Prazer, o nome? _ Gratidão



     Se me pedem para eu escrever uma linha que seja fico preocupada em não atender bem a demanda e descobrir nas releituras de minhas escritas que, de repente não seria mesmo aquilo que eu devesse escrever. Possivelmente capto para minhas escritas as cargas de emoções e sensações ou até antipatias com as quais eu esteja envolvida, é a minha melhor hipótese, e como autora de qualquer ensaio, no hábito de repetir anseios e impressões, trago o alerta de que a vida tem sido suficientemente agradável para mim e para os meus apesar de todos os desafios. E uma certa Fabiana, pediu que eu escrevesse sobre um “João sem braços”, quando só ela mesma sabia dessa história. Prefiro contar dessas, que convivo, sinto e me preenche todas as satisfações.
   Quando em julho de 2013 , ficamos atordoados diante da internação de nosso pai, por longos dias naquela UTI, tínhamos muita convicção da preciosidade que eram, ele e nossa mãe em todas as circunstâncias, o ir e vir diariamente para as visitas, o aprender sobre nossos comportamentos e os de quem lidava com ele em todas as horas; da aplicação de medicamentos, às trocas de roupas de cama, o dar o banho quase sempre com a ajuda de um maqueiro, desejávamos do fundo de nosso coração que dali , ao sair ele estivesse inteiramente curado, porém fomos agraciados com a chance de entender muito mais sobre a vida, sobre o amor e o valor que damos às pessoas. Debatido com a equipe médica, a sugestão era de que fosse para casa, com o mesmo ou maior cuidado, com o atendimento de nebulizador, um aspirador portátil, sondas, luvas, álcool, gazes, algodão, seringas etc, e se pudéssemos, um fonoaudiólogo, um fisioterapeuta; o Parkinson já bastante avançado dificultava a mobilidade de meu pai, mas Graças a Deus não atrapalha seu senso de humor, sua capacidade de amar, de aprender e de continuar ensinando.
Nossa querida cidade
   Deparo-me agora, nesse Natal que já são mais de dois anos, dessa feliz festa, poucas de nós, diante daquele quadro, nos sentíamos preparadas para tamanho cuidado, fomos algumas vezes enfraquecidas pela emoção, a sensação do choro, o cansaço, a demonstração de fraqueza física, de dores e outras sensibilidades, mas nessas vezes, nos deparávamos com uma mulher forte, assemelha-se à Judite, forte e corajosa, aquela da passagem bíblica, sem adornos, sem enfeites; de outras aproxima-se  de Rute na fidelidade para com Deus. Seguimos em frente, em nossas intenções, nas orações, nos plantões diários, mas a mulher sobre a qual falo, Maria - nossa mãe, é a mais cuidadosa, purifica-se todos os dias, ali, perto daquela cama, nunca esquece os horários do medicamento, se uma de nós tem dormido mal, naquela poltrona, manifesta-se pedindo que nos deitemos noutro quarto, para que recuperemos nosso sono. Nosso pai tem enfermeiras de mãos santas, delicadas e sempre motivadas a cuidar dele com mais amor, puxando conversas, pedindo com carinho para que faça os exercícios, limpando a cânula, dando-lhe água aos poucos naquela sonda, trocando-lhe as fraldas, dando-lhe beijos demorados, deixando-lhe por algumas vezes aborrecido, vestindo-lhe o pijama para dormir, nebulizando, aspirando...todas as noites tornam-se abençoadas sob o olhar de qualquer uma de nós. O nosso Natal é esse aqui, em que não nos envergonhamos de dizer que centenas de mãos nos ajudam a manter um melhor atendimento ao nosso pai, as doações diversas de pessoas comuns e conhecidas e mãos sempre dispostas da Soraya e de nossa mãe, que em tudo se prontificam, aos sábados e domingos, feriados, para que nunca em nenhuma hipótese o deixemos só. Nós somos “a ceia de Natal de nossos pais”, com o comportamento de gratidão e certeza de que em nossas vidas recebemos os melhores presentes; nós somos a melhor ceia de Natal porque em tempo, aprendemos sobre bondade, humildade, esperança e fé. E em nome de Iracema Vale que nos estende as mãos, nossa gratidão a todas às outras pessoas! Meu pai, e qual a canção de hoje? “_ Segura nas mãos de Deus e vai, pois ela, ela te sustentará”. Lembrar  de agradecer todos os dias , e deixar que nossas virtudes enfeitem nosso Natal.

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Nossas mãos
Enquanto isso, profetizo algumas respostas, quem sabe apesar dos descaminhos provoquemos  um melhor Natal e a premonição de um 2016 ímpar, “singullar”! Quem sabe desmistifiquemos o dito de nosso pai, “doentes e presos não tem amigos” e consigamos reunir mais gente, fazendo visitas, distribuindo mais afetos! Quem sabe guardemos um pouco nossas pequenas dores e nos importemos com a dor de nosso irmão! Quem sabe deixemos de lado nossas vaidades e egoísmos e nos juntemos àqueles que colaboram em “adoçar nosso café”! Essa é minha maneira de contar história, eu tenho um nome, quiçá sobrenomes fortes, e agora se me perguntam, meu nome é gratidão; porque o meu Natal começa e termina de “janeiro a janeiro” em meu coração! Felicidades em 2016, quem sabe, como me disse uma amiga, em 1, 2, 3... com a mesma alegria, surjam maravilhosas histórias! Eu conto, alguns se encantam! Feliz Natal!

E a doce Maisa era Maria: nossa irmã, nossa filha!



Há alguns dias , aliás, quase dois meses não escrevo uma linha nessa página, não dediquei tempo, depois do dia 09 de outubro, data em que lancei meu livro na Feira do livro em São Luis. Tive diferentes motivos, especialmente para o agradecer, até fiz algumas linhas, mas fui enfraquecida por uma crise de pós ansiedade, que me deixou como aquela menina : desprotegida, pele ressecada, olhar latejante, pedindo colo de mãe.  E era eu quem estava lá, adulta, naquele momento lançando um livro? Quantas mãos e corações de bem me ajudaram a chegar até aqui? Incontáveis mãos! Gratidão por tudo, em toda hora!
Até aqui tudo bem, tropecei noutras situações e fui deixando para depois minha planejada carta de gratidão por aquele dia que foi tão mágico, tão surpreendente, inimaginável, foi um presente de aniversário. Mantive-me indo e vindo para olhar a vida pela janela, pela vidraça, de lá, eu nunca perdia meu entusiasmo, minha esperança, minha fé. E meu novembro teve de tudo para ser só doce; fui à Chapadinha, dessa vez prestigiar a peça Pão com Ovo, estendemos um pouco  com mais  alegria; dias depois porque também considerei gratificante fui ao Show de Diego Fernandes na cidade de Anapurus... aniversários, histórias lindas de superação podiam ter sido contadas!
Já é meado do mês de novembro, dia 22, estou aqui bem perto da janela, na poltrona, ao lado de meu pai, quando uma voz me surpreende para contar sobre a estúpida e violenta morte da pequena Maisa! Era dia de aniversário, de alegrias, de comemorações e as outras Marias que são mães, irmãs e filhas destacaram-se para nossa pacata cidade. E aquela manhã sangrenta maculou nossa imagem, nossa cidade, encheu-nos de vergonha, de “ódio”, de revolta coletiva, de indignação, de dor... Lembrei-me por longos minutos do  28 de maio de 2010... naquela manhã de domingo, daquele  ano, eu nem sabia, mas tive medo, muito medo de saber :“ Por que mataram nosso irmão?” E o ranço da dor era de todos os tons, o sentimento de repulsa  tomava conta não só de mim, outras milhares pessoas   foram contagiadas, porque a doce menina podia ser nossa irmã, nossa filha; pode ser que de verdade tenha sido enganada com um doce, um biscoito, uma balinha...  e irrevogavelmente o seu destino ficou entregue às mãos de um selvagem, sem sensibilidade, sem tato, sem  amor. Quanta coisa melhor aquelas mãos doentias podiam ter  feito!  Mas a pequena,  acuada e sem forças diante de um animal, não pode sequer  valer-se do saber falar, do saber ler com tanta desenvoltura; a docilidade infantil por nenhum segundo fora preservada, deixada no matagal ao relento como se também fosse selvagem. O que dizer de um ser humano desses que nos indignou  tirando uma inocente vida de maneira tão brutal? Fomos todos nós feridos com um duro punhal, todos nós! Estamos de luto! Ficamos de luto! Aos mais sensíveis, minha solidariedade à família, à sensibilidade e intuição da professora Aldalice que cultivava uma cultura de paz entre membros da pequena Maisa, para edificar, para proteger! Mas dessa vez, não houve tempo de curar a dor, de aliviar as convulsões, de levá-la no colo, de brincar com a sacola de pães... Não, não houve tempo! Retomo para reescrever Lispector : Muitas coisas que nos  aconteceram quiçá piores que esta, perdoemos?! No entanto, esta não posso sequer entender até agora: É irracional! É impiedoso! É desumano!É impraticável! Nas primeiras horas, não há o que perdoar, não há.
Por uma orquestra de paz: de mãos dadas
E o que já estava triste, “sem cor sem perfume, sem rosa sem nada”, foi tomado por alguns que nem pensaram na menina, desviaram o olhar, e diante da trágica situação da menor, tentaram acabar com a nossa pequena cidade, como se fosse  a “madrasta má”! Com insensatez, implantaram o medo, praticaram o crime da violência, do vandalismo, na quebra de equipamentos e de prédios necessários para o município. Vergonha mais uma vez! O sentimento de luto não estava esquecido! E eu tive medo de novo de saber as respostas, porque as minhas Marias, todas distantes, de longe só lamentavam aquelas  cenas de guerra que circulavam nas redes sociais através de fotos, de vídeos! Nenhuma voz! Nenhum oi! Nem mesmo a OI; apenas os sons das balas não “letais”, dos foguetes, do helicóptero, dos carros, das motos; e o meu medo, o choro contido. Lembrei-me dessa vez de meu pai: em nossa infância, já bem remota, ele nos orientava, ao ouvir tiros por perto, deitem-se! Lembrei-me também (para sorrir) da primeira vez que um helicóptero pousara em minha cidade, estava no rio... Triste e dolorosa foi aquela terça-feira, dia 24 de novembro, em que minha doce irmã , encontrava tempo e palavras para brincar no whatsap!  E hoje , já são sete dias da brutal morte da pequena Maisa, são cinco anos e seis meses da morte de nosso querido irmão e porque nem tudo é uma questão de saber as respostas, de provocar com mais perguntas, contemos as partes boas de nossas histórias, compartilhemos o que vislumbra nossa amada cidade,  dos avanços, das oportunidades! Nesse episódio, na terra prometida em que nasci, cresci, estudei e trabalho,  cultivemos  uma cultura de paz, de harmonia, de diálogo, da distribuição do amor porque esse efeito colateral vale a pena ! Essa orquestra sim,  deve ser planejada!Continuemos a amar para que esse sofrimento ganhe outro significado. Em minha última lágrima, “Maisa nem precisaria morrer”, e  nem se afastar tanto de nós,porém, as nossas mãos soltas, deixaram-na ir para mais longe! Cantemos o amor que fertiliza os abraços! Cantemos o amor!

LANÇAMENTO DO LIVRO ArteSingullar : momentos em prosa e versos na 9° FeliS

Nesta sexta feira 09 de outubro de 2015 a professora e escritora Nilma da Silva Sodré, anuncia em um dos stands da casa do escritor “Alberico Carneiro” em São Luis –MA seu livro ArteSingullar: momentos em prosa e versos. Um dos momentos marcante e emocionante foi quando ela cita um trecho do texto,  Naquela noite, de 28 de maio... Éramos dez irmãos!!! Onde questiona: “Por que mataram meu irmão? Por quê?”. Emociona também ao falar do texto : E o anjo Gabriel... não habitou entre nós! Estiveram presentes no lançamento do livro o professor e vereador Raimundo,  a quem ela agradeceu por  incentivá-la, Julia Almeida, outros colegas da capital,  uma caravana de professores de Urbano Santos, amigos e parentes da escritora. Na oportunidade, Nilma agradece pela realização daquele evento à prefeita Iracema Vale, pelo apoio e incentivo constante, à  papelaria são Francisco , Hécio Sodré( seu filho ) entre outros.

Por fim, a professora Nilma encerra o lançamento de seu livro, com o agradecimento a Deus, aos seus pais, e como lembrança de uma história de seus colegas professores, exibe o  vídeo de Moaccy Aguir : Vai Dar tudo Certo . Nós, naturais da cidade de Urbano Santos nos sentimos orgulhosos em participar no  Centro Histórico de São Luis, de um momento tão particular para ela e para todos os convidados ali presentes.  Em sua 9ª edição a Feira do Livro de São Luís (Felis), que começou sexta-feira (2) e vai até o próximo de 11 de outubro,tem  e o livro da autora estará ainda no stand Escritores Maranhenses.  A alegria nos contagia e a “Cidade Livre, Cidade do Livro” abriu as portas para uma arte simples, mas de grande valor simbólico para nosso município.




Texto: Luis Veras (:

Da alegria do encontro à dor na alma



Hoje trago a minha melhor impressão, colorida, encantada e com verniz; no último mês descrevi algumas insanidades e isso me fez repensar, não escrevo baseada em premonições negativas; por isso, as primeiras linhas trazem alguns comportamentos que me acompanham desde o inicio de setembro, na lembrança de meu sobrinho pelo texto “Setembrai uma metáfora ...” escrito o ano passado, nos reencontros dia 04 de Setembro, da nova visita ao lar, do nosso querido Capitão, da vinda de nossos irmãos, das festas e festejos, dos aniversários e aniversariantes tão queridos, amados e abençoados, desse mês. E uma voz firme me diz que quase todos nós repetimos histórias, voltamos atrás, pedimos desculpas, reconhecemos nossos erros, vivemos momentos de incertezas, vítimas e cúmplices de más intenções, mas isso não nos torna menos digno de boas companhias, não credencia outrem a nos caluniar.
Situei-me de um pequeno cansaço físico que quis me abater dia desses, ainda bem, que foi tão passageiro que levantei, autoestima elevada,  dei mais alguns passos à frente, claro, com muita firmeza _ setembrei;  na busca, nos desencontros e reencontros, outras vidas, outras histórias, equilíbrio,  algumas flores, às vezes aço _ nas veias: amores ! Porque em tempo, reconheço que em minha essência nada mudou, contudo,  deixando que novas esperanças, todas mais importantes, outras expectativas povoem meu pensamento; setembrei  para perseguir o otimismo e valorizar ainda mais os frutos, e ainda setembrei, porque  recrio um pensamento de Lya Luft : deixo em todas as horas a minha alma à mostra, aos que passam e sentem, aos que tem consigo o dom de relevar, aos que cantam, encantam e pressentem!  E esse mês não foi apenas mais um no calendário,  não perdi de vista quase nada, desde o dia quatro, quando se comemora o primeiro aniversariante do mês, até dia vinte e nove, dia do retorno de meu pai e de meu irmão mais velho! Dias vinte e sete e vinte e oito foram das lembranças alegres, de nosso irmão assassinado há cinco anos...  Que setembro! Lindo desfile das nossas escolas do município, Festa da Natividade, a nossa ida dia dezesseis ao aniversário da Vitória, visita à Lagoa do Cassó, lindas fotos, belas histórias, risos altos, contando assim, os plantões das Marias (alguns intensivos) só mesmo os que presenciaram de mais perto e conhecem um pouco dessas nuances hão de compreender. A alegria, como diz meu pai, de ser lembrado é tão bom! A alegria de ser visitado, de receber um olhar, um abraço, umas lembranças (como foi a visita dos "Reis Magos", na noite de vinte e cinco)  ouvir algumas vozes... tudo isso faz tão bem. Em nós, cabe o repetido gesto do agradecer.
De agora, deparo-me com o último dia do mês, eu mesma disse outro dia, na divulgação de meu livro em Cajazeiras que não cumpro demandas nesse blog, mas meu irmão mais velho estava lá, e naquele momento, eu rodeada de pessoas queridas, outras na minha lembrança, ele usou uma frase que bem era dito pelo saudoso cabo Sodré:  “nós temos muito orgulho de nossa irmã”, viajei por horas nalgumas tiradas dele, essa do vazio na alma ou de uma dor que às vezes nos comove tanto, ele sai pela tangente, dizendo: só pode ser fome! Vai que é fome! Tantos outros gestos e atitudes nos causam essa fome: o da distancia, da saudade, das impurezas, de quantas omissões, de injustiças, de sonhos que se engavetam e “nunca” mais voltam a realizar-se! Quanta fome passa à cabeça de outras pessoas, nessa tarde; quanto a mim, a lacuna da ausência  já foi tão visível que a minha dor física mudou de lugar. Tudo é transitório! Em minha memória, os registros são tantos, que "quando a noite cai”  lembro-me das traquinagens contadas, repetidas e das inusitadas conversações de meu pai: ora quando o Sodré diz uma coisa, pode acreditar.. se disser que o jumento morreu , pode jogar a cangalha fora! Quem ousaria  duvidar? É ao vivo! São em cores e distintos sabores que compartilhamos essas lições; filosofia de uma memória , de uma mente sã, do espírito de fé. E mais, um sinal  de que a esperança é a penúltima, em todas as circunstâncias.
Do colorido do mês

Quando estava quase encerrando esse texto uma alma do bem me interpelou, chamando para um compromisso, habituada a escrever com minhas recorrentes limitações percebo que já disse quase tudo que me fez setembar, no entanto, não citei a festa no céu, naquela noite, do dia vinte e sete,  a torcida pela lua era a maior de todas,  a invenção de poemas; a expectativa por uma cultura local ( do bater as panelas) , as mídias modernas justificando o eclipse, fatos ou fenômeno fizeram aflorar mais sentimentos!Nos grupos de whatsap, todos trocavam fotos da lua, do melhor ângulo, trocavam outras mensagens, vídeos de uns  menores com  as panelas aqui nas ruas, em outras redes, diziam-se: eis o verdadeiro panelaço; e pela janela, vi a lua, reclamei dos primeiros foguetes. Passados os bons e melhores festejos do setembro em que todos os santos e anjos cantavam bons comportamentos, recebo a palavra travessia com outra ótica, de minha alienação, surge a presunção de que venha  um “outubro rosa”, azul, amarelo ouro, vermelho (como a lua de setembro) de todas as cores, já profetizei... Preparo-me para o lançamento de meu livro dia 09 de Outubro na Feira do Livro, há sensação melhor? Empreguei alguns minutos, aliás, longas horas, para concluir esse texto  (meio misturado, com palavras repetidas , como disse uma colega) com uma  pergunta : Por que a alegria também te faria doer a alma? Em mim, já processei minhas respostas.

És tu Vitória, a cheia de graça!




 Toda vez que trago um novo texto para o blog, procuro minimizar a linha tênue existente entre “a lógica e a emoção”, no entanto pelo que me dizem, não é isso que dá credibilidade à escrita, apresenta respostas convincentes sobre aquilo que escolho escrever, aliás, ouvi dizer, que escrevo só besteiras, e até concordo, porém, o pensamento floresce é na informalidade, em minhas alienações;  as  pessoas criam uma certa empatia por essas palavras , sérias ou não e por isso se dispõem a ler o texto  (penso assim) e  a divulgação desse, não deixa de ser em última forma a exposição de quem o escreve.
E o anjo anunciou
Nesse mês, se eu fosse acrescentar às tantas possibilidades que mereciam destaque, depois do dia trinta de julho, uma reflexão sobre algumas tiradas do “pão e circo”, com a vinda da Peça, trazida pela Secretaria de Cultura,a apresentação do Projeto Carroça na Roça, aqui na sede e em Cajazeiras, a participação na formação continuada (de críticas, elogios, acertos), a nossa festa em família no Dia dos Pais, o Dia do estudante... como tudo demais é sobra, tive dificuldade em delimitar e estabelecer um foco pelo qual eu me encantasse. Eu preciso me encantar! Foi passageiro, retomei com minhas potencialidades, minhas escritas simples, algumas expressões repetidas, olhei para os lados, olhei para frente e notei que conto com os mesmos laços de amizade; convicta de que em minha imaginação guardo os melhores presentes, as mais bonitas histórias, e o desejo enorme de conhecer, de querer saber, fazendo de minha rotina, um gesto para o agradecimento, encurtando distancia, promovendo a igualdade, usando as redes em favor de minhas escritas ou de minhas leituras.  Não escrevi de ontem para hoje, viajei com as folhas de papel nas quais comecei as primeiras impressões.
Não sei  se na contramão, no entanto, depois que refiz algumas leituras de meu próprio livro, atentei para alguns dizeres escritos há três anos, em    E o anjo Gabriel  não habitou entre nós”, escrito em momento de quase total esterilidade, da inversão de valores, da indisponibilidade de resiliência, a desesperança em gestos humanos; naquele dia, voltando da casa de minha meia irmã, vestir-me de roupas alegres, festivas, comecei a escrever não sobre ficção, mas uma história compromissada com a fé, daquilo que eu ouvira de meus pais, das leituras feitas na Bíblia, do que a gente aplaude entre um ou outro ídolo; todos os sinais de raiva foram perdidos quando sentei-me para escrever e pude dizer: JU  não desista  de você! Repetidas vezes, pedindo que acreditasse, confiando que o anjo Gabriel havia vindo para salvar vidas. Que aquele momento sombrio passaria e uma luz surgiria para o compartilhar de novas caminhadas porque todos superam a dor da perda ! Agora que vejo essas palavras postas, sem materializar nenhum gesto, me parecem poucas; e penso todas as vezes, “bem que eu podia ter feito mais”. Espero sim, muito mais de mim mesma, porque o cortar a carne, nas artes ou em representação não dói nem um pouco.
Desta vez, três anos depois, fui tocada por uma feliz coincidência, quase na hora de sair para visitar a linda Vitória, lá, o riso fácil refletido no semblante da mãe, a mão exposta para “dar a bênção” , os pequenos objetos espalhados, os brinquedos...e na parede da casa em letras bem graúdas  o nome do anjo que de passagem ensinou sobre amor materno para nossa meia irmã. Depois fui à Escola Santa Maria Bertilla para a divulgação de meu livro com alguns alunos e mais uma boa lição de alegria, de gratidão eu trouxe dali, e essa publicação de agora quando a finalizo é para repetir que “ a esperança é sim a penúltima que morre” , que precisamos ser correntezas de fé, que o plantio em terrenos férteis trazem bons frutos. E como me foi dado a chance de poder contar essa história e eu nem sabia sobre o título, mas me antecipei em dizer: És tu Vitória, a Maria cheia de graça ; vieste para espalhar amor, deixar rastros luminosos em palavras e gestos. Salve! A promessa está sendo cumprida.

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