Seu filho tem nome de Anjo... Renascerá o Gabriel

 

Era para começar com era uma vez ...mas opto por alternar, não se trata de tese, de ensaio , fiz um crivo dentro de minha compreensão e percepção dos fatos, busquei leituras e outras informações, conversei com os pais, e escrevo como quem faz uma carta .. Óbvio que penso em oferecer e lidar de forma não tão emotiva com um assunto melindroso e particular. Reescrevo uma frase da música de Gabriel, o Pensador, o contexto certamente, outro, “seja na dor, seja no amor, adianta olhar para o céu, com muita fé, com muita luta, muito amor” , uma mensagem certamente vinda do Criador do Universo e confiante de que passará , porque tudo passa.

Situando nossos leitores, era Maio de 2023 , nosso sobrinho Victor Gabriel vindo de algumas outras consultas e observações , sentia que a visão não estava boa, causou estranheza aos olhos dos médicos, aos olhos dos pais, considerando que  embora aumentasse o grau , a dificuldade em enxergar aumentava, e algo que aparentava corriqueiro, transformou-se em incidente , daí para um estado grave, de internação, de muitos sustos, de UTI, de dificuldade de mobilidade, desafios para a medicina , de superação, de amor, de cuidados, de muita fé e oração. E qual o diagnóstico do médico? --  Gabriel foi detectado com Neuromielite Óptica doença rara, autoimune capaz de atingir e destruir os nervos ópticos e ainda a medula espinhal; alguns desses sintomas aqui citados  já foram antes detectados por Gabriel, mas mesmo os médicos não sabiam de que doença se tratava .E aqui não trataremos com toda veracidade das fases por quais ele passou, alteração da pressão, avaliações diversas , pneumonia, doses diárias de medicações para as diferentes sintomas... traqueostomia, entre idas e vindas da sala de UTI, pelos perigos com que  lidou , conseguimos alcançar o milagre tão esperado.

Um exame daqui,   outro logo ali, sangue, pressão, medição de temperatura, tomografia, requisição para compra de medicamento, campanha solidaria, mais perrengues desde que fora internado. Nosso alerta por aqui aos políticos que mesmo sabendo os milhares de pacientes no Brasil  que lutam diariamente para que tenham acesso aos medicamentos e tratamento, pouco fazem a esse respeito,  enquanto isso  Gabriel aguardava ora em sua fragilidade, ora em sua força, em sua fé e sendo reabilitado. Daqui do Maranhão a nossa mensagem de ânimo, de otimismo, nossas orações ajudavam a alcançar seu coração e o coração de seus pais para que mais sensíveis, acreditassem que o tratamento estava mais perto. De maneira que em Outubro de 2023, depois de algumas buscas por direitos, através de meio Judicial, nosso jogador, campeão, grande torcedor   do Corinthians, recebeu o deferimento em relação ao pedido em que autorizava o Plano de Saúde “a custear integralmente o medicamento Ultomiris..” conforme prescrição médica. Uma das alegrias, uma grande vitória. Enquanto isso, no mesmo mês, seu pai, indo ao canal de Tv , fez com que o mundo enxergasse uma realidade cada vez mais perto de nós https://g1.globo.com/df/distrito-federal/bom-dia-df/video/paciente-com-doenca-neurologica-aciona-justica-por-remedio-12051203.ghtml, ( não sei a ordem cronológica ), mas as profecias se cumpriram e a saga dos cuidados e rotina com o anjo Gabriel, deu-se num espaço de nove meses, a preparação do parto, aguardando  com um pouco mais de paciência a tão sonhada dose do medicamento. Ele renasceu. . E se pararmos para refletir quantas pessoas espalhadas por aí, aguardando um sinal, um cuidado, uma solidariedade? Quantos ficam em leitos do hospital sem ter ao menos um retorno?

 

E assim, Fevereiro de 2024, exatos nove meses depois era finalmente um Carnaval de alegria e de emoções diferenciadas, tão milagroso que chegava a transbordar, aquele menino magro, alto, cheio de sonhos, e principalmente de fé diante de todos nós e de Deus, recebeu sua primeira dose, e tão logo foi para sua casa. Lembrei-me por longos instantes que em Janeiro desse ano, estive lá, eu o vi de perto, esse menino sobre quem falei o tempo todo, estava ali , sentado, tranquilo ,contando de que o fisioterapeuta  fez peripécias , andando, subindo escadas, deixando de lado as muletas. Diante dele espantei-me com sua alegria, com seu semblante de paz, o rosto não parecia o mesmo, no entanto o coração já suportara tanto, que a única combinação que podemos prever era a de que Deus preparou para o Gabriel a melhor fantasia a ser usada em meio aos confetes de Carnaval. Mandei-lhe um áudio como já havia mandado outras vezes, pedir a foto, e ele tão carinhosamente me deu retorno...o título é quase parte de uma música, e bem que posso dizer; o nome mais bonito é Gabriel porque em 03 de Março consagrou com sua nova idade, e em sua recuperação deixa o refrão sobre que falei “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã... porque na verdade não há”. Em meio as turbulências , e as tantas provações que nós cristãos passamos e possivelmente ainda passaremos , deixo a canção de Frei Gilson Eu te   levantarei/  Eu te levantarei Filho amado, filho querido/ Restituirei tuas forças/ E te atrairei a mim E te darei novas vestes, filho amado...

A(o)gosto nas cores de rosas fortes

 

Impar é cada cor, cada rosto, cada dor..

Impares são os gritos, as injustiças, os ajustes e desajustes

E como são ímpares e tão particulares as vitórias, as conquistas

Nesse mundo, em que nada é certo, nas curvas, as imprevisões

E quando há par sem sonhos, sem dedicação,

Sem posturas, com violação

Vai ficando ímpar

 

Porque  ímpar e ávida é a vida, leve, de cunho breve e transformador

No conto, no encontro, nos ritmos, das poesias

E são pares que encantam, que pousam, nas poses

Sem regras, sem notas,  nas redes, sem punhos, sem cordas

Acordos, acordas, há corda que amarram,   ficam ímpares

Amargos, doce Agosto, e que outra cor, para ser par?

 

 

Dando um nome, uma cor, da rosa do deserto

A cor do cacto, do pacto, do roxo do rosto escondido

Dos óculos escuros, das mãos presas, das vozes embargadas

E vai seguindo par, ora ímpar, ora um par

Para não perder o espaço, que não se   “pague  o pato”

Agosto da sensibilidade, do grito abafado, do machismo disfarçado

E nesse gosto, mulheres fortes, brindam semeaduras

Aprendem a descansar

E assim, vão fazendo par

 

foto reprodução
No rosto as ímpares cores

Dos laços, das rodas, das conversas,  da utopia

Da regência da modernidade, das folhas de bambu, do atravessar os dias

Insistir na esperança do que outrora era essência

E de pares, vão tornando-se ímpares

Porque o cuidar dar trabalho, o cuidar é voluntário

E nas cores que escolho, em cada imbróglio só uma.

De pares, de ímpares, o que é PERSEVERANÇA?

PRESERVAÇÃO __ Agosto nas cores das rosas... FORTES

” A vida é combate, que os fracos abate... os fortes só pode exaltar”


 

No início da década de noventa, tive a chance de conhecer a capital pernambucana, aproveitando para conhecer Olinda e as histórias das duas cidades. Fiquei encantada. Era um congresso de professores, nossa hospedagem, em uma escola, dormindo nos colchonetes, banhos ao ar livre, mas tudo era novidade e animador; como foi oportuno o passeio.  Auditório lotado de professores que contavam sobre suas conquistas e falavam de suas reivindicações Antes de nós outras pessoas travaram lutas para a aquisição de direitos...  Sair dali, com o semblante contagiante. Que linda capital!

Posse na Academia Maranhense de Belas Artes 

Numa fase incrédula acerca de minha cidade não me dava conta das riquezas naturais que haviam em nossos redores: as praias maravilhosas da capital, as ruas históricas, a safra enorme de escritores maranhenses, e tanta riqueza sendo vista mesmo pelos leitores menos avisados,  e bem mais perto de mim; nosso lar, nossa cidade, nossos rios, nossas histórias, nossas plantações da mandioca, a farinha d’água, a escondida e preservada Lagoa do Cassó, cada povoado com sua beleza, um rio passando em meu quintal, as Cachoeiras dos Domingos... deu-se em mim uma sensação estranha com a descoberta dessas fontes. Retomei algumas leituras, atravessando o Romantismo, troquei todas as informações para dizer: Que lindo e maravilhoso é meu estado, nossa capital, minha cidade.   Que tanta maravilha posso desvelar em minha terra ! “Tem palmeiras, e também o sabiá”! Passados esses 30 anos, de minha viagem citada, “dando a César o que é de César”; nossa terra tão bem cuidada e bonita, que em nossas festividades atrai visitantes de todos os lugares, traz em seu bojo, conquistas, avanços, notoriedade, e tantas pessoas de grande representatividade. E hoje podia trazer toda Canção do Exilio para dentro de meu conto, homenagear nosso maior poeta brasileiro e fazer toda a referência ao seu legado em nossa literatura; passados os 200 anos de seu nascimento, Gonçalves Dias é bom que se diga foi  “um dos primeiros poetas brasileiros, a ver a poesia como um caminho sem saída”. Fiz algumas leituras, em livro recebido de presente do amigo confrade Domingos Dutra e me deparei com a riqueza   literária que nosso maior poeta nos deixou. E como anda minha poesia?

Todos os dias em nossas caminhadas há descobertas, lê sobre suas andanças, suas cartas encaminhadas aos amigos, seu diário deixado contando sua enfermidade, sua vida amorosa mal sucedida e o desejo de voltar para o Maranhão a todo custo, percebo, ser poeta é uma soma de sacrifícios, um conjunto de amparo e de generosas mãos que acolhem e aplaudem; trago  pois essa lição: Nosso poeta ficou órfão muito cedo, uma limitação que causa dano a qualquer alma grandiosa, diga-se ainda em todo em “qualquer artista , há aspectos a considerar: o homem, a obra, a convivência e as conveniências”. Perguntei-me: por que devo, em meu egoísmo escrever sobre melancolia? Sou rodeada de tantas bênçãos tenho uma família que sempre foi meu abrigo, desde cedo tive tempo e oportunidade de estudar, adquirir formação, tenho uma profissão; filho, nora e neta que me fazem ser cada dia uma pessoa melhor; as minhas reflexões hoje são para que não se tornem postergações. A gente constrói amizades em todos os cantos, ‘ “por onde passamos, deixamos e recebemos um tanto”.  Conhecer novas terras, nos dar a capacidade de entender “que os santos de casa fazem milagre sim”, na bíblia já traz esse entendimento “Não há profeta sem honra, a não ser em sua própria terra, e em sua própria casa”.( Marcos 6:1.)

Assim, permeio minhas escritas e leituras, trazendo em parte o eixo central sobre o grande poeta , mas um nincho em seus 200 anos, o quanto ainda traz sutis inquietações,  grandes e exploradas inspirações. Enquanto escrevo, completo meus 50s, minhas condições subjetivas são outras e bem distintas daquelas em que escrevi há quinze anos, em meu primeiro livro;  reafirmo minha resistencia e a vontade de percorrer novos caminhos; minha literatura  e quiçá minha intelectulidade tem pouca função, e até perguntaria para que servem mesmo?  Porém, vejo como proposta de grande significado. E todo “mundo canta sua terra, por que não posso cantar a minha?” Estamos numa década de inúmeros avanços , minha cidade fez 94 anos, conta hoje com diferentes campos de atuação, distintas formações acadêmicas e  presença da Universidade Federal do Maranhão, como marco e tantos espaços ativos de politicas públicas, somos uma gente abençoada com as missões e a celebração de nossa Mãe Natividade; participamos com muita honra da publicação do primeiro livro feito por autores locais “Urbano Santos: minha cidade, minha memoria, minha história”, e faço muita questão de valorizar os nomes dos companheiros mestres: Ana Paula, Antonia Rodrigues, Domingos Dutra, Edmar Pedrosa, e deixar em relevo  a iniciativa do Professor Prefeito Clemiltom Barros.

Sentindo que ainda não contei tudo, recorro para outras escritas e trago à tona a emoção de também ter sido imortalizada, demos o nome de nossa Academia , Casa professora Maria de Lourdes, com ela e com professor Manoel Ramos , nas séries iniciais, comecei a minha identificação com a declamação de poemas; cantando o Hino do Maranhão, decorando a Canção do Exilio, tendo os cadernos grifados em vermelho  para não esquecer uma letra, e agora todas as vezes em que viajo para outras cidades reconto: minha terra , milhões de palmeiras que se transformam diariamente em novos plantios; colheitas, exploração, exportação e centenas de plantações, meu canto de vida,   “guerreiros ouvi”, sou filha dos Silva, entre os Silvas cresci, minha cidade é minha pátria, minha pátria é aqui . Encerro , dizendo  “ a vida é combate”, há fontes, há fortes, tempestade pouca, “aqui ou cá”  não cessa o Sabiá. De possibilidades , e de outras arquiteturas, minha canção, meus movimentos, minhas mãos: “Os fortes só pode exaltar.”

 

 

 


Que a força da mente seja o mote para novos desafios



Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará pela Terra com seus olhos voltados para o céu, pois lá você esteve e para lá deseja voltar” (LEONARDO DA VINCI)

  

Há um monte de outras coisas boas acontecendo, circulando entre nós , nos dando a chance de escolhas . E que ótimo! Ainda era Maio quando começamos a idealizar um pedal diferente, para nós, no caso. Aprendi   que fazer aniversario é como escrever uma poesia, não apenas uma cronologia a ser contada , mas acrescentar experiências , perceber as mudanças de atitudes, acreditar,  circular e ser a pessoa que mais se importa com você mesmo. E assim com parcerias especiais criamos o Pedal Previa de Aniversario , sentido Cassó; uns pés daqui, outros dali, mãos dispostas e estava tudo certinho... apoio de nosso Prefeito Clemilton Barros, de nossos vereadores Edinilson Moura e Juraci Lisboa, meu primo Acacio. Em nosso grupo só falávamos das expectativas.

Em nossos planos, acordávamos 3:30h, “botava as botas” e as roupas e partiu...  porém, nada absolutamente ocorre conforme nossas vontades, uma chuva forte, veio para alertar nossas condições , no grupo, não deu para quantificar quantas ideias e dúvidas começaram a surgir. E a pergunta que não calaria: E aí vamos ou não vamos? De pronto, tomei a iniciativa de mandar vamos sim . Deixa só aliviar a chuva e iremos para nosso ponto de encontro. Ansiosos por aquela experiência desafiadora, em meia hora, já era possível, ler as mensagens de todos: Pronto. De maneira que uma hora depois os ciclistas que haviam combinado de ir, estávamos ali, na Praça da Igreja para nossa aventura. Nossa concentração não havia dores de cabeça, resfriados, sinusite, “dores nas juntas” , entre veteranos e novatos, a vontade era a mesma: fazermos o percurso até o Cassó. Tivemos a grata satisfação de contar com os amigos do Mocambo Pedal (que já fizeram pedais longos) , mas ali, principalmente percebi que todos nós somos motivos de inspiração para outros, quer no fazer da profissão, quer na escolha do esporte, da maternidade, do apoio, da amizade; quer no poder de estabelecer parâmetros na conquista de outras histórias . Lembrei-me por exemplo da Professora Dulciane, que nos motivou para esse passeio, e nem pode ir conosco,  Dra Norma Silva  é exemplo, com incentivos e orientações, comadre Fatima Silva desportista de primeira , por toda superação, com quem dá orgulho de pedalar, comadre Mocinha que subia e descia ladeiras em sua Monark anos 2000, mereceu medalha virtual, a Liliane Moreno que vem há meses lutando para curar uma lesão, a professora Enildes, em seu primeiro pedal, e quando ficávamos para trás , a desculpa era do outro...

Café com a familia de seu Juraci

E antes que você me pergunte, já edito, saímos daqui às 4:45 , tempo ainda fechado, madrugada  escura , e eu já me sentia orgulhosa de fazer parte daquela memoria, melhorei minha performance de pedal de uns dias para cá, como diz a Raymara “ nossa vibe são esses pedais leves”; o dia amanhecendo chegamos na entrada do Povoado Sitio do Meio, antes , mais uma chuva para nos molhar , dali em diante parecia impossível que pudéssemos trafegar de bike, “ gente sem condições”, e “agora , vamos voltar”, “ que nada , vem por aqui”, lamas, atoleiros, mais lamas, e quase meia hora até  que todos tivessem atravessado o primeiro desafio; logo , duas bikes quebraram as correntes, nosso carro de apoio, por perto, já deu abrigo aos ciclistas. Vigiando meus pensamentos para que vencesse cada etapa, seguíamos, geralmente eu, Raymara, Enildes , comadre Mocinha, Marlison...  E a narrativa ganha outra emoção quando passamos o Povaodo Jacu. Valorizar aqui e agradecer a recepção de nossos companheiros Franciney, vereador Juraci e sua esposa, numa previa de café, parceria com vereador Edinilson. As nossas bikes cada vez mais pesadas , os moradores do lugar nos disseram que pelo Povoado Arara seria mais perto, e a estrada estaria menos cheia de lama ...fomos ! Todos desceram e pareciam conectados com a mesma velocidade; dali eu já estava no carro de apoio, nos atrasamos esperando um ciclista que ficou para trás. Mais uma ponte, mais umas lamas, estradas cruzadas, ciclistas se perderam de nós, ciclista passou mal, empurrou bike , alguns aborrecimentos, histórias para contar e depois de longos minutos, na saída do Mato Grande nos reunimos todos e voltamos a pedalar... Fiz os 5km finais com nossa equipe.

Olha , essa experiência foi de fato ímpar, sou grata demais a todos que compartilharam dessa grande aventura, já fiz centenas de pedais, encontrei um reservatório de energia e alegria, revelar os fatos e as fotos com quem nos honrou com sua beleza; e a minha sede mais frequente é a de que meu equilíbrio passe pelo sentimento de “ que fora de meu alcance e controle não devo me importar”. A previa de meus cinquentas, tem essa narrativa, não tenho tempo para reclamar, sobre impressões e respostas... refaça-as, foco minhas energias para dizer que no campo da literatura , me orgulha dizer que faço parte da história de meu estado. Que a força da mente seja o mote .. pedalo como quem escreve, “nem quero queijo” porque não me faz bem.

 

 













Em tempo, “ o florescer dar ao cultivador uma certeza: os frutos virão"



 

Ontem já ficou para trás, como ficam as fotos, os fatos, as mensagens... recebi uma mensagem carinhosa de uma pessoa perguntando se eu escreveria uma mensagem pela passagem de aniversário da cidade, respondi talvez, possivelmente, meio indisposta , com uma missão daqui outra dali, as preocupações com a titia, a internação de Victor Gabriel, todas de algum modo tão importantes e especiais ... acordei lembrando da mensagem “ caso escreva, gostaria de compartilhar amanhã na festa da cidade”. Já passou, e minhas energias não deram conta de fazer essa escrita.

Prefeito Clemilton, Soraya , Vereador Paulequinha
Lilica Moreno 

Tomo como iniciativa, uma frase pronta “ quando alguém está prestes a tomar uma inspiração, ela certamente fará uma expiração”; nós na condição de escritores temos espirito de resistência, o que quer que publiquemos agora alcançará as mesmas pessoas que desejam ser alcançadas. Ano passado em Junho, escrevi em minha página para compartilhar conhecimento “

foto cedida por Alcebiades Filho
O florescer seja de qual planta for, dá aos cultivadores a clareza de que o fruto vem, é assim com a terra ...Os frutos virão”!  Convenço-me diariamente de que não sou apenas palavras, reajo, porque todos nós dotados de algumas virtudes somos o “conjunto das escolhas e renuncias”. E para todos nossos leitores, em mês de aniversário, não será redundante repetir essa mesma passagem: “Cuidar do que é nosso é tarefa para a qual fomos ensinadas desde cedo”. Escrevo então para dizer que convenço-me com os que cuidam de nossa cidade, orgulho temos das conquistas que são compartilhadas e perceber os desafios que ficaram noutro campo... traduzindo minhas próprias palavras “com muitas mãos”, no contraponto mais juvenil ninguém “é foda “o suficiente para definir , conduzir e fazer tudo sozinho; temos um Professor Prefeito e de certo saberá que todo bem que fizer entre os pares ecoará por muitos anos na vida dos companheiros conterrâneos, ecoará por aqui e cidade afora, tudo é conjunto. Em tempo, coloco em relevo minha participação no Programa Alfabetizar para valer, na ocasião eu disse aos pequenos de que tudo é exercício; ler e escrever são treinos diários, “o nadador não vence fora da água”.

Participei da Missa em homenagem ao Aniversário da cidade, uma missa cheia de significados dada a presença e as homenagens ao Dom Xavier, as homenagens lidas pelas crianças da catequese, o cordel de seu Bruno, depois a simbologia da Bíblia trazida pelo Confrade Flor,  (em minha memória estava uma carta sendo lida por meus pais de quando Dom Xavier e Padre Jose Antonio foram presos) e foi muito feliz, trazer para a oferta as especialidades médicas de nosso município, não apenas a forma , o conteúdo ; ao deparar-me com a imagem das profissões , lembrar-me das professoras que cuidam de nossos pequenos e dão sinais de que eles podem sim serem grandes profissionais. Nossa cidade hoje abriga “aqueles pequenos “ que foram nossos alunos, sendo Mestres pela Universidade Federal, nossa cidade completa mais um ano, e tem escritores espalhados por todo canto, levando informação, compartilhando conhecimento, levando incentivo e sendo inspiração. Que bom nesse aniversario saber que tivemos a iniciativa da gestão municipal em escrever páginas da história de nosso município, e bem melhor saber que os escritores locais deixaram suas marcas, que maravilhoso saber que nossa cidade, em sua versão de novos anos, criou a Academia de Letras. Definitivamente não vivemos em tempos de criar expectativas, os canais nos orientem todos os dias de que devemos criar possibilidades; a história diz muito sobre isso, começar as histórias com euforias e manter os ritmos não é tarefa fácil, nossa liderança Iracema Vale, sabe bem disso.

Assim, passado o aniversário, estamos ainda todos contagiados pela alegria das festas, da maratona, do ciclismo, das homenagens necessárias e especiais, das inaugurações, dos brindes, da linda avenida, diga-se de passagem; da reestruturação, e tantas outras motivações, nossas estradas de acessos a outros municípios, em dando certo, não são as casualidades, são anos de cobranças e pedidos de nossos governantes. E será grande avanço e alegria. De repente, como não posso deixar passar, lembrei-me de que tão logo Maitê faça seus cinco anos, também farei meus cinquentaS, percorro minhas lembranças para dizer que trago livro novo, edição especial, de poucas unidades;  já na ansiedade para tomar posse ainda esse mês na Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, em São Luis- MA,  estou tal qual a Nonatinha quando vê suas crianças nas apresentações...

Bem, termino, mas não encerro; deixo outras leituras para as centenas de leitores imaginários . Antes parabéns para minha querida cidade, parabéns ao nosso Prefeito Clemilton Barros e toda equipe por estarem a serviço. Trago um recorte da leitura da confreira Antonia Rodrigues:“viva nossa história”. “Nossa missão é viva e é inspiração para outras vidas”! Ler e escrever é um pouco isso, confundem-se com o abandonar-se ... Talvez não caiba, Fernando Pessoa teria dito “... se não ousarmos, teremos ficado, para sempre, `a margem de nós mesmos”. Bons plantios, boas colheitas para todas as representatividades. Viva. Um salve, graças a Deus que olha por todos nós.


 

 

Sec. Adjunta de Esporte Lila , Sec do Trabalho, Nevinha, Francinete Borges , Priscila 
 

 

Soraya, vereador Paaulequina , Lilica

Comadre Fátima, Francisco Rocha

Urbano Santos e a fundação da Academia de Letras: singularidades


 

                             Se você acha que pode ou se você acha que não pode, em ambos os casos você tem razão

 (HENRY FORD)


                                                                                                                             

               
                                                         
Longe de ser expoente...assim começa meu discurso e aqui registro que a noite de 31 de Março de 2023 foi marcada por um grande ato histórico e cultural, em nossa cidade a Fundação da Academia Urbano- santense de Letras, Cultura ,Ciências e Arte- AULCA. Tudo bem preparado com o apoio da Prefeitura de Urbano Santos para receber os novos imortais , receber as autoridades, as famílias, poetas, escritores, entre outros convidados
 ! Inicialmente 28 cadeiras serão ocupadas por membros fundadores , com objetivos comuns de valorizar e difundir a cultura de nosso município  . Na noite da solenidade estiveram prestigiando , Prefeito  do Municipio Clemilton Barros; Presidente da Câmara Municipal Edinilson Moura, a Presidente da Academia de Letras de Vargem Grande, Alice Pires , representando a Presidente da FALMA Jucey Santana , o Presidente da Academia de Letras de Presidente Vargas , Hilton César , o Presidente da Academia de Letras de Magalhães de Almeida, Gilberto Wagner! E centenas de familiares e amigos dos imortais da referida academia.
 Essa motivação ganhou força a partir dos Contatos com Jucey Santana , que desde 2019 mantém acesa a chama e o desejo de realizar esse grande sonho ! E com a soma de esforços da Comissão Provisória, dos demais membros fundadores e outras parcerias foi possível tornar real esse projeto.

A historia não começou naquela noite, há registros dos Chás Literários, dos encontros que antecedem, dos incentivos e apoios, das propostas, das lembranças de nomes e das contribuições para o município , todos os momentos foram importantes e necessários para que houvesse a grandiosa concretização, de igual modo o debate ganha força quando nos deparamos com pessoas que entendem que é possível fazer acontecer. Aproveito para registrar mais uma vez todos os nomes que nos   encorajaram e demonstraram enorme satisfação na realização desse projeto! Obrigada Clemilton Barros, Prefeito Municipal, Secretaria de Esporte, em nome de Fabio Serra, Secretaria da Juventude , Kelly Correia, Secretaria de Cultura, em nome de Lais Matias (nos acompanhou de perto),  às Empresas Star 1 e Bital Agro, nossa gratidão; à Norma Silva Advocacia, Flavia Celi Araújo, ao Presidente da Câmara Edinilson Moura, Joelia Reis, Primeira Dama;  às famílias de Mirian Alice Araújo, Fernanda Carvalho, Laurilene Correia, Nilma Sodré, Luis Ramos;  Miguel Massoterapeuta e  aos demais que nos ajudaram a fazer dessa  solenidade algo tão marcante e especial, nossa gratidão enorme ! Até ontem era apenas um sonho; com vossas  parcerias e tão valiosas foi possível o  “fazer acontecer”. Outras mãos estiverem presentes e deixaram suas marcas, a exemplo de Darlene Bastos (em memória)  Noemia Souza que teve presença e papel relevante em toda construção, nossos amigos e amigas  Laura Correia, Fabricia Valentim, Ruan Rick, José Antonio, Luis Veras, Gracinete, Jamilson Correia e tantos outros companheiros  cada um com suas particularidades acompanharam o crescimento desse sonho...

Segundo o filósofo Cicero “ onde se está bem, aí é a pátria”, eu mesma já havia me apropriado desse discurso sem fazer a devida referencia, “meu país começa por aqui”, e num discurso breve no dia de nossa posse , não fui capaz de dizer ou quão gratificante estava sendo aquele momento ; pela acolhida de todos, pela aceitação, por acreditarem que somos capazes e fomos , nesse dia ficou marcado também como uma grande reflexão para mim, do resgate do soldado que tornou-se Capitão, das milhares de lições; do propósito em tornar imortal os companheiros que mesmo sem extenso currículo, cada um , em sua família e para nós que os escolhemos tem uma grande história e servirá de estudo, e pertinentes provocações. Agradeço a todos, ao tempo em que parabenizo; aproveito para dizer o quanto foi contagiante a presença de cada um em nossa fundação.

Por fim, a experiência não nasce pronta, a trajetória tem inicio lá atrás, tive grandes mestres em minha caminhada, a começar por minha mãe Raimunda Sodré; Nona Oliveira, Anita Batista, Valdomir Muniz, Manoel Ramos...grata mais uma vez aos confrades e confreiras por aceitarem que o nome de nossa casa fosse uma homenagem a Professora Maria de Lourdes, não apenas porque me alfabetizei com ela, mas por compreender de sua grande contribuição em nosso municipio. E numa paráfrase singular, mulher, mãe, professora, escritora, cidadã *urbano-santense, avó da Maitê,  com a permissão de nosso Criador, dos demais membros dessa nobre casa, escrevo hoje como Presidente da Academia Urbano-santense de Letras , Cultura, Ciências e Arte- AULCA. Muito obrigada. Ousadia e limitações quase no mesmo assento, destaco a grande parcela de minha nora Naryele Rissane: Obrigada!





 




 

 


 

A graça da última palavra, dos últimos gestos, do último café...


“A
  gente é a soma de nossas decisões”, até  o dia do último adeus, é assim que começo, remonto  minha escrita. Dia 14 de Outubro , digo, há um mês, ainda estava entre nós; cada um de nós é um “ser sem previsão de manuais” ...ainda é possível ler com frequência : depois o café esfria, a rota muda, a dor cessa, a hora passa, tudo passa . Por obra e graça todos nós somos cientes disso; levantar hipóteses com ou sem medo de errar faz parte da natureza humana; cuidar das sementes porque sabiamente alguém nos alertou “não é sobre quem recebe é sobre quem semeia”. Cuidemos. Copiemos e espalhemos as boas sementes.  Quantas?  __As respostas não estão conosco.

De uns tempos, não sei precisamente, opto por essas ideias de compartilhar chá, café, mingau de milho, aqui acolá eu mesma ”apronto”,  e fica aprovado, mas via de regra, conto com outras mãos , e assim tem sido nos diferentes espaços ... em Julho de 2020 em que tudo era tão sombrio e incerto com a ajuda de minha nora Naryele fizemos um creme de frango e mingau de milho para entregarmos aos avós de nossa rua, foi uma gota , tudo pode ser uma gota, no dizer de Madre Teresa...enquanto escrevo, lembro-me de quanto éramos amedrontados sobre a grave doença! Sacrifícios!  Convivências restritas! Manifestações de apoio, de solidariedade, muita coisa acontecia ao mesmo tempo que certamente ajudaria em nossas transformações. Era fácil , bem mais fácil falar em empatia . Era seguro. Era a melhor escolha. Pois bem, e quem foi a pessoa inesquecível e mãos caprichosas com que mais essa centésima vez eu pude contar? Quem era o ser humano alegre e disponível que fazia tudo e para todos com os mesmos sabores e ofertava o mesmo aconchego? Quem esteve presente na organização da mesa posta, da seleção dos pratos, com a própria mão na massa? Quem por dezenas de vezes se colocou a disposição para servir? Quem esteve presente quando nos organizamos para o chá literário virtual em 2020, aproveitou o por do sol, e num poético inconsciente organizou o melhor espaço? Alinhar essas minhas falas e voltar há mais de vinte anos; reparar pelas frestas, os banhos de rio, as saídas, os passeios, as conversas sem discórdias, com ponto de vistas diferentes, e o amanhã nos aguardava ...

foto cedida por Janete Bastos
Era dia um em que estávamos promovendo um Café no Emporium da Terra ; o bolo de milho pronto, a disponibilidade como fazia para tantas outras pessoas , era cristã ; contei com suas mãos por milhares de vezes, nesse dia quando devolvi-lhe as vasilhas, disse-me que estava cansada, devia ser da própria rotina, mas contou também a outras pessoas ; “mulher tivesse me dito eu mesma faria o bolo, não ficaria assim... saboroso”. Eu não sei explicar, aliás, não sabemos, conjeturar depois dos fatos consumados não adiantará. Sei de igual modo que homenagem póstuma não dirime dor, não merece detalhes, não salva escritor, nem fará diferença nas vidas dos que atravessam o luto... Ficam as lembranças vivas, os testemunhos em vida, a maneira como tocou e reagiu diante de cada coração; ficam as saudades, isso e a gente busca resposta para algo que naturalmente acontece com todos os seres humanos  Conversamos, contei-lhe de que viajarei a São Vicente para o velório de meu primo Edson, foi tão rápida sua morte, era tão novo, assim transcorria o diálogo! Contei-lhe ainda que Dindinha Rosa havia estado internada, não estava bem, idosa ,      debilitada ... “pois é, indo a São Luís, esses dias,farei uma visita”, assim foi cumprido. Do terraço, avistamos as paredes altas, e alegria no rosto,  no coração de poder construir uma casa ao seu modo, ampla, “para realizar minhas festas, meus encontros”, fazemos uns planos e nosso Criador nos surpreendeu com outro. E encerrou sua participação aqui na terra, deixando uma grande marca em gesto concreto para servir ao outro, para tocar o coração de quem sempre esteve por perto...em seus status pode-se ler na manhã de 20 de Outubro “ a felicidade está nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, sinceros, ah, como Deus é bom, sempre colocando pessoas maravilhosas em nossas vidas #soufeliz”. Esse foi seu adeus, as últimas palavras, antes, do último café. Enquanto escrevia, veio a noticia de falecimento de seu Oscarlito, grande amigo, pai de nossos amigos Nonato, Lucicleia, Cleia, Zezinho... e sogro de seu irmão Jailson Bastos. Tudo é uma gota! Um sopro! Um piscar! E se não se parece comigo essa pessoa que aqui escreve, essa é a minha ideia sobre quem espalha sementes: permanece no coração. Viva está DARLING com toda graça. Obrigada por toda doação e disposição. OBRIGADA.

 

 

 

 

 

 

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