As pães nossas de cada dia, uma Martas, outras Marias : FILHAS


         Refiz recentemente a leitura do livro Entre pausas e reticencias (adquirido há dez anos) no Show de cantoras de Deus aqui em nossa cidade; e deparei-me com um parágrafo e fiz minha reflexão sobre o tempo “quanto mais velhos ficamos mais aprendemos sobre diferenciar e selecionar momentos”.     Recebo ainda como lembrança, na memória o título do livro de Lya Luft “O tempo é um rio que corre”. Verdades, nas versões mais perenes da vida , somos rios, somos águas correntes e todos os dias, sem  nenhum exagero de minha parte temos  a oportunidade de definir sobre nossa  grandeza . Essas minhas escritas farão parte da posterioridade, eternizo, com cuidados a mulher guerreira que deixou que seus traços fossem aqui descritos. Grata a cada uma.  A mãe forte Cristina Pestana tem sua trajetória, caminhadas e buscas , superação; o depor e a sensibilidade da GM Laurinete Correia,  representam tantas outras mães.


Introduzo minha escrita sobre o tempo, não para discorrer sobre ele, e também, pela qualificação do tema em exposição. Por muitos dias, tem estado em minha cabeça , essa história, ora rio, ora cachoeiras ; a priori individuais, timbres e identidades próprias , a vejo como uma composição à espreita de uma melodia; estou abrindo uma porta e comunicando algo que é muito “corriqueiro” e ainda assim nem penso que  alcançará  todos os leitores, porém tenho dito, minha função é escrever... Não parei em estação que não era a minha , nem desejei a essa altura ser a primeira a falar
 sobre , escolho minhas cores; e com elas algumas dores, esse ano, mudando os dígitos, evito filtros porque os cremes e minha pele me bastam , as químicas e chapinhas que adornavam minha cabeça não funcionam mais; trago ainda o conto de outras mulheres que sempre presentes são pais e são mães, oferecendo muito mais que subsistência para seus filhos. Hoje enxergo que para além de meus exercícios de leitura e escrita ‘”trago um dom que não seja apenas meu
 ”é missão minha ecoar alguns retratos por quem opto fazer os recortes, depois de algumas leituras entendo que o modelo de família que constituo  contém  os traços de acusações, preconceitos e leviandade. Custei a entender, e agora somente agora parece fazer mais sentido: o que me salvou foi a ousadia de meus pais em limitarem algumas vontades com as respostas “ de que não éramos todo mundo”; sobreviver, ainda que atravessando percalços; cair nalguns precipícios, levantei-me e torno-me   por predisposição deles, uma “história, uma ponte” e vê que em todo tempo tive a chance de escolher a melhor parte. Sou filha, sou irmã, mãe, sou mulher, sou avó, e vejo uma   legião de professores de excelência, artesãs, poetas, grandes mestres, doutores, artistas, pedreiros, autônomos, empreendedores importantes que corroboram com a expressão   de que “nossa profissão celebrou a vitória de muita gente”. 

 Trarei aqui outras histórias, não peguei manual, vislumbrei conectar com o mesmo ânimo, outras mães que fazem parte de meu círculo e são leitoras , amáveis amigas que com outros olhares , trazem um pouco essa sensação. Nada é constrangedor, lembrar-me do tempo em que fiquei gravida de meu filho, que é minha vida, meu amor, só posso agradecer; assim me disse a Laurilene, parece que eu já esperava por isso, com vibrações positivas de alegria,   encheu-se de felicidade, nenhum outro sentimento invadiu seu coração naquele momento ! Emocionada, conta-nos que dizia : Que maravilha meu Deus serei Mãe!  E o meu curso de Matemática que ainda está   pela metade! E minhas duas cirurgias de cardiopata! E ficar solteira, cuidando de meu filho! Ora, ora, que isso importa, serei mãe, Deus me deu essa graça. E estamos aqui, desmentindo as limitações com o sentimento de que o tempo generoso como é nos dar a graça da inquietude e nos levar junto aos nossos filhos nessa correnteza cada vez mais sábia e coberta de exclusividades. Cada dia uma vitória. Só orgulho da maternidade, só orgulho do filho que tenho.

Outras vozes, diferentes mães, fazem parte desse coro que intitulei “as pães nossas” são as universais , mas as particulares, como é a mãe Ivanilde Bastos, a Rosa Vasconcelos em realidades distintas confirmaram o sentido da maternidade , da autenticidade de fazer essa caminhada sem perder suas essências. Promovo essa leitura que não há sentenças que definam os modelos de famílias que dão certo; com um riso daqui outro dali, e certamente com as falhas no meio do caminho, seguimos na conveniente frequência dos desdobros e dos apertos comuns porque passamos. E essas histórias não as trago sem ter me pronunciado diante das mães aqui citadas , trago em memória Laura Alice dos Santos, que muito orgulhosa em suas próprias dores, conseguiu enxergar os voos lindos e transformadores de seus filhos; minha amiga Lucilene- Lucinha que construiu um sonho , cultivou e fez o que pode em vida para que sua filha fosse a mais amada entre todos, por algum tempo, voltou a sonhar e seu viver não era de solidão, mas da alegria em saber quanto sua filha Ananda era sua melhor esperança. Essas duas últimas mães foram morar com Deus, conquistaram bênçãos e transbordaram de doçura e ensinamento enquanto experimentaram a maternidade ...e nunca, em nenhuma hipótese queixaram-se da maternidade

De repente, podia ser apenas um poema, os exemplos de mulheres tão pragmáticas e sensíveis tem suas vozes, suas afloradas personalidades e todas elas deixarão suas marcas. Há de um lado aquele que viajou a trabalho e por tantas outras motivações, o tempo, as condições e outras escolhas o impediram de voltar ... no entanto nesse espaço, citarei as mulheres que acreditam em seus poderes e conseguem alcançar a dádiva de serem especiais, irresistíveis trabalhadoras em busca de suas conquistas. Ouvi ainda a mãe Darci Abtibol , mulher mãe, conheceu a maternidade aos 31 anos , com o coração grato e com integridade tem sido a presença certa em todas as horas, não se queixa de ter cuidado “só”. Voltei-me para os outros diálogos e  porque minha escrita é imortalizar nomes , não para insistir em sonhos que não deram certo, todos deram muito certo para otimizar e também conduzir para uma interação de que o patriarcado não é perpetuação da classe masculina , conversei com Edna Pires , que nesse momento prepara-se para ser avó, muitas alegrias, desafios, felicidades; trago ainda a amiga e comadre Fatima Silva, (não foi apenas mais uma Silva, tenho um capitulo só sobre ela) construiu uma história , deixa um enorme legado. E como motivação, li dia desses, o elogio de um rapaz que conquistou tantas  vitorias , e encheu o peito de orgulho para dizer ,” não há no mundo homem mais forte do que minha mãe “ ; “não tive tempo de reclamar; só sei agradecer”.  E continua, aliás, “entre todos os seres humanos minha mãe é a mais forte, como não se orgulhar”?  Com felicidades e muita gratidão a Deus minha homenagem a todas, mesmo as que aqui não foram citadas e ao meu filho que deu todo sentido a minha existência, de quem tenho muito orgulho; foi quem mais me fortaleceu, obrigada. Martas, Martas, Maria...  Ester outras tantas mulheres, ora Martas, ora Maria, todos os dias mães, todos os dias pais e, todos os dias filhas. Encerro com  uma janela, e posso dizer sem medo de errar, que os filhos das mães aqui citadas devem essa consideração: Mãe, quanto orgulho do ser humano que sou, e do ser humano que  você é !



 

 

 

 




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