Das Águas mansas do Rio Mocambo às inquietações dos “Ribeirinhas “




Até outro dia mesmo, pelas leituras que fazemos, todas as coisas estavam em conformidade, tudo nos “eixos” ou estariam para confundir os leitores “fervendo aos noventa graus, tal qual um ângulo reto, segundo anedota contada por Ariano Suassuna ? Remontar esse texto, inclusive para mim mesma, mais parece uma sequencia, um conteúdo linear que prefiro concluir;  porém começo de outro ponto, sob outro aspecto, noutro tempo e local! Para mim, as definições de ali e de aqui , convergem! Só quem nos acompanha de perto, sabe por onde estou... Há uma leitura que fiz de Lya Luft  “ O tempo é um rio que corre” nele a autora traça as mais distintas relações, traz consigo uma suscitação de para “onde encaminhamos nossas vidas e tantos “afazeres e obrigações” que é comum ouvirmos ou dizermos: Me faltou tempo! Se eu tivesse tempo! No meu tempo! Foi-se o tempo! Já era tempo! E sobre essa última expressão tenho pensado um pouco.Há sete dias fiz minha penúltima postagem
Nossas mãos
Em se tratando de tempo, dos rios e das águas, nosso poeta José Antonio Bastos, publicou logo após a pequena enchente que houve nas nascentes de nosso rio em seu poema “ O rio Mocambo de memorias e esperanças / o mesmo Rio que ultrapassa as páginas da história e do tempo”! Daqui de onde escrevo, trazendo a cronologia, nem tudo são poesias: houve um tempo em que tínhamos nosso próprio rio no fundo de nosso quintal; ao lado do nosso; o rio de dona Biluca,(com uma canoa ancorada) mais adiante o rio de dona  Minuca; outros tantos rios com donos e denominações... e quando nos deparamos com os rios ocupando seus espaços, assustados , tentamos comprar brigas com ele ! Mas quantos de nós temos as lembranças saudáveis dos banhos demorados em nossos  rios? E se hoje , me ligo nas noticias , calendários e agendas tudo isso é atemporal, o que há são minhas memorias , minhas histórias e reinvenções! Para mim, tanta coisa que parece que foi ontem, ficou muito tempo para trás: do triste fato da noticia do assassinato de nosso irmão cabo Sodré que já completará dez anos;  da feliz aprovação de meu filho no concurso do INSS , há oito anos; das doses contadas de desafios e possibilidades na est(r)ada na função que estou e se  confundem com a recaída de nosso pai, há sete anos; as viagens que tive oportunidade de fazer com meu filho, com sobrinhos, com minha nora, com minha neta, com meus amigos, todas, todas  muito especiais; da publicação de meu segundo livro que já completa cinco anos; do casamento de meu querido filho, do nascimento de minha adorável neta  Maitê, já olho bem ali na frente fazendo dois anos; do nascimento de nosso pequeno Theo que breve, muito breve fará um ano;  outras tantas  memorias e as contextualizações de fatos que não caberia nessa página!  E o tempo não parou, aliás “ o tempo não para”, não dar trégua, continua sendo o rio que corre !
Estamos nos reinventando porque os tempos exigem de nós, respondemos quando somos perguntados sobre qualquer assunto, vivemos tempos sombrios, respondem outros quando perguntamos como estão; nas páginas vimos algumas alternativas sendo apresentadas, por aqui, através dos status, dos canais de Youtube, nos Facebook, nos Instagran ! Para qual tempo esse vírus invisível nos encaminhou?  Por coincidência ou providencia recebi esse Salmos hoje:  do  SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?  E  nessa nossa reinvenção, mesmo quando usamos as passagens bíblicas , temos tido surtos de sofisticação, disse-me uma amiga! Temos visto as nossas imposições através de nosso cargos e  posições; temos assistido  às arbitrariedades, as contravenções, os desapontar,  as idolatrias, as conspirações, entre outros dissabores,o inflar dos egos,  no entanto,  a mim caberia repetir Papa Francisco “ QUEM SOU EU PARA JULGAR? Porque caberá nesse espaço, dizer que há sinais de solidariedades, e não são poucas.
Rio Mocambo: foto cedida
Volto para algumas releituras para não perder os costumes, no início da década de oitenta, fomos surpreendidos com as águas do Mocambo invadindo as ruas, deixando muitos  desabrigados, algumas famílias da Rua Monsenhor Gentil abrigaram-se na escola Chagas Araújo, bem aqui perto de nós,  em nossa imaturidade de adolescentes, parecia tão normal e natural, não senti a inquietação que sinto agora; há um medo estranho que nos ronda , estamos sendo vigiados por onde formos , sem ao menos saber por quem, nossas vidas , embora protegidas de máscaras permanecem numa linha tênue! Há máscaras caindo, outras que não cabem nos rostos; há outras que sobram; embora metáfora, a confiança no outro não é mais a mesma, o inimigo invisível anda de mãos dadas conosco! E quem somos nós? Além de nosso nome, de nosso sobrenome, de nosso CPF, quem somos nós? Perguntei-me por aqui, por essas horas enquanto digitava... Enquanto isso “um velho cruza a soleira” ,em duas rodas,  de olhos vivos, sem poder fazer seus rastros, (porque já deixou milhões), amparado por quatro mãos; aqui ele não é invisível , tal qual a canção é indivisível! E nosso nome é gratidão! Nosso velho, é nosso pai, nosso bisa, nosso avô! Meu ringo, meu ringo... saio da palavra certa , porque esse apelido... Está nas mãos certas!  Limpemos as mãos e os corações; essa minha inscrição, vem daqui de uma fonte em  que as águas são profundas!




Um comentário:

Lauri disse...

"Há tempo para tudo debaixo do Sol" quem somos em cada tempo?" Uma reinvenção de nós mesmos porque "o tempo não para"

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