nossos pais, o pedido para que eu não “esbravejasse”, não lutasse contra os “grandes” que estavam no poder, não publicasse uma linha que denotasse acusação, que crescêssemos na esperança e na fé. Agora com as mesmas emoções com que escrevi algumas linhas, há quatro anos, trago esse tributo para compreender essas verdades. E não faz muitos dias, que nosso pai, com uma lágrima, no canto do olho, fixando no horizonte, nos perguntava: “Nunca soubemos por que mataram Paulino”. Sim, nunca!Na prática, para quem ele foi “servo” nunca houve interesse em desvendar essa execução. Nunca indicou um paliativo sequer, que pudesse dirimir nossas dores! Nunca ouviu nosso soluço, nem leu nossa história!Nunca soube de nossos sonhos! Nunca assumiu a fragilidade de cristão!Nunca!!! Em minha casa, enquanto escrevo, pelas mídias, apenas acompanho sua trajetória, o que me espantaria era se a reação fosse outra.
Deixemos tudo isso, para lembrar que naquela noite de vinte e oito, éramos dez irmãos, distintos, dois distantes e razão tem Deus em sermos tão desiguais; pois como diz a canção Ele envia seu filho amado para morrer em seu lugar, e com o sentimento de que Ele vive podemos crer no amanhã .Nesse caso,  a minha premunição é que estamos vivendo,revestidos do amor, com o coração para "perdoar e sorrir", acompanhados da reconstrução do SER, porque a saudade que nos quebrou naquela noite, hoje serve para remontar nossas histórias, recontando passos para continuarmos firmes, estendendo as mãos aos nossos pais, com boas lembranças, recordações de um irmão que como os demais, distinto, amou e foi amado por todos nós. Naquela noite, em que uma vida foi tirada, às  outras foram apresentadas oportunidades de crescer na benevolência, na caridade cristã, na fé, no amar ao próximo.Alegra-me saber o quanto podemos ser melhores! Caminhemos em busca de outros abraços, outras alegrias,outros irmãos,outros sonhos. De meu poema, a lembrança: somos nove irmãos e a minha dor não é a maior de todas.

Dois gestos, uma vida, diferentes histórias!

“ A vida é assim, simples assim, gestos eternos surgem do nada”, aos olhos de quem doa e aos olhos de quem  recebe; aos olhares de pessoas que conseguem fazer o bem sem olhar a quem, sem fazer ‘moeda de troca’,aos que perseguem a perfeição humana e cristã,  aos sentimentos de quem sabe sobre a vida e as relações nela contidas, de que tudo é uma passagem, nada durará para sempre. De certo, para alguns, os gestos expostos agora talvez não tragam importância, não deixem marcas, não façam diferença, não promovam nada na vida de ninguém; de mim, eu sei de meu coração, faço emergir o tempo todo o perfume contido em minhas Cartas ao Capitão. Quem o conhece? Quem sabe de sua história e o quanto ele representa em nossas vidas, em nossas histórias?
Recentemente em conversa informal com uma amiga, contei-lhe de como se dera a execução de nosso irmão Cabo Sodré; dela ouvi, de que não devo desperdiçar a vida com tristezas, não posso jogar fora minha alegria nata; devo acreditar sempre em minhas experiências e capacidades, preciso celebrar por cada vitória, reconhecer minha beleza apesar das marcas do tempo, que não devo apresentar semblante adocicado como se fosse um personagem; que devo ser forte para enfrentar as fatalidades, optar por ocupar-se primeiro com o lado bom de todas as coisas, agradecer por todas as lições ainda que escute a expressão “não sabe de nada”, que preciso ter fascínio por algumas coisas sem apegar-me demasiadamente, apostar a cada manhã no aprender e no ensinar de maneira involuntária; procurar ser simples e sofisticada sem necessariamente parecer arrogante, conter-me e posicionar-me quando achar necessário. Sou viva.  Ponderações a parte, outro dia escrevi em minha página social, algo que não é novo, refaço leituras dos grandes filósofos: “Sorrio, (sou)rio, só  rio_ mas não me basta; o choro é minha penúltima tentativa, porque dentro de mim, embora rio, correntezas de fé!
Quanto a isso, quando recebo uma observação de que aquilo que escrevo não soou bem ou de que parece plágio, (sim, já ouvi isso) limito-me a dizer, por exemplo, de que esse texto que aqui aparece “pronto” eu o construo há quinze dias, desde que meu pai viera  para passar a Semana Santa, dias em que falamos da distribuição do vinho, da partilha do pão, do verdadeiro sentido da Páscoa, da Ressurreição; dias em que ele falava “que em nossa casa é outra moral”, ali somos os donos, em que recebeu amigos, que compartilhou de prosas e de ensinamentos entre nós, em que sempre ao amanhecer, dizia  que estava melhor, havia dormido bem. Nossa, é tanta coisa! Mas lembro da reflexão dele ao dizer que em nossa casa, nós somos os chefes, ali sim, podemos ser respeitados, é nosso; nisso há pelo menos um amigo meu que veio visitá-lo nesse período e pode falar de alguma lição; depois do encontro o capitão disse de que havia dado uma orientação pra ele (achamos incrível). Com ele, aguço minha capacidade de ver e compreender diferentes gestos,  sei que estou e conduzo todas as minhas proposições na perspectiva de que o essencial é a aproveitar a utilidade da pessoa humana;parecer estranha quando todos nós precisamos ser iguais;  ser professor, aliás, está acima do “ato de dar aulas”.Remontar ou reescrever nossos diálogos é meu melhor desafio, porque apesar dos oitenta, da fragilidade da doença, das limitações encontra na memória tempo para cuidar das sementes,para contar “graças”,para apresentar novos conceitos,disseminar diferentes histórias.
O tempo, as lições, a velhice, os gestos, as indagações pontuais  me lembram histórias similares que paralelamente cantam glórias e espantosas surpresas, encantam com a sensatez, com o equilíbrio, com o dom de algumas palavras.  Enquanto finalizo este texto, lendo e reescrevendo, a chuva é minha motivação, chove lá fora; e o vinho, que era apenas símbolo da Páscoa, torna-se real nessa mesa para que eu escolha a melhor cor, a melhor arte, o melhor tom, afinal, nesses quinze dias, da janela do quarto, acompanhei com curiosidade algumas negligencias, outras vezes a assombrosa vontade individual de querer para mim todas as alegrias, todos os bens, todas as fantasias e poderes,como se além de nossa casa, nossa voz fizesse sentido noutro ambiente.  Enfim, minha inteligência alcançou até aqui, como paradigma prefiro continuar sem saber de muita coisa, o rio lá fora está mais cheio de águas mais escuras, opto em  não arriscar_ por enquanto, esses gestos, uma vida e diferentes histórias já me contentam, porque nessa passagem saltos altos nunca me fizeram bem. Para muitos, só é esquisito o ficcional, nem sei...

Minha Breve Cançao de Amor!!

Sonhei contigo esta noite
No escuro sopro do açoite
Dormi em teu colo antão,
Revi as flores dos campos
Daqueles amores tantos
Que flechou meu coração.

Lembro-me de teu semblante
Porque ainda sou confiante
De olhar-te outra vez...
Há tanto tempo a demora
Uma sombra me apavora
Em tudo que se desfez.

Te amo minha querida,
Razão de toda minha vida
Meu amor te ofereço...
Viajamos num corcel
Para este nosso céu
Eu nunca mais te esqueço.

Como invade a chama atroz
Que me transformou em algoz
De minha alma lembrei...
Que nossa história é infinita
Além de tudo é bonita
Amor, eu te recordei!

Não tenha dor nem piedade
Não chores nem de saudades
Porque tudo se passou...
Nossos blues não voltam mais
Já se apagou o cartaz,
Que o vento norte soprou.

Um espelho a noite clara
A mesma lua declara...
Circunstâncias e sofrimentos
Cantei num eco estridente
Amor restou a semente
Daqueles nossos momentos.

Ouvirás a melodia
Recheada de poesia
E recordarás minha dor!
A dor que jamais sofreu
Se quer tampouco entendeu
Esta minha canção de amor!
[...]
           José Antonio Basto

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