São as águas de Março, no balanço dos ganhos... avancemos


Cuidemos! 
Eu optei por dizer, lido diariamente com fatos, com opiniões, com (im)pressões, com a pessoalidade, com as intenções de imagem, com a presença, com o visor da câmera; e após umas conversas minhas, dessas de rede social, e assim por providencia de algumas leituras anteriores, me veio à  mente “as águas de março” com seus trinta e um dias, as pancadas de chuvas apresentadas pela meteorologista , as reais trovoadas e tempestades,   os raios, os trovões, os ventos fortes, mudando as direções dos  barcos; com as enxurradas,   as embalagens contaminadas descem e se alojam perto de nós, sondando nossas atitudes perante os desacatos com a natureza.  São trinta e um dias em que enfileiradas ilustrações passam a persuadir nosso cenário, no entanto, não são só essas coisas, chuvas de bênçãos também chegam mais perto de nós . Na metáfora da música com que faço análogas intenções na escrita, a água  é o símbolo mais evidente da esperança de vida; claro que o contexto da composição é outro; de história de militância da reafirmação de luta por igualdade e direitos.  E se eu me reportar à bíblia na parábola, de domingo passado, a  “samaritana “ responde a Jesus : “Senhor nem balde tens  e o poço é fundo. De onde pensas em tirar água viva?” Escorregam de minhas mãos outras comparações que refletem o estado de resistência da água:  “águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e voltam humildes pro fundo da terra”; as opções estão todas sob os cuidados dos homens, e eles vão sonhando em adivinhar a manchete que decreta o fim do mundo, antecipam-se como se as urgentes verdades estivessem entre nós . Quem teria narrado o dilúvio?  De minha escrita, não trago assunto para incomodar ninguém, nem verdades, não dito regra ou mudanças de posturas (escrevo tão igual).
Comecei na edição desse ensaio, antes mesmo de ler ou ouvir sobre a história do judeu que encontra a samaritana à margem do poço, refiz porque eu já havia esquematizado em minha cabeça, as homenagens merecidas e feitas às mulheres lindas e corajosas  que enfrentam as truculências de autoridades machistas; editei porque já era ideário , sobre a paralisação de 15 de março em que as mobilizações por todas as partes desse país afora conclamavam sobre direitos ! Grandes pessoas já entregaram o próprio sangue em defesa de nossas vidas; outros nomes com suas capacidades de persuasão já foram fontes de força, de encorajamento ou de inspiração ! E nesse mês são trinta e um dias de determinações positivas, de movimentos, de ousadias; de confiança pelas escolhas bem energizadas! Dias de mulheres que acordam cedo e vão à luta, daquelas que em público ou em púlpitos usam suas vozes para impactaram com mais conquistas; dias incomuns daquelas mulheres que sabem que é possível melhorar as condições de vida para si mesmas e para tantas outras porque emitem suas vozes, seus carismas, suas influencias! Dias de todas aquelas que em seus esforços coletivos registram seus nomes, suas histórias! Trinta e um dias para todos aqueles que ousam comprometer-se para que suas presenças sejam notadas pelo grau de sua credibilidade! São sobre esses dias que aguço minha audição! E o outono chegando mantenho viva essa intenção: sobre as águas, o respeito aos rios e às  grandes chuvas: “o mar obedece àquele que mantem viva sua fé”!
De hoje, quando sentei comigo mesma, em minha oração e retomada da escrita,  lembrei-me de que fui convidada nesses dois dias, para  está num grande evento na capital do estado, divulgando e expondo minha arte, exigi de mim e de minha vaidade que eu me fizesse presente, compartilhei da alegria do convite e comunguei da participação com mais  alguém, convencida com minha própria natureza parei e ouvi a voz da razão porque sei que não irei a nenhum lugar sozinha. E minha arte carece de doses boas de chuvas. Preterindo a decisão, compreendi que há uma voz silenciosa com a melhor linguagem para todas as horas. Lembrei-me no decorrer da intuição de que são quase quatro anos dessa luta sadia que temos tido para cuidar e ainda receber amor de nossos pais; próximo Maio fará sete anos do misterioso assassinato de nosso irmão , cabo Sodré,   esse quadro não me consola nem me deixa menos vulnerável de que estou nessa hora . São sete anos que em nossa defesa está o grande amor de Deus por nós! Sete anos em que somos compensados pelas boas lembranças, por algumas lições! Nesses intermináveis anos quantas balas atingiram outras dezenas de irmãos? De Genesis ao soneto de Camões :  durante sete anos  Jacó serviu com humildade ao pai de Raquel; do sonho de Faraó interpretado por José em que a simbologia dos sete elementos aparecem como  uma previsão do que seriam os próximos anos; de igual modo, outra passagem, nos adverte que devemos perdoar até setenta vezes sete. Nesses três exemplos, para quem já leu os capítulos está uma só mensagem: a do amor, do agir de Deus! De verdade, não acho que essas referencias vieram assim, repentinamente à minha cabeça, tenho um caminho a seguir, uma missão, e minha vida não termina aqui aos cinquenta, e o que é oportuno dizer é que despido de qualquer exagero de paixão podemos promover melhor a paz almejada. Nada é fácil, ampliar laços, aproveitar bem as ondas não depende apenas do saber nadar, outros atributos são necessários! No entanto, vale sonhar! Vale promover os exercícios para alcançar a outra margem.
foto reprodução
Certeza mesmo a gente não tem, porém as previsões são de que muitas chuvas desçam sobre nós, ainda esses mês, nada mais natural do que lidar sem medo com as imagens bonitas de um céu mais acinzentado, com as belas nuvens que parecem algodão, quem me ajudou a construir mais essa edição, sabe porque não fui ao evento, e  eu terei que mencionar de novo, um ditado repetido pelo meu pai : “cuidado, mar não tem cabelos” e se todos os rios correm para o mar, Aquele que nos sustenta saberá nos dar amparo quando tivermos que andar sobre as águas! De onde retirei essa “bonita história” , me veio como graça para um momento de tantos ganhos, poder dizer que “sim, judeu e samaritano bebem nas mesmas cacimbas ”  porque todos  avançam rumo ao “deserto que esconde a fonte de água limpa “. Obrigada a quem gosta da escrita e da escritora . Há semelhanças! Aceitando teu silencio, Senhor para purificar ainda mais meu coração! Clarear todas as águas!E porque cumpro meu papel de cristã: agradecer, dormir, sonhar... jogar as minhas redes !





2 comentários:

Antônia Rodrigues disse...

SUA ARTE ME EMOCIONA!, ..."as reais trovoadas e tempestades, as enxurradas, os raios, os ventos fortes, mudando as direções dos barcos;"...E MESMO SEM ENTENDER AS DIREÇÕES DEVEMOS AGRADECER A DEUS.PARABÉNS!

Nilma da Silva Sodre disse...

Obrigada por sua leitura , suas observações! Sou muito grata àqueles que nos ajudam a crescer!

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